Banco do Brasil de Porto de Moz prejudica comércio local
De acordo com a Associação Comercial do Município de Porto de Moz (ACOMOZ), a agência do Banco do Brasil localizada na cidade não vem realizando praticamente nenhum tipo de transação – com exceção de transferências. Isso porque o banco sofreu uma tentativa de furto e, segundo a ACOMOZ, só deve voltar à normalidade em 45 dias.
A atitude tomada pela gerência da agência tem causado inúmeros transtornos à economia local – tendo em vista a necessidade de se fazer transações bancárias, como pagamentos de funcionários, por parte dos comerciantes. Outro problema é que a casa lotérica que havia no município foi fechada recentemente, e uma nova licitação para abertura de outra lotérica ainda não tem nem ao menos previsão.
“O banco esteve na iminência de ser furtado há mais de um mês, então fui lá na superintendência e lá eles colocaram que só vão reabrir com atendimento a numerário apenas em 45 dias, ou seja, para o fim de outubro. A casa lotérica também está fechada, o proprietário perdeu a concessão, porém os responsáveis por ela ainda não fizeram a licitação –Fizeram um levantamento todinho, análises, mas até agora está empacado lá em Altamira”, comenta o presidente a Associação Comercial do Município de Porto de Moz, Francisco Paiva Galvão.
Segundo a ACOMOZ, sem os dois principais bancos na cidade, muitos moradores de Porto de Moz estão tendo que ir até a cidade de Altamira para conseguir fazer qualquer tipo de transação bancária. Mesmo ainda tendo outros dois correspondentes bancários na cidade, muitos se veem obrigados a terem que ir para a cidade vizinha em busca de sacar ou depositar valores, tendo em vista que a maioria das transações feitas na cidade são realizas via Banco do Brasil e Caixa Econômica.
Para receber o Bolsa Família, por exemplo, pais e mães têm que chegar pela madrugada no único correspondente bancário da cidade que realiza tal pagamento. Muitos chegam até com quase 24 horas de antecedência, enquanto muitos outros preferem ir até Altamira para sacar o benefício. “Temos aqui na cidade apenas dois correspondentes da Caixa Econômica, o que é muito pouco. Para se ter uma ideia, para o pagamento do Bolsa Família, as pessoas ficam na fila até três dias, de madrugada, e muitos acabam indo para Altamira receber o dinheiro, onde tem Caixa. Então esse dinheiro deixa de circular em nosso município”, ressalta Francisco Paiva Galvão.
A ACOMOZ entrou com um ofício junto à Superintendência do Banco do Brasil para resolver tal problema, mas até o momento não obteve uma resposta positiva. De acordo com o presidente da Associação de Comerciantes, o governo estadual sinalizou para uma possível tentativa de ver junto ao Governo Federal se haveria como fazer os pagamentos dos benefícios sociais da cidade