Milton Corrêa Ed. 1258
A contradição da falta d’água em Santarém
Santarém, cidade pólio de desenvolvimento do Oeste do Pará, onde se concentra toda a movimentação econômica da região, dada a sua alta produção agropecuária, de serviços e comércio. Crescendo a cada dia nessas potencialidades, vive um drama, que não deveria existir. A FALTA D’AGUA nas torneiras das residências santarenas.
Atualmente a população com justíssima razão reclama a falto do precioso líquido, que tem sido objeto de inúmeras discussões, negociações e já está inclusive a nível judicial. O fato é que qualquer que seja o resultado de tudo isso, o alvo será sempre a população consumidora. Como está não pode continuar. Caso a gestão do fornecimento d’água em Santarém venha a ser privatizado ou gerido pela gestão municipal. É muito provável o uso de hidrômetros, o que atualmente não ocorre. Com a medição do consumo da água pode ocorrer o que se verifica com a energia elétrica, pela qual sempre pagamos valores altos.
O impressionante é que somos uma cidade banhada pelo grandioso rio Tapajós, cercada de bacias hidrográficas, formadas por inúmeros igarapés de sobra temos o aquífero Alter do chão, que segundo especialistas no assunto se sobrepõe e muito ao aquífero Guarani e ainda assim, nós santarenos não temos água em nossas residências. Essa situação torna-se inaceitável! Diversos setores juntamente com a sociedade trabalham na busca da solução do problema. Que a solução encontrada seja em favor do interesse da população.
Aquífero Alter do Chão
Para se ter uma idéia da abundância de água no subsolo, nós temos o privilégio de dispormos do Aquífero Alter do Chão é um reservatório de água subterrânea e, assim como os aquíferos em geral, apresenta rochas permeáveis o suficiente para garantir a rápida infiltração de água das chuvas, permitindo também o seu deslocamento interno e a sua consequente filtragem. Trata-se de uma das principais reservas de água doce do Brasil e do mundo, cuja sustentabilidade precisa ser devidamente garantida.
A importância do Aquífero Alter do Chão vem se tornando cada vez maior em função de recentes descobertas científicas que comprovaram ser esse o maior aquífero do mundo em termos de volume de reserva de água. O Aquífero Guarani, antes considerado como o maior do país, possui uma área até maior, mas uma quantidade de água inferior, com cerca de 45 mil km³ de água distribuídos em 1,2 milhões de km². Já o Alter do Chão possui 86 mil km³ de água e pouco mais de 400 mil km² de área, o que daria para abastecer toda a população mundial durante cerca de 250 anos. O Aquífero Alter do Chão está localizado na região Norte do Brasil, mais precisamente em algumas partes dos estados do Amazonas, Pará e Amapá. Sua área de ocupação, no entanto, apresenta baixas densidades populacionais em comparação com o restante do país, de modo que a utilização de suas águas dependeria de uma maior eficiência sobre os meios de transporte.
Em termos de composição, o Aquífero Alter do Chão é formado por um sistema de aquífero livre em sua porção superior, que ocupa uma profundidade de até 50 m e também por um sistema fechado ou confinado, que se mantém em uma profundidade de 430 m, sendo essa de mais difícil acesso. Essa configuração faz com que o Alter do Chão seja classificado como um aquífero do tipo misto, com ambientes livres e confinados ao longo de toda a sua estrutura.
De acordo com um estudo realização pelo Serviço Geológico Nacional, o principal risco em torno da qualidade das águas do aquífero em questão é a contaminação por meio de poços abandonados e construídos sem os devidos cuidados técnicos. Por meio deles, poderia haver um escoamento de águas superficiais eventualmente poluídas ou contaminadas para as áreas interiores do aquífero, o que requer maiores cuidados para evitar a inutilização dos recursos hídricos locais. A contaminação dessas águas, por sua vez, pode ocorrer pela má destinação de esgotos e lixos urbanos em cida des próximas, além do emprego inadequado de agrotóxicos em ambientes rurais na região.
Atualmente, existem várias cidades na região Norte, sobretudo no estado do Amazonas, que se utilizam das reservas hídricas do Aquífero Alter do Chão. A capital Manaus, por exemplo, possui 40% de seu abastecimento hídrico a partir de águas dele oriundas, além de algumas outras cidades desse e dos demais estados por onde a água do aquífero se estende.
Para garantir a manutenção do Aquífero Alter do Chão, é preciso, além de uma correta administração pública nas três esferas governamentais (municipal, estadual e federal), a conservação das áreas naturais da região, principalmente a vegetação. Afinal, é a Floresta Amazônica que gera umidade para a atmosfera e garante a existência de chuvas na região, além de diminuir o impacto das chuvas sobre o solo e permitir a maior infiltração das águas pluviais.
Aquífero Guarani
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
O Aquífero Guarani possui cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a Bacia do Chaco–Paraná, estando presente em quatro países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil, esse aquífero se estende pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Não se sabe com precisão a quantidade de água armazenada no Aquífero Guarani, no entanto, conforme a Agência Nacional de Águas (ANA), as reservas permanentes de água são da ordem de 45 mil quilômetros cúbicos, sendo que aproximadamente 65% desse total está localizado no território brasileiro.
O armazenamento da água no Aquífero Guarani ocorre em função da estrutura geológica do local. De acordo com o geólogo José Luís Albuquerque, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo, essa região é composta de pouca argila e muita areia, funcionando como uma espécie de esponja gigante, em que ocorre a absorção das águas das chuvas, que ficam confinadas sob centenas de metros de rochas impermeáveis.
O Aquífero Guarani é um importante manancial para o consumo humano. Atualmente, existem mais de dois mil poços perfurados no Sistema Aquífero Guarani, com profundidades que variam entre 100 e 300 metros. No Brasil, esse reservatório de água está localizado numa das áreas de maior concentração populacional do país. Em algumas regiões, como, por exemplo, Ribeirão Preto, cidade do estado de São Paulo, o aquífero vem sofrendo contaminação por agrotóxicos e pelo vinhoto (resíduo proveniente da destilação fracionada da cana-de-açúcar). Outras substâncias também podem provocar a poluição desse reservatório subterrâneo, pois a água da chuva entra em contato com esses elementos e, posteriormente, é infiltrada. Visando preservar a qualidade da água e explorar de forma consciente esse recurso, está sendo elaborado o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani. Realizado pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Banco Mundial, esse projeto tem por objetivo tornar o Guarani uma fonte real de água, formulando um marco legal para a gestão compartilhada, pelos quatro países envolvidos, dos recursos hídricos subterrâneos. Estima-se que serão gastos 26,7 milhões de dólares nesse projeto.
TECNOLOGIA: “Comidas do futuro”
Picanha vegetal e hambúrguer feito a partir da proteína de ervilha, soja e grão-de-bico já estão disponíveis em São Paulo. Especialista revela que impressoras 3D podem ser usadas, em um futuro próximo, para imprimir comidas
Repórter Cintia Moreira (Agência do rádio)
Você já parou para pensar como tecnologia vai mudar a forma de nos alimentaremos no futuro? Teremos comida suficiente para suprir toda a população do mundo em alguns anos? Diante de tantas perguntas, a resposta está próxima do que se imagina.
Em junho deste ano, por exemplo, ocorreu a primeira entrega de comida feita por um drone na América Latina. O delivery ocorreu na cidade de São Paulo e transportou uma picanha vegetal.
“É feita por uma gordura vegetal. A gordura é um queijo criado na casa. A parte da carne é a base de arroz vermelho, beterraba, temperos, fumaça líquida, para dar um defumado nela. Ela foi assada e transportada via drone até o outro ponto. E foi bacana porque foi a primeira entrega de comida autorizada no Brasil pela ANAC, foi uma comida vegana, a gente instalou a bandeira internacional do veganismo também e deu tudo certo”, afirma Bruno Barbosa, sócio da NoBones, açougue vegano da capital paulista.
Agora, você já imaginou comer um hambúrguer que só leva ingredientes naturais e vegetais, feito a partir da proteína de ervilha, soja e grão-de-bico e colorido artificialmente com beterraba? Pois ele já existe. A Lanchonete da Cidade, que tem cinco unidades na capital paulista, oferece o Futuro Burger, primeiro hambúrguer de origem 100% vegetal feito no Brasil.