Artigo – Uma viagem pelos 70 anos de rádio em Santarém

Artigo do jornalista Ednaldo Rodrigues

Em Santarém-Pará, o dia 24 de outubro de 1948 marca a chegada da radiodifusão. Foi implantada a Rádio Clube de Santarém (ZYR-9), acontecimento que hoje (24 de outubro de 2018) completa 70 anos de história. No Pará e na Amazônia, em 22 de abril de 1928 foi implantada a Rádio Clube do Pará (PRC-5), que completou 90 anos; no Brasil, em 7 de setembro de 1922, foi implantada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (PRA-2), que em setembro de 2018 completou 96 anos. A primeira transmissão da Rádio Sociedade foi o pronunciamento do então presidente da República, Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da independência do Brasil.

Nos últimos anos realizei diversas pesquisas científicas sobre o rádio em Santarém, na Amazônia e no Brasil. Antes do curso de jornalismo já me interessava pela história do rádio e dos nossos radialistas, buscas que se aprofundaram com o trabalho de conclusão de curso, no Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES), ao realizar a pesquisa sobre Os sessenta anos de rádio em Santarém: sua trajetória e seus personagens –1948 a 2008 (em parceria com os jornalistas Oti Santos e Minael Andrade). Continuei a pesquisar o assunto na especialização em Jornalismo Científico com o tema: Recepção radiofônica: a etnocenodramaturgia noticiosa no rádio, na comunidade rural de São Benedito de Ituqui, em Santarém – Pará e, também no mestrado, com o tema: Recepção radiofônica: o rádio no cotidiano de uma comunidade rural na Amazônia paraense, em Vila Brasil, rio Arapiuns. Além disso, tenho escrito artigos científicos para revistas especializadas sobre o assunto. Por isso, a minha modesta homenagem ao rádio em Santarém, neste dia tão especial (24/10/2018), com a finalidade de revisitar a história do rádio, um dos suportes de comunicação mais importantes do interior da Amazônia. Este texto é o resumo de um artigo científico publicado em 2012, na Rede Alcar, por ocasião do mestrado na UFPA, em Belém. Pode ser acessado na íntegra: (file:///C:/Users/Aldenilce/Downloads/Historia%20do%20radio%20em%20Santarem-Para_Manoel%20Rodrigues.pdf).

A história do rádio na pérola do Tapajós, entre outras justificativas, deve-se às dimensões continentais, pois representou benefícios bem maiores do que se possa imaginar. Além de reduzir as distâncias, tirou a região do isolamento em relação ao resto do país. Enquanto para outros centros o rádio funcionava como diversão, informação e entretenimento, na Amazônia também era um serviço social para fazer o intercâmbio entre os seus habitantes.

Em Santarém, o rádio trouxe para a proximidade o que sempre foi muito distante. Os serviços oferecidos pelas emissoras radiofônicas também significaram mudança de comportamento. As mensagens, por exemplo, uma vez transmitidas eram ouvida por todos, obrigando as pessoas a externar a sua privacidade. Aquilo que era muito pessoal passava a ser do conhecimento público.

Rádio Clube de Santarém AM – 1948.

A Rádio Clube de Santarém foi inaugurada às 15 horas, do dia 24 de outubro de 1948, como parte da programação comemorativa ao centenário da cidade. O empreendimento foi idealizado pelo advogado Jônatas de Almeida e Silva.

A potência da emissora era de 100 Watts e alcançava só o centro da cidade. Um dos problemas enfrentados para regularizar o funcionamento da rádio era a escassez de energia elétrica, que não dispunha de gerador próprio. Também não poderia contar com o Poder Público municipal, que para atender o hospital e mercado, dependia do gerador de energia elétrica da Empresa de Correios e Telégrafos.

A Rádio Clube teve como prefixo inicial ZYR-9, depois ZYI-536 e frequência de 1.510 Khz. Surgiu, de fato, para atender as demandas dos comerciantes santarenos, que dispunham apenas dos serviços de alto-falantes para a veiculação dos comerciais de suas lojas. Em meados dos anos de 1960, após a morte de seu fundador e pelo interesse do seu filho Pitágoras de Almeida e Silva de se desfazer da emissora, a Rádio Clube de Santarém passou para o controle do empresário e técnico em telecomunicações Rostand Hennington Malheiros.

