Prefeitura investe, mas feirantes podem não cumprir acordo

Prazo dado pela PM para trabalhadores deixarem o local terminaria nesta sexta-feira, dia 31

O prazo dado pela PM para que os trabalhadores da Feira do Tablado, na orla de Santarém, deixassem o local e passem a vender seus produtos no Mercadinho da Rodagem, terminaria nesta sexta-feira, dia 31 de agosto. Mas, segundo informações, a Prefeitura solicitou à PM mais uma semana para que essa ação seja feira. O Mercadinho da Rodagem foi cedido pela Prefeitura de Santarém, que destinou recursos para reformá-lo para receber os trabalhadores.

Um dos fatos que chama atenção, é que os trabalhadores não querem deixar a Feira do Tablado, local onde chegam pessoas de várias partes das regiões de várzea de Santarém e de outros municípios, bem como fica na frente do Mercadão 2000.

Segundo informações colhidas por nossa reportagem, parece que de nada vai adiantar o dinheiro gasto pela Prefeitura na reforma do Mercadinho da Rodagem. É que muitos desses trabalhadores possuem boxes dentro do Mercadão 2000 e também na área externa, onde funciona a Feira do Produtor, por isso, eles não fazem questão de se mudar para um local distante de tudo e que sabem que vão ter prejuízos.

Nossa reportagem esteve na quarta-feira (29) no Mercadinho da Rodagem e verificou que o local ainda não recebeu as adequações necessárias por parte da Prefeitura, para receber os feirantes.

A polêmica está formada. Esperamos que tudo seja resolvido civilizadamente e sem violência e que as partes se entendam.

FIQUE POR DENTRO: O fim da Feira do Tablado decorre de uma ação judicial determinada pelo Ministério Público, e acatada pela Justiça. A decisão foi proferida em 2017, devido à falta de estrutura e perigo de contaminação no tablado. A demolição também é necessária devido a obra de reconstrução da orla. Desde que a Justiça proferiu a decisão, uma séria de prazos foram estabelecidos, que nunca foram cumpridos. A Prefeitura diz que já cedeu local (Mercado da Rodagem) para que os feirantes possam continuar suas atividades. Porém, os feirantes afirmam que esse local não possui estruturas adequadas para abrigá-los e ainda sofre alagamentos na época das chuvas.

No dia 06 de julho de 2017, os feirantes que ocupam o local denominado ganharam uma “sobrevida” para exercerem suas atividades e programarem a desocupação do espaço. A homologação foi dada pelo juiz de direito Claytonei Passos Ferreira. Desde então a Prefeitura de Santarém, por meio das Secretarias Municipais de Agricultura e Pesca (Semap), Infraestrutura (Seminfra) e de Mobilidade e Trânsito (SMT), iniciaram ações para assegurar comodidade aos feirantes. Outros tempos foram determinados pela Justiça para que os feirantes deixassem o local. Mas, o último prazo determinado pela Justiça termina nesta sexta-feira, dia 31 de agosto.

O presidente da Associação da Feira do Tablado do Mercadão 2000, José Dorismar dos Santos, quando foi questionado sobre a situação da Feira do Tablado, onde o MPE alegou na Ação que está em precárias condições, mesmo sabendo que de lá todos tiram o sustento de suas famílias, declarou o seguinte: “As condições em que o próprio Ministério Público nos questionou, durante uma reunião que tivemos com a Promotora, a principal exigência foi sobre o ambiente de trabalho. Realmente aqui não temos as condições adequadas. Tudo que temos aqui fomos nós que colocamos. Não pagamos tributos, mas em compensação não damos despesas e arcamos com os custos de toda manutenção do local. Nós comercializamos apenas frutas em geral e outros produtos como queijos e piracuí, ou seja, produtos que não causam mal cheiro. O que provoca mal cheiro é uma lama que escorre dos caminhões-baús que descarregam peixe, inclusive não são nem daqui de Santarém, trata-se de caminhões que vêm do Mato Grosso e de outras cidades de fora da região. São eles que despejam essa lama fedorenta. Em muitas situações nós pagamos pessoas para lavar a canaleta que passa próximo à Feira, para evitar esse mal cheiro. Já vimos a presença de tapurús, mas sabemos que não são das bananas que vendemos”, denunciou.

PM NEGOCIA SAÍDA PACÍFICA: Três reuniões foram realizadas neste mês de agosto, sendo que última aconteceu no dia 13, na sede do Comando de Policiamento Regional I(CPR-I). A Polícia Militar, por meio do CPR-I, do 3ºBPM e da 2ª Companhia Independente de Missões Especiais (2ª CIME), após pedido de apoio para cumprimento de ordem judicial para retirada dos comerciantes da Feira do Tablado, busca por meio de diálogo que os feirantes desculpem o local.

“Expomos para os feirantes, de forma clara e transparente, que existe uma decisão judicial para ser cumprida. Então, de alguma forma ela será realizada. Desta forma, chamamos as partes, a Prefeitura e os comerciantes, para que tudo transcorra da melhor maneira possível, sem nenhum trauma para ninguém. É esse nosso objetivo. A intenção sempre é dialogar, antes de irmos para ação”, disse o Coronel Tomaso, comandante do CPR-I, na ocasião.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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