Violência – No Pará, um PM é assassinado a cada quatro dias
Cinco policiais militares morreram de forma violenta e dois foram feridos por arma de fogo no Pará, nos 23 primeiros dias de 2018. Em média, é um policial morto a cada quatro dias, segundo os números da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do Pará. Até agora nenhum dos casos foi elucidado pelas autoridades. Quando os dados são analisados, verifica-se que dos cinco PMs mortos, um morreu em confronto com bandidos (assassinado em serviço); dois foram mortos durante assalto; um foi executado dentro do próprio carro e os motivos ainda estão sendo investigados.
O quinto policial morto de forma violenta foi o cabo Wagner Santa Rosa, da COE, que foi baleado durante um treinamento dentro do Instituto de Ensino de Segurança Pública (Iesp). O policial que baleou o cabo Rosa e o instrutor do treinamento vão ser indiciados por homicídio, conforme recomendou a Promotoria de Justiça Militar.
As estatísticas sobre a violência contra policiais militares indicam que por mais um ano a violência pode prevalecer na sociedade, principalmente se não houve políticas públicas de Segurança que sejam eficientes para amparar até quem é pago para proteger a população. Ontem, por exemplo, o subtenente PM Gomes foi baleado na perna durante uma operação policial no bairro de Pedreirinha, em Marituba. Segundo a PM, o policial foi encaminhado para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, e o quadro clínico é considerado estável.
Não é de hoje que o DIÁRIO acompanha os números da violência e insegurança contra policiais militares e civis, além de agentes de segurança pública. Em 2017 o número de policiais militares que foram mortos chegou a um total de 34 – o que resultou numa média de um PM assassinado a cada dez dias. Este ano, um PM é morto a cada 4 dias, conforme apontam as estatísticas.
Contribuinte “vai para cima”, cobra de Jatene e governador se cala e ignora
Na manhã de ontem, ao cumprir agenda oficial no bairro Jardim Sideral, em Belém, o governador do Pará, Simão Jatene, foi cobrado por uma mulher que se identificou como cabo da Polícia Militar. O governador não respondeu aos questionamentos dela que, muito exaltada, cobrava a dura realidade: “Por que quando tá na política (eleição) pode falar alto e agora tem que falar baixo? Eu não tô ofendendo, eu sou contribuinte. Uma providência tem que ser tomada, senhor. Nós enterramos cinco irmãos em 15 dias. Faltam 11 meses para acabar o ano”
Em um vídeo de quase dois minutos, ela foi além e comparou o Rio de Janeiro com o Pará. “O Rio enterrou 107 policiais em 12 meses e nós enterramos cinco irmãos em 15 dias. Eu sou policial também e esse secretário tem que sair”, disse ela, aos gritos, referindo-se ao titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Jeannot Jansen da Silva Filho.
Ela sugere que o secretário “peça para sair” caso Jatene não queira demiti-lo. “Aqui é o Pará, não é o Rio de Janeiro. Esse secretário não conhece a nossa realidade”. O vídeo acaba com a secretária de Estado de Administração, Alice Viana, tentando acalmar a exaltada jovem.
Fonte: Diário do Pará