PF deflagra operação nos estados do Pará, Bahia e Espírito Santo
Na manhã desta terça-feira (6) a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Migrador para desarticular um grupo criminoso responsável pela extração clandestina de manganês nos estados do Pará, da Bahia e do Espírito Santo. A PF cumpre 111 mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá/PA, dos quais 24 são mandados de prisão preventiva, 29 mandados de busca e apreensão, 52 mandados judiciais de bloqueio de contas bancarias e sequestro de bens e 6 ordens judiciais de suspensão das atividades econômicas das empresas investigadas. No Pará, os mandados de prisão e de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Marabá, Parauapebas, Curionópolis, Eldorado dos Carajás/PA e Canaã dos Carajás. Na Bahia, ocorre em Salvador. No Espírito Santo, em Vila Velha.
Segundo a Polícia Federal, as investigações iniciaram em 2015, após a deflagração da Operação Buriti-Sereno. “Com a análise dos documentos e informações coletadas, além de diversas ações investigativas realizadas, constatou-se que existe na região uma verdadeira ação articulada de pessoas e empresas para extração, beneficiamento, transporte e exportação de minério, através da falsificação de documentos públicos e fiscais, com o intuito de dar aparência de licitude à atividade criminosa”.
As diligências da polícia apontam que um grupo de empresas e pessoas físicas vem de forma reiterada usurpando minério de manganês extraído, sem autorização dos órgãos competentes, nas regiões conhecidas como Vila União, em Marabá (PA) e nas serras do Buriti e Sereno, localizadas entre os municípios de Curionópolis e Parauapebas. De acordo com levantamentos iniciais feitos pela PF, a quantidade de manganês extraída, assim como os prejuízos causados pela extração clandestina decorrentes do não pagamento de tributos, e ainda os danos ambientais provocados, causaram prejuízos da ordem de cerca de R$ 87 milhões.
Os investigados responderão pelos crimes de usurpação de bens da união, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e uso de documento falso. Ao todo as penas pelos crimes investigados podem alcançar mais de 30 anos. Os presos serão encaminhados para presídios das cidades de Marabá, Salvador e Vila Velha, onde ficarão à disposição da Justiça Federal.
O nome da Operação Migrador é uma alusão à citação bíblica do livro de Joel, capítulo I, versículos III a IV, que fala do gafanhoto migrador, que após assolar determinada região se muda para outros campos.
Fonte: ORM