Infectologista do HMS alerta para tratamento de Hepatites Virais
Hepatites virais acometem milhões de pessoas no Brasil. O pior, a maioria dessas pessoas sequer sabem que tem a enfermidade. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é considerada o maior problema mundial de saúde pública. Segundo o infectologista do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), Alisson Brandão, as hepatites mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda os vírus D e E.
Em Santarém, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) registrou 117 casos em 2018 e 68 atendimentos de janeiro a junho de 2019, de pessoas com Hepatites B e C. O setor de Epidemiologia do HMS acolheu 7 pacientes com sintomas de Hepatite A aguda no último ano. “O tratamento do tipo A é feito de acordo com o sintoma apresentado. Por ser assintomática, geralmente, quando chega ao Hospital o quadro já está grave”, explicou o infecto.
No Brasil, até 2017, foram notificados 218.257 casos confirmados da doença. Esta é a segunda maior causa de óbito entre as hepatites virais, de acordo com a OMS. Avalia-se que mais de 878 mil pessoas morrem anualmente por complicações relacionadas a este vírus. Cerca de dois bilhões de pessoas tiveram contato com o HBV, no mundo, e cerca de 257 milhões pessoas são portadores crônicos de Hepatite B.
Transmissão e tratamento das Hepatites
As hepatites virais B e C podem ser transmitidas por meio do contato com fluídos de sangue contaminado, presentes em alicates, instrumentos cirúrgicos e odontológicos não esterilizados, em lâminas de barbear e outros produtos que contenham o material contaminado. Na maioria das vezes é por transmissão sexual, perinatal e parenteral.
“A Hepatite C está associada principalmente ao compartilhamento de seringas de drogas injetáveis, inaláveis ou pipadas e ao uso de material não esterilizado na realização de tatuagens, colocação de piercings, em procedimentos realizados em salões de beleza”, afirmou Alisson.
Nos casos do tipo A, a transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal. “A pessoa infectada elimina o vírus nas fezes, podendo contaminar a água onde não existem condições adequadas de saneamento básico”, explicou o médico.
As hepatites são doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, pele e olhos amarelados, urina escura e outras. “Por serem doenças com sintoma silencioso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite”, finalizou Alisson Brandão.
Julho Amarelo
O Brasil apresentou à OMS, em maio de 2010, uma proposta estabelecendo o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A campanha Julho Amarelo vem para contribuir com a implementação da primeira Estratégia Global do Setor da Saúde sobre a hepatite viral para 2016-2021. Entre suas metas globais, inclui uma redução de 30% nos novos casos de hepatite B e C, e uma redução de 10% na mortalidade até 2020.
A expansão dos programas de vacinação para a Hepatite B, o foco na prevenção da transmissão materno-infantil da Hepatite B, a melhoria na qualidade das injeções, a segurança do sangue e segurança cirúrgica.
Na área do diagnóstico foram notificadas 24,4 mil pessoas com hepatite C no Brasil em 2017. Até 2030, a meta é ampliar o diagnóstico e tratamento para reduzir em 90% o número de novos casos. Para 2019, a meta é diagnosticar 40 mil pessoas ao ano até 2030 e testar para Hepatite C 100% do público prioritário até 2030.