Especialista do HMS orienta sobre prevenção contra picada de animais peçonhentos
O período chuvoso pode chamar alguns animais indesejados para dentro de casa.
Na primeira quinzena de 2019, o Hospital Municipal de Santarém (HMS) já registrou 21 atendimentos por animais peçonhentos. Os que mais picam são as cobras, totalizando o número de 16 casos. Em segundo lugar estão os escorpiões com 5 acolhimentos. Os dados são coletados pelo setor de epidemiologia da Unidade.
O HMS é referência na região Oeste do Pará em tratamento com soros antivenenos. Para o infectologista Alisson Brandão, a única forma de evitar que esses números continuem a crescer é a prevenção.” Ou seja, atenção redobrada nos locais de rios, matas e casas rodeadas pela flona”, orientou.
O infectologista destaca ainda que Santarém é uma cidade considerada endêmica no que diz respeito a acidentes por animais peçonhentos. Casos por picada desses animais são registrados o ano todo, mas é no período chuvoso que esse número aumenta. “Escorpiões, aranhas e até as cobras costumam buscar espaços secos para se proteger das enchentes e acabam se tornando um perigo”, alertou.
Nos casos dos escorpiões e aranhas, vale ficar atento dentro de casa. Esses animais pequenos podem facilmente entrar nos calçados, cantos de assoalhos, buracos na parede, ralos e até mesmo ficar em almofadas e lençóis. Abrigo perfeito na hora da chuva.
Já nos casos das cobras, principalmente para quem mora na região de rios e área rural, a orientação é ligar o alerta, usar botas e calças folgadas, esses objetos dificultam o bote. “O animal pelo próprio instinto de sobrevivência, busca abrigo longe da chuva, tendem a sair das várzeas e da água, se aproximando das moradias”, disse o médico.
O que fazer quando for picado?
A orientação é procurar o HMS imediatamente. Somente na Unidade será possível receber todo o atendimento adequado, ofertado pelo SUS. Os soros antiveneno ficam armazenados na Unidade. Os mais usados são os antiofídicos e antiescorpiônico. “O especialista irá avaliar a gravidade do acidente para decidir se é necessário aplicar o soro nos casos de escorpião. E nos casos de cobras venenosas, é aplicado poucos minutos após a chegada”, explicou o infectologista.
Os soros mais usados em 2018 foram para picadas de cobra da espécie jararaca. Manuel da Silva Viana, 37 anos, morador da comunidade Terra Preta, na região de várzea, foi uma vítima desse tipo de cobra. O fato aconteceu no último domingo. Ele conta que foi subir em uma árvore de açaizeiro quando a jararaca picou o braço direito. “Eu não esperava que ela estivesse por perto. Foi muito rápido, quando eu me dei conta, ela já estava indo embora”, falou. O paciente fez o tratamento com soro específico e deverá receber alta em breve.
Edlei Pereira, de 23 anos, também morador da várzea, foi picado por uma surucucu. “Eu trabalho de vaqueiro. Eu fui atrás do gado no meio do mato, mas eu fui sem bota. Esse foi o meu erro. A cobra pegou um pouco acima do meu calcanhar”, relatou. O paciente se recupera e está estável.
O contato com animais peçonhentos pode até levar à morte caso a pessoa não seja socorrida e tratada adequadamente. O atendimento médico deve ser o mais rápido possível. “Deve-se evitar soluções caseiras, aplicar qualquer tipo de substância no local da picada ou “chupar o veneno””, finalizou Alisson Brandão.
Fonte: RG 15/O Impacto e Natashia Santana/IPG