ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDELWALD – Opinião | Sem spoilers
ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDELWALD
(Fantastic Beasts & Where to Find Them 2)
Por: Allan Patrick
A famosa escritora J.K. Rowling faz parte da seleta classe dos autores mais amados de todos os tempos, dentre seus inúmeros feitos, lançou em 1997 o primeiro livro da saga “Harry Potter”, que estremeceu o complexo mundo da literatura, cinema e cultura pop. O mundo de bruxos criado por Rowling é de fato uma obra-prima que apaixonou os corações de leitores e plateias do mundo todo, obtendo assim, uma legião de fãs.
Com o final triunfante da franquia cinematográfica “Harry Potter”, após oito longos anos, a Warner Bros queria continuar ganhando dinheiro em cima de uma de suas marcas mais famosas. E lógico, não demorou para criarem uma nova franquia, usando como premissa o livreto “Animais Fantásticos”, nessa produção, o estúdio contratou a própria Rowling como roteirista dos cinco filmes, que inclusive foram divulgados.
“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” é um verdadeiro espetáculo visual imersivo, com efeitos especiais de pontas e uma fotografia estonteante que nos remete aos filmes “Harry Potter”, os efeitos são os mais realistas de toda a franquia “Harry Potter”, você de fato acredita que tudo aquilo existe, inclusive a produção nos leva para vários lugares conhecidos, como a inesquecível escola de bruxaria Hogwarts. Repleto de cenários colossais e cenas épicas de ação, o filme eleva o nível da aventura de uma forma ainda nunca vista na franquia. São explosões de tirar o fôlego, aqui conhecemos novos animais fantásticos, novos truques de magia e muita correria.
Se por um lado o apaixonante e empolgante visual criado pelo diretor David Yates é um colírio para os olhos, não posso falar o mesmo sobre a continuação da história de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” de 2016, trata-se de uma história cansativa e complexa. Complexa ao nível dos livros, é aí que encontramos a fragilidade do roteiro, em sua complexidade. Rowling como roteirista, certamente é uma ótima autora de livros. “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” nos apresenta um roteiro esquisito, que se perde em diversas tramas e subtramas desnecessárias e confunde o espectador com diversos excessos e personagens desnecessários. Gente, é notória a inexperiência de Rowling como roteirista, já que ela parece adicionar muito mais do que o filme realmente precisa, muitos detalhes, monólogos longos e entediantes. “Talvez ela queira adequar a forma visual do livro no filme, e não dá muito certo”. Ao longo dos longos 134 minutos de projeção, somos apresentados a mais de vinte novos personagens e seguimos mais de quatro seguimentos diferentes que se unem no final, deixando o filme totalmente sem ritmo. Sinceramente quase cochilei em alguns momentos.
Mas de contrapartida temos um elenco espetacular. Eddie Redmayne volta a viver o abobado Newt Scamander, que apesar do coração puro e inocente continua sendo recrutado misteriosamente para missões perigosas. Dan Fogler continua divertido como o alívio cômico Jacob; gente como alívio cômico esse gordinho arrebenta, me arrancou muitas gargalhadas, e Alison Sudol brilha como Queenie Goldstein é uma pena que a história do casal se monstra tão superficial e cansativa, poderia ser muito diferente.
Outro que brilha na produção e Ezra Miller como Credence, que tem a melhor subtrama (para quem não lembra, ele foi o The Fhash em Liga da Justiça), seguido por Jude Law, irrepreensível no papel de um jovem Albus Dumbledore cuja homossexualidade é levemente indicada. Agora quem rouba a cena mesmo como de costume é Johnny Depp como Gellert Grindelwald, apesar das polêmicas, abraça o personagem de maneira brilhante.
“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” na minha opinião foi um pouco quanto apressado, acredito que esse filme poderia facilmente ter sido dividido em três filmes para ficar menos complexo e cansativo, fica evidente que trata-se de uma preparação para a sequência, algo bem episódico. Detalhe para os novos Animais Fantásticos, incluindo Zouwu, um monstro encantador com um rosto de gato e um corpo longo que gira como um dragão de Ano Novo chinês lembrando um cãozinho de estimação de um amigo chamado “Bolinha”, roubando todas as cenas em que aparece. Gente, é espetacular.
Ah, não posso esquecer de falar da grande presença de fan service, o filme promete agradar aos fãs mais fiéis da franquia e do Mundo Bruxo de Rowling, mas o resto dos mortais com certeza sairão dos cinemas se achando um literalmente um “trouxa” por não entender o tanto de história que a autora tentou espremer no filme, ou seja, é obrigatório conhecer no mínimo o filme anterior. O 3D está perfeito, vale a pena. Minha Nota 7,0.