População da região Norte não consegue controlar o diabetes
Número de diabéticos deve dobrar nos próximos 30 anos no Brasil
Para quem vive com diabetes, controlar a taxa de glicemia é a maior dificuldade. No Brasil, mais de 13 milhões de brasileiros entre 20 e 79 anos sofrem com o diabetes. Os dados da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam para uma notícia nada animadora. Até 2045, segundo a SBD, a doença afete 24 milhões de pessoas, e a maior parte dos pacientes não vai conseguir controlar a doença.
Existem dois tipos de diabetes. O tipo 1, de origem genética, que começa a se manifestar na infância ou na adolescência; e o tipo 2, que pode ser desenvolvida na fase adulta e é influenciada pelo estilo de vida da pessoa. Neste caso, hábitos como tabagismo, sedentarismo e má alimentação contribuem para o surgimento da doença.
O estudo da Sociedade Brasileira de Diabetes também apontou que a dificuldade de controle é maior na região Norte do país, seguida da região Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Para a endocrinologista Denise Franco (foto), diretora da Associação Diabetes Brasil, os números mostram a relação entre a dificuldade de controlar o diabetes e a qualidade dos serviços públicos de saúde.
O estudo da SBD apontou que o número de especialistas no Brasil é insuficiente tanto na rede pública quanto na rede particular. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, existem 5.200 endocrinologistas no país. Segundo a última estimativa do IBGE, o país tem 208 milhões de habitantes, ou seja, uma média de um endocrinologista para cada 40 mil habitantes.
Controlar diabetes exige novo estilo de vida
Controlar a glicemia é um grande desafio porque envolve uma série de mudanças de hábitos e estilo de vida do paciente.
O paciente precisa entender que tem uma doença crônica, que não tem cura, mas que pode ser controlada. “Esse controle depende de mudanças de hábito, de estilo de vida, o que incluiu aceitar a necessidade de uso de medicação e de seguir o tratamento de maneira correta”, diz Denise Franco, médica endocrinologista.
Essas mudanças fazem parte do que se chama de educação em diabetes – é o conjunto de informações que o paciente e as pessoas que convivem com ele precisam assimilar para controlar a doença. “Diabetes não é como uma doença que você toma antibiótico e em sete dias está curado. O paciente tem que saber se cuidar, precisa de informação e precisa estar disposto a aceitar as mudanças”, diz a endocrinologista.
Fonte: Roma News