No ano de 1948, comemorava-se o centenário de elevação de Santarém à categoria de cidade, com o dia 24 de outubro sendo o grande feriado municipal. O prefeito de Santarém, Adherbal Tapajós Caetano Corrêa, incluiu na programação promovida pela Prefeitura, com o consentimento do advogado e vereador Jônatas de Almeida e Silva, a inauguração da Rádio Clube, com a transmissão de um jogo de uma seleção formada pelos principais times da cidade contra o Paysandu. O jogo foi realizado no estádio, que a partir daquela data passou a denominar-se Estádio Municipal Adherbal Corrêa, em homenagem ao prefeito, por seus investimentos no esporte. O jogo entre a seleção de Santarém e o Paysandu terminou com o placar de 3×3.

A Rádio Clube de Santarém funcionou com altos e baixos e foi vencendo com o passar dos anos. O fundador da Rádio Clube de Santarém, Jônatas de Almeida e Silva faleceu no dia 22 de março de 1956, quando a emissora ficou fora do ar por um longo período. A Emissora retornou meses depois sob a responsabilidade dos radialistas João Silvio Gonçalves, José Djalma Vieira Amazonas e Ruth Sousa Santos, por decisão da viúva Emereciana Macêdo de Sena e Silva e do filho Pitágoras de Almeida e Silva.

Sob essa direção, e tendo apenas como funcionários Márcio Batista e o próprio Pitágoras Silva, mais inconstante ainda foi o seu funcionamento indo ao ar a partir das 18h até sair do ar por um longo período no início do ano de 1960. No decorrer desta década, a Rádio Clube foi impulsionada por uma nova diretoria, constituída assim: Presidente: Everaldo de Souza Martins; Diretor: Osmar Loureiro Simões e Técnico de Transmissor: Adalberto Gentil. Pouco tempo depois, com a dispersão dos membros da então diretoria a Rádio voltou à inatividade. Alguns anos depois, com o surgimento da Rádio Educadora, pertencente à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, a família de Jônatas, estimulada a concorrer com a nova emissora da cidade, a recolocou no ar mais uma vez sob a administração do médico Everaldo de Souza Martins que contava com a assistência técnica de Rostand Hennington Malheiros.

Em razão dos compromissos do responsável pela emissora com as suas atividades como médico do hospital da Fundação de Saúde do Estado de São Paulo (FSESP) e o falecimento de Pitágoras de Almeida e Silva, no dia 7 de março de 1966, a Rádio passou a ser administrada pelos radialistas Antônio Oliveira da Palma e Orlando Teixeira de Borba, integrantes do quadro de locutores da própria Rádio. Meses depois, numa nova investida da viúva de Jônatas de Almeida e Silva tentando revitalizar a emissora, confiou a administração da rádio ao jornalista Linomar Saraiva Baia, que esporadicamente se deslocava de Belém para exercer o cargo.

Ao final dessa década (1960), sem alternativas viáveis para manter a emissora em funcionamento e sem condições de concorrer com a rádio católica, a viúva de Jônatas resolveu transferir o controle acionário da Rádio Clube de Santarém ao seu advogado Armando Moraes Fonseca. Em razão desse fato, no dia 5 de outubro de 1970 o jornalista Linomar Saraiva Bahia enviou ao radialista Sinval Ferreira, responsável de fato pela emissora em Santarém, uma autorização para que entregasse as chaves da ZYR-9 ao novo dono Armando Fonseca.

No início de 1970, a Rádio Clube de Santarém, já sob a nova administração, foi transferida da Travessa dos Mártires, 185, Centro, para o 3º e último andar do edifício Augusto Coimbra, altos da extinta Casa Vitória, na Travessa 15 de Agosto, entre Avenida Tapajós e Lameira Bittencourt. Desse imóvel, por falta de pagamento do aluguel à família Coimbra e para evitar o vexame do anunciado despejo, a Rádio foi transferida às pressas, graças ao esforço de Armando Fonseca e do técnico de som Amir Soares Calderaro, para o bairro do Salé, também conhecido por FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), onde já operava o sistema de transmissão.

Finalmente, adquirida pelo empresário e ex-deputado estadual Nivaldo Soares Pereira, voltou a operar 15 dias depois, em 30 de abril de 1988, já em novo endereço, na Avenida Mendonça Furtado com a Travessa Silvino Pinto, com o atual nome de Rádio Ponta Negra, na frequência 850 Khz.

