UMA GRANDE AMIZADE INTERROMPIDA I Eduardo Fonseca Ed. 1208
UMA GRANDE AMIZADE INTERROMPIDA
Foi uma amizade nascida nas peladas infantis, na antiga Praça de São Sebastião, antes da modernização feita pelos interventores que passaram por aqui. Mais tarde continuaria, como acólito, ele da igreja de São Sebastião e eu da Igreja de Nossa Senhora das Graças. Havia torneios sob a coordenação do Frei Ricardo que fazia sempre uma seleção para jogar o time dos acólitos da Matriz – Prainha com os acólitos da Igreja de São Raimundo- Aldeia. Uma espécie de Rai x Fran, numa Santarém que só possuía três bairros, Aldeia, Prainha – divididos pela Trav. Barão do Rio Branco e bairro comercial.
Continua os nos tempos de estudantes no Colégio Dom Amando, ele pertenceu ao noviciado dos Irmãos de Santa Cruz, participou do movimento Jovem de Santarém e do Clube de Jovens JEC (Jovens Entusiastas e Conscientes). À tarde a pelada na praia do Trapichão (ao lado do hoje apelidada de Mascotinho), aos domingos, passeio a pé pelas praias, empinar papagaio, ou passeios de barcos à praia da Maria José, Arariá, ou mesmo Alter do Chão, não havia a estrada que há hoje. Ou quando menos na praia ao lado do trapiche, – a Copacabana da juventude santarena no final dos anos sessenta e início dos anos setenta.
Depois continuou em Belém, quando se foi tentar o exame de Vestibular – só havia um por ano e na capital, então, tínhamos que ir para lá. Primeiro ele foi para a CAJU – Casa da Juventude, dirigida pelo alenquerense Padre Raul (até hoje ele dirige a Caju). Depois foi para a Casa dos Estudantes do Pará na travessa 15 de Novembro, e como sempre, foi uma das lideranças para conseguir a construção da ampliação da Casa para o lado da Travessa São Francisco, junto ao Ministro da Educação, na época, Jarbas Passarinho, a quem presenteou um retrato do Ministro feito à mão, por ele mesmo.
Posteriormente, continuamos a nossa amizade no Banco da Amazônia em Belém, onde trabalhamos, ele na Matriz e eu na Agência Metropolitana Pedreira. Aos sábados nas peladas do BANCRÉVEA, onde ele foi membro atuante de diversas diretorias. Depois viemos, para Santarém e continuamos amigos, até a sua passagem para outra vida, no último sábado, dia 21 de julho de 2018, aos 69 anos.
Este era o meu amigo JOSÉ GUMERCINDO REBELO, arquiteto com doutorado em Arquitetura Religiosa, (foi o projetor da Igreja do Santíssimo em Santarém), pintor (com muitas obras nas igrejas de Santarém, inclusive a de Santa Ana de Arapixuna). Tinha uma facilidade impressionante para retratar os rostos das pessoas, artista plástico, possuidor de um vernáculo apurado, destes que não se tem mais hoje.
Amantes das coisas da nossa terra. Pescador, em piracaia, violeiro que adorava um sarau ou uma simples serenata. Sabia fazer um prato regional, como ninguém. Conhecedor de nossa gastronomia, folclore, dança, histórias, lingüística, com destaques para o linguajar caboclo e lendas. Foi, ainda professor de Língua Inglesa que falava fluentemente e Professor da UFPa (onde em aulas práticas com seus alunos, plantaram as mudas das mangueiras que hoje arborizam a Av. Presidente Vargas, da Rodagem até a Cuiabá) e ULBRA, em Santarém, nesta trabalhamos juntos.
Gostava de uma bola. Dizia ele que “casou-me numa sexta feira, para não perder a pelada do sábado”. Foi participante do CLUBE DOS 50 aqui em Santarém. Torcedor do São Raimundo (apesar de morar no bairro da Prainha- antigamente tinha disso) e, lamentavelmente do Flamengo. Foi representante do CREA, nesta Cidade.
Pelo seu conhecimento e pela sua cultura foi eleito membro da ACADEMIA SANTARENA DE LETRAS E ARTES, de onde foi presidente, com muito garbo. E lá estava eu, junto com ele.
Era uma pessoa educada no trato com as pessoas, que andava sempre elegante, ”bom talho”, bom anfitrião, quando nos recebia em sua casa e além do mais muito agregador e grande conhecedor da arte de fazer amigos. Foi atuante em grupos religiosos e de serviços, como MCC, (MOVIMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO), GASP (GRUPO DE APOIO AO SEMINÁRIO SÃO PIO DÉCIMO) e APX (ASSOCIAÇÃO DOS EX ALUNOS DO SEMINÁRIO SÃO PIO DÉCIMO).
Foi um bom irmão e adorava seus filhos IGOR e TONHA, com os netos que eles lhe deram.
Só me resta, neste momento dolorido da separação de um amigo de mais de cinqüenta anos, apresentar minha solidariedade a ELZA, sua inseparável companheira, em segundas núpcias, seu genro e nora, seus filhos e netos. E que Ele na outra vida seja bem recebido em umas das muitas moradas oferecidas pelo nosso Pai eterno. Digo, finalmente, que a nossa velha e boa amizade só pela morte foi interrompida. REQUIESCAT IN PACEM! ////////// MISSA DE SÉTIMO DIA em sufrágio da alma de JOSÉ GUMERCINDO REBELO SERÁ HOJE, ÀS 18 HORAS, NA CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
UMAS E OUTRAS: Algumas pessoas já estão contando os dias para o fim do ano, mas não estão preocupados com quantos dias faltam para o dia 07 de outubro, dia da eleição para Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Governador e Presidente, pois eu lhes digo, FALTAM APENAS 73 DIAS PARA AS ELEIÇÕES. Tempo pouco para ver quem merece o nosso voto. Se os regionais, com aqueles mesmos discursos velhos, cansados e “manjados” ou os “paraquedistas” que já estão pousando aqui, como mosca de aniversário. /////// Interessante a passividade do povo santareno, estão construindo um “monstrengo” na Praça da Bandeira, sob a alegação de ser para a segurança pública, e vão descaracterizando as nossas praças. Como sempre disse: acabaram com a Praça do Relógio, para melhoria e veja em que se transformou. Você sabe onde está o relógio? Tomou doril! A Praça de São Sebastião, a Barão de Santarém, depois de instalarem uma antena de uma empresa de telefonia celular. Do outro lado. Tem quiosque da Celpa, trailer da PM, virou uma feira permanente de “um tal” de Master Chef. Depois virá mais uma barraca, mais outra, e outra mais e aí vira a nova Praça da Matriz. Onde não se pode mais andar. Lamentável! Tem alguém decidindo contra o paisagismo da outrora, Pérola do Tapajós!