OPINIÃO | MEDO PROFUNDO – Sem Spoiler
MEDO PROFUNDO
(47 Meters Down)
Depois do grande sucesso de “Águas Rasas” no ano passado, que de fato trouxe frescor aos filmes de tubarões, chega então, “Medo Profundo” (47 Meters Down) o mesmo foi lançado no Brasil diretamente para as locadoras e plataformas de vídeo on-line sem muito destaque da grande mídia, mas foi lançado nas telonas em diversos países. Surpreendendo a todos, o filme conseguiu arrecadar mais de US$ 40 milhões nos EUA. Impressionando ainda mais pelo fato de que o filme já havia sido liberado na internet há mais de um ano com o título “In the Deep”, fato que certamente não impediu que um grande público fosse conferir a produção nos cinemas, transformando assim, em mais um grande sucesso do gênero.
Na trama, duas irmãs, Lisa e Kate, viajam para o México depois que Lisa é largada pelo noivo. Ele a acusou de ser entediante, e sua irmã está disposta a fazê-la provar o contrário. Elas decidem então nadar com tubarões, seguras dentro de uma gaiola de aço. Porém, quando o cabo que as prendiam ao barco arrebenta, as duas são arrastadas direto para o fundo do oceano, a 47 metros da superfície. Agora, fora do alcance de comunicação, cercadas por tubarões e com uma reserva limitada de oxigênio, as duas terão que se unir para saírem com vida dessa situação mortal. O grande problema, no entanto, gira em torno da pressão atmosférica, que as matará caso elas emerjam rápido demais. Para subirem à superfície, elas teriam que parar por diversos minutos no meio do oceano, sem grade de proteção e à mercê dos predadores ao seu redor. Nesta situação desesperadora, cada decisão pode custar sua vida e cada respiração pode ser a última, eita… realmente ao assistir esse filme me faltou ar em vários momentos.
O filme foca a maior parte do tempo nas duas personagens principais, no desespero da dupla tentando a todo custo sair daquela situação, ou seja clima de tensão o tempo todo, acredito que qualquer um surtaria nesta situação. O mais interessante é que o desenvolvimento do filme nunca fica cansativo porque o roteiro soube introduzir diversas situações para que as protagonistas pudessem agir.
O diretor Johannes Roberts consegue criar um excelente clima de suspense. Ao fazer uso de ataques repentinos, ficamos com a sensação de que um tubarão pode aparecer e matá-las a qualquer momento. O fundo do oceano, com as suas águas turvas e ambiente escuro, ajudam na criação do clima tenso, contribuindo para os ataques surpresa. O fato do enredo apresentar duas personagens ao invés de uma também acrescenta no suspense, já que uma delas pode morrer a qualquer momento, deixando para a outra continuar o filme. Sensação que não encontramos em Águas Rasas, por exemplo; ficamos tensos sim, mas sabemos que o roteiro precisa da personagem até o final para desenvolver sua história, logo, ela não irá morrer a qualquer momento. E é justamente essa sensação de morte pairando no ar que nos deixa apreensivos toda vez que uma delas sai da gaiola.
Apesar de ser um filme de baixo orçamento, “Medo Profundo” tem uma excelente produção. Os tubarões estão muito bem feitos, assim como os ataques brutais, a produção é encabeçada pelos conhecidos rostos de Mandy Moore (de Um Amor para Recordar) e Claire Holt (da série The Originals), e ambas estão muito bem em seus respectivos papéis.
Sei que muitos irão adorar o desfecho, mesmo que à primeira vista eu não tenha encarado com bons olhos. No final de tudo, “Medo Profundo” é um filme sólido e extremamente tenso, e representa muito bem o gênero. Não merece ficar à sombra do já citado Águas Rasas, porque ambos constroem suas próprias identidades, seguindo por caminhos ironicamente opostos. Tenho certeza que os que gostam de filmes envolvendo animais assassinos irão adorar essa nova produção e ficar sem fôlego, assim como as suas personagens. E, para quem não sabe ainda, uma sequência já foi anunciada, e sua trama se passará no Brasil! Depois de US$ 40 milhões, vocês realmente acharam que as águas estariam seguras de novo? Minha nota 7,5!
DICAS NETFLIX
AMERICAN ULTRA: ARMADOS E ALUCINADOS
(American Ultra)
A história gira em torno do casal Phoebe Larson (Kristen) e Mike Howell (Einsenberg), cujas vidas se resumem a fumar maconha em casa. Ele, contudo, ainda se organiza para comparecer ao trabalho na loja de conveniências de um posto de gasolina, no pacato município de Liman, Virginia do Norte, Estados Unidos. Mike é uma pessoa que lida com um bloqueio na memória, além de síndrome do pânico, características que o impedem de deixar a cidade. Ele não se lembra da vida antes de conhecer a namorada e é um assíduo frequentador da delegacia, por causa de seu envolvimento com drogas. Nota 5,0.