Em 1988, a nova emissora entra em operação com bons profissionais ao microfone, como Olímpio Guarany, Edie Ribeiro, Luiz Abreu, Marcos Nogueira, entre outros. A equipe esportiva contava com Olímpio Guarany, Paulo Campos, Peninha Povão, Domingos Campos e Celivaldo Carneiro. A solenidade de inauguração oficial da Rádio Ponta Negra aconteceu somente no dia 12 de maio de 1988 sob a coordenação do empresário Nivaldo Pereira.

Rádio Rural de Santarém AM – 1964

Foi inaugurada em 5 de julho de 1964 a emissora da então Prelazia de Santarém, com o nome de Rádio Educadora de Santarém. Com o prefixo inicial de ZYE-29, potência de 1 Kw em Onda Média e frequência de 1.360 kHz, assim manteve-se até 1968, quando ganhou a Onda Tropical com 5 kws. Em 1969, mudou de denominação e passou a ser chamada de Rádio Rural de Santarém. O seu público era o ouvinte que se encontrava a longa distância, nos garimpos e nos municípios vizinhos, onde a comunicação por meio do rádio, praticamente, inexistia.

A Rádio Rural foi projeto defendido pelo Bispo Dom Tiago Ryan, que sempre entendeu que a então Prelazia de Santarém precisava de um veículo de comunicação próprio para difundir os seus objetivos de educação e evangelização. Juntamente com a nova emissora surgiram os programas Movimento de Educação de Base (MEB), o Correspondente Rural, a Parada Social e depois E-29 Show; o Show da Tarde; Chamada Geral; a Nossa Serenata; as Transmissões Esportivas; o Jornal da Manhã e outros programas de sucesso.

Em 1976, a Onda Tropical (OT) na frequência de 4.765 kHz passou a 10 kws. Em 1981, foi a vez da Onda Média subir para 5 kws, mudando sua frequência em 1988, de 1.360 para 710 kHz. Atualmente, a emissora da Diocese desafia a distância com uma potência invejável em sua Onda Média de 25 kws, cobrindo todo o território paraense.

Os colaboradores Antônio Pereira, Ércio Bemerguy, Edinaldo Mota, Haroldo Sena, Osmar Simões, Manuel Dutra, Eduardo dos Anjos e os padres Luís Pinto, Valdir Serra, Edilberto Sena e Auricélio Paulino, dentre outros, na condição de gerentes ou não, marcaram a história da emissora.

Rádio Tapajós FM – 1980

A Rádio Tapajós FM foi inaugurada em 26 de maio de 1980, com o prefixo ZYD-201, frequência de 94,1 Mhz, com 9,6 kws, em solenidade que contou com a participação do radialista e bancário Ércio Bemerguy como mestre de cerimônia.

A Rádio Tapajós iniciou suas atividades com a proposta de uma programação voltada à juventude. A cidade de Santarém e região apresentavam número elevado de jovens em relação aos adultos que estavam habituados a ouvir a tradicional programação das rádios AM. Diante dessa constatação, a rádio FM surgia para disputar um mercado em franco crescimento, sem muita concorrência.

As bênçãos foram postas pelo frei Vitorino Micka e a fita, cortada pelas senhoras Vera Pereira e Tereza Cristina Corrêa, respectivas, esposas dos empresários Joaquim da Costa Pereira e Paulo Campos Correa. O toque inaugural foi acionado pela primeira dama do município, Astrid Guimarães, esposa do então prefeito Antônio Guerreiro Guimarães, e pelos empresários Joaquim Pereira e Paulo Corrêa. Como orador oficial, o ex-deputado Ubaldo Corrêa. Dentre os muitos presentes no evento estavam os convidados especiais, o ator Lúcio Mauro e Marília Barbosa, vindos do Rio de Janeiro.

Inicialmente, com os seus estúdios improvisados na casa dos transmissores, com dois gravadores de rolo AKAI sobre uma bancada, a rádio foi ao ar à noite com um sucesso internacional instrumental. O operador de som era Luiz Carlos de Moraes Coelho. A partir de então passou a transmitir a programação “enlatada” da rádio Transamérica. O funcionamento da Rádio Tapajós FM foi semelhante a tantos outros projetos na Amazônia, ou seja, de forma improvisada por falta de uma estrutura adequada, embora a história da emissora tenha caminhado de forma exemplar em direção ao profissionalismo.

Os primeiros locutores da 94 FM foram Arturo Gonçalves e Marcelo Douzani. Em 20 de setembro de 1988, a Rádio Tapajós FM deu um salto em qualidade e alcance, passando a operar com 10 kws de potência, igualando-se a concorrente, FM Guarany.

Rádio Guarany FM – 1981

A Rádio Gruarany FM foi inaugurada em 5 outubro de 1981. A emissora é um projeto do ex-bancário Otávio José de Siqueira Pereira em parceria com os filhos Ademir e Ademilson Macedo Pereira. Nesse projeto – que, aliás, conseguiu envolver toda a família – a persistência dos “Pereira” começou a conquistar êxito após duas décadas de muita dedicação com o som da segunda rádio FM da cidade, na frequência de 96,1 Mhz, entrando no ar em 31 de dezembro de 1982 com seus estúdios e transmissores localizados anexo ao Colégio Dom Amando, graças à sensibilidade dos Irmãos de Santa Cruz, na pessoa do diretor do colégio, irmão José Ricardo Kinsman.

O nome “Guarany” decorreu devido o serviço de propaganda volante e cobertura de eventos do empresário Otávio Pereira, um projeto realizado antes da implantação da rádio. O serviço de som Guarany cobria festa dançante, arraial e solenidades oficiais como o desfile de 7 de Setembro. Ao iniciar essas atividades executava como espécie de prefixo de abertura a trilha sonora “O Guarani”, de Carlos Gomes.

A abertura dos trabalhos do sistema de som com a trilha sonora O Guarani tornava o serviço simpático aos governantes, agradando o governo militar. Mesmo após a Ditadura Vargas a trilha foi mantida para evitar problemas com o regime de Governo da época. Dessa maneira Otávio Pereira se beneficiou do momento de crise política que o Brasil enfrentou nos anos de 1950, uma que vez a cidade de Santarém era considerada pelo governo federal como “Área de Segurança Nacional”, mantendo a presença frequente dos militares do Exército Brasileiro, na cidade.

No dia 5 de outubro de 1981, o Ministério das Comunicações concede a tão cobiçada licença de operação à Rádio Guarany FM, de Santarém, prefixo ZYB 203, na frequência de 96,1 MHz. No dia 31 de dezembro de 1982, vai ao ar em caráter experimental. Em 7 de dezembro de 1987 a rádio muda de frequência, em meio a um show, no Complexo de Nossa Senhora da Conceição, com as duplas Wilsinho & Paulinho e Tinho & Ray Brito, passando de 96,1 MHz para 100,3 MHz.

Em 24 de dezembro de 1987, a Guarany FM já tem nova frequência: 100,3 MHz. Inicia a operação com o novo transmissor, que permitiu aumentar sua potência de 2,5 kws para 10 kws. Em 15 de dezembro de 1989, a Rádio Guarany FM inicia o processo de mudança do prédio anexo ao Colégio Dom Amando para as suas instalações próprias, na Travessa 7 de Setembro, esquina da Avenida Presidente Vargas, onde se encontra atualmente, no ano de 2018.

Rádio Tropical de Santarém AM – 1985

Com a redemocratização do país e o interesse do presidente José Sarney em aprovar no Congresso Nacional a regulamentação da reeleição para presidente da República, o governo federal disponibilizou aos parlamentares da base aliada concessões de canais para rádio e televisão.

Aproveitando-se dessa oportunidade, o ex-prefeito e ex-deputado Ubaldo Corrêa, valendo-se do prestígio pessoal, conseguiu duas concessões de rádio e TV. No dia 15 de fevereiro de 1985 implantou a mais nova emissora da cidade, a Santarém Rádio e TV Ltda., em parceria com o filho Ruy Imbiriba Correa e o irmão Manoel Cornélio Campos Correa.

A Rádio Tropical foi inaugurada em 1º de maio de 1985 com os estúdios instalados na Avenida Rui Barbosa, 136, transferindo-se anos depois para a Avenida Afonso Pena, 25, onde se encontra em 2018. A rádio, com potência de 5 kws em Onda Média e prefixo ZYT, opera na frequência de 650 kHz.

Cinco anos após sua inauguração, em junho de 1990, diante do interesse das Organizações Rômulo Maiorana de Comunicação (ORM) – Grupo Liberal, de Belém, Ubaldo Corrêa firmou uma parceria por meio de um contrato de arrendamento e por algum tempo a emissora passou a integrar o sistema de comunicação desse grupo, que buscava expandir-se para cobrir todo o Estado. Em decorrência dessa inovação na radiofonia local, retornava a Santarém, sua terra natal, um dos diretores das ORM, Guarany Júnior, para dirigir a emissora da família Corrêa.

No final dos anos 1980, com a contratação de profissionais egressos da Rádio Rural e extinta Rádio Clube, como Jota Ninos, Jota Parente, Bena Santana, Osvaldo de Andrade, Edinaldo Mota, Clenildo Vasconcelos, dentre outros, a emissora dos Correa investe em uma diversificada programação, principalmente, no jornalismo e no esporte.

Nesse período vai ao ar o programa radiofônico “Comando Tropical”, com sátiras direcionadas principalmente ao contexto político e com o surgimento da figura do “Broncolino”, sob a responsabilidade do radialista Amadeu Santos.

A TV Santarém, empresa do mesmo grupo, inicia suas transmissões no dia 18 de novembro de 1990 com imagens da Rede Bandeirantes. No dia 10 agosto de 1991, a Rádio Tropical e a TV Santarém, Canal 12, deixam a Avenida Rui Barbosa, 136 e passam a operar em novo prédio, na Avenida Afonso Pena, 25, bairro Jardim Santarém. Em 23 de agosto de 1992, a TV Santarém leva ao ar o “Patrulhão da Cidade”, tendo como âncora o jornalista Clenildo Vasconcelos, que apresentou a programa durante 21 anos. Em abril de 1996, com o falecimento de Ubaldo Correa em pleno exercício do mandato de deputado federal, o filho dele, Ruy Correa assumiu a direção das emissoras de rádio e televisão.

A partir de maio de 2012, o grupo Rede Brasil Amazônia (RBA), liderado pela família do senador Jader Barbalho (MDB), encampou a Rádio Tropical de Santarém, passando a denominá-la Rádio Clube Tropical de Santarém.

Rádio Princesa FM –2013

A Rádio Princesa FM, 91,3 foi inaugurada em 20 de setembro de 2013, sexta-feira, às 15h22, com sinal sendo gerado da cidade de Santarém, com transmissor de 12,000 Watts de potência, com a proposta de cobrir todos os municípios da Região Oeste do Pará.

O projeto teve a liderança empresarial e política do Deputado Federal Wladimir Costa (MDB-PA). A programação de inauguração foi uma grande festa com a participação de artistas de renome e ainda contou com a presença do Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, e do procurador da “Lageado Comunicação LTDA.”, Dr. Francisco de Assis.

Locutores pioneiros (1948-2008)

No primeiro ano do rádio em Santarém, a partir de 1948, entre os grandes locutores e repórteres, a pesquisa apontou Osmar Simões (o pai do rádio santareno). Também são citados Elias Pinto, Milton Garcia, Argemiro Imbiriba, Ellis Vieira, Charles Merabeth, Pitágoras de Almeida e Silva, Edenmar da Costa Machado e Ruth Santos.

A partir de 1960, surgem nomes como João Silvio Gonçalves, Eduardo Ferreira, Ércio Bermerguy, Antônio Pereira, Miracildo Corrêa, Orlando Borba, Rosélio Silva, Valentim Afonso e Rosivaldo Silva, Oscar Malheiros, Júlio César Imbiriba, Jarbas Rodrigues, Otávio Simões, Éfrem Galvão, Marlene Santos, João Borges Neto, Marilda Alho, Clementino Lima, José Maria Pires, Raul Silva, Alba Rosa Malheiros, Ana Maria Patrício, Antônio Palma, Eduardo Araújo, Guarany Júnior, Rui Guimarães e Cláudio Serique.

A partir de 1970, a história registra os nomes de Gilberto Sousa, Isaac Abraão Serruya, Delmo Pantoja, Rosival Cardoso, Alaíde Franco, Edmar Rosas, João Luiz Paiva de Castro, Antônio Maria, Eriberto Santos, Inês Gonçalves, Santino Soares, Dário Tavares, Tony Reis, Jota Nogueira, Jota Parente, Osvaldo de Andrade, Oti Santos, Bena Santana, Gerson Gregório, Sinval Ferreira, Hélio Nogueira, Natalino Sousa, Leal de Sousa, Arnoldo Campos, Hilton Fernandes, Eufrázio Brito, Sampaio Brelaz, Olímpio Guarany, Campos Filho, Euládio Belizário e Habibe Bechara.

A partir de 1980 registram-se novos comunicadores: Milton Corrêa, Lamberto de Carvalho, Celso Furtado, Sônia Santos, Douglas Lima, Sandro Ytaiguara, Jorge Carlos, Marcos Luiz, Ray Pereira, Minael Andrade, Delson Santos, Armando Carvalho, Miguel Pinto, Ednaldo Rodrigues, Francisco Sales, Thompson Mota, Geraldo Bandeira, Luiz Carlos Botelho, Bena Lago, Ivaldo Fonseca, José Ibanês, Dornélio Silva, Jota Ninos, Nelson Gil, Anselmo Colares, Ronei Oliveira, Dira Cordeiro, Peninha Povão e Nelson Mota. A partir de 1990, outros locutores e sonoplastas foram revelados no segmento radiofônico em Santarém.

Sonoplastas pioneiros (1948-2008)

Nos 60 anos de rádio em Santarém, também se destacaram os programadores musicais e sonoplastas, como eram conhecidos na época, atualmente denominados operadores de áudio. Dentre eles: Maria dos Remédios, José Cunha, Amir Calderado, Luiz Carlos de Moraes, Raí Marinho, Manolo Santos, Raifran de Sousa, Lorde Edgar, Cristóvão Pena, Francisco Sales Nascimento, José Maria Gama, Clenildo Vasconcelos, Wilton Douzani, Emílio Azevedo, Gilberto Dener, Nonato Nascimento, Carlos Franklin, Afonso Arinos, Edílson Canto, Darleusson Menezes, Mizael Neves e Eusébio Brito.

Percebe-se que a ZYR-9, a Rádio Clube de Santarém abriu caminho à implantação de outras emissoras, como a Rádio Rural de Santarém, Rádio Tropical de Santarém e as FMs Tapajós, Guarany e Princesa.

Este trabalho privilegia a pesquisa documental e de campo, por meio de entrevistas com descendentes dos atores sociais que participaram do processo de aquisição,  instalação e de pessoas que testemunharam a implantação do rádio em Santarém. E que esse processo se deu no âmbito das inovações tecnológicas dos meios de comunicação de massa, a partir da primeira metade do século XX.

No decorrer do estudo, identificou-se a trajetória de implantação das seis  emissoras de rádio em Santarém, os principais locutores e operadores de áudio, bem como os programas radiofônicos mais importantes que permaneceram no ar por mais tempo.

Percebeu-se com a pesquisa, que o rádio em Santarém registra três momentos distintos: o rádio feito pelos amadores apaixonados ocorreu a partir do ano de 1948, quando as pessoas trabalhavam por amor e abnegação em uma atividade que ainda não era considerada como profissão; o rádio marcado pelos profissionais e concorrentes, a partir do ano 1964, com a chegada de uma nova estação; e o rádio competitivo, marcado pela economia de mercado, de modo mais dinâmico pelo induzimento das práticas televisivas que revolucionou a cidade a partir dos tapes da Copa do Mundo de 1978.

Para finalizar, o rádio em Santarém nos mostra um diferencial na qualidade e vem ao longo do tempo cumprindo com a missão de contribuir para o desenvolvimento social, cultural, político e econômico da região amazônica. Além disso, o rádio é  comprometido com a justiça, com a solidariedade e com o exercício pleno da cidadania mediante a informação, crítica e reflexiva.

* O autor é jornalista, pesquisador e mestre em Ciências da Comunicação.

Fonte: RG 15/O Impacto

2 comentários em “Artigo – Uma viagem pelos 70 anos de rádio em Santarém

  • 23 de outubro de 2018 em 18:46
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    Si nao vi o nome do seu gerson gregorio na história da Rural

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  • 23 de outubro de 2018 em 16:46
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    Parabéns pelo Artigo Ednaldo. Muito bom ver.

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