A burocratização do desenvolvimento

Artigo do empresário Fábio Maia

“O dinheiro é o barômetro da virtude de uma sociedade. Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão – quando para produzir é preciso pedir permissão a homens que nada produzem – quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas influência – quando os homens enriquecem mais pelo suborno e favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem rouba de quem produz – quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício – pode ter certeza de que a sociedade está condenada”.

A Revolta de Atlas

Se esse trecho do livro A Revolta de Atlas, da escritora Ayn Rand, fosse compreendido, toda a idéia de “exploração capitalista” seria derrubada. Contudo, infelizmente o pensamento da escritora se encaixa perfeitamente na atual conjuntura econômica e social de nossa cidade.

Vivemos num momento em que o comércio não aspira “consentimentos” voluntários de quem quer comprar ou vender, muito menos do “capital privado” que pretende investir em nossa cidade vs aqueles que serão beneficiados com geração de renda através da valorização do seu trabalho, para aí sim, melhorar sua situação econômica, tornando possível o tal “desenvolvimento sustentável” que tanto alardeiam aqueles “homens que nada produzem”, mas que se sentem oniscientes o bastante para definir o que é bom ou ruim na sociedade, assim como para decidir que investidor é um “explorador de minorias”, ou não!

Esses homens criaram algo muito perto de uma “luta classes” entre empreendimentos (“capitalistas exploradores”) vs minorias (“explorados”). Mas os “capitalistas” não são exploradores, como querem os “burocratas do desenvolvimento”, e sim os explorados e perseguidos ao lado dos trabalhadores. São eles que precisam trabalhar dobrado para sustentar as benesses sociais – tidas como “justiça social” -, e o alto padrão de vida do topo da pirâmide em que se encontram esses servidores públicos.

Entretanto, a demanda da população ociosa, pelo assistencialismo, não para de crescer muito a cima da velocidade em que os burocratas conseguem suprir com sua “boa vontade”. Paralelamente à isso, a demanda por empregos também cresce contínua e exponencialmente, desproporcionalmente ao número de vagas ofertadas em novos empreendimentos, que para se instalarem e produzirem, precisam “pedir permissão a homens que nada produzem”, tornando o ambiente hostil a investidores capazes de suprir essa demanda.

Estão enganados aqueles que acham que desigualdade e exclusão social se combate com assistencialismo governamental. Somente a geração de riqueza, empregos e tributos, podem tirar a sociedade de uma realidade de vulnerabilidade social, para ascensão econômica, e tornar “minorias” capazes de fazer por si mesmo o que as “bondades assistencialistas” fazem, mas os mantém eternos dependentes.

É um ambiente de negócios receptivo e segurança jurídica que atraem investimentos para o turismo, o comércio, a indústria, o agronegócio, os portos etc, ou seja, esses setores que através de seus impostos, abastecem o erário público, que é o recurso responsável por transformar uma rua de terra em asfaltada, que reforma postos de saúde, que compra medicamentos e equipamentos hospitalares, que reformam escolas e compram a merenda escolar, que reformam praças, e tudo mais que lhe dizem ser “público” e de “graça”, além de cobrir os salários e auxílios do topo do funcionalismo público, aqueles que juram estar protegendo a sociedade dos capitalistas exploradores!

Não é a “boa vontade”, tampouco a “canetada” baseada em achismo de um burocrata em seu escritório refrigerado, que irá transformar a vida de uma sociedade, contudo, sua ausência causa injustiças muito maiores. Querem exemplo? Ao silenciar contra as invasões, os mesmos que se dizem defensores da lei, não surgem como a “mão que balança o berço” em que a indústria da invasão de terras se fortalece?

“A lei não estaria deixando de proteger quem produz de quem rouba, para proteger quem rouba de quem produz”?

Portanto, a regulação estatal é a principal inimiga da livre iniciativa e da prosperidade econômica, e a sociedade está cansada dessa “elite” que parece ser composta por cidadãos imunes aos anseios da sociedade, tão somente por terem sido aprovados em um concurso público.

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “A burocratização do desenvolvimento

  • 17 de fevereiro de 2018 em 20:57
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    Mais um artigo lúcido! O pensamento liberal não morre porque sempre existe a inovação. Sou um dos que já prometeram nunca mais empregar ninguém enquanto existir governo!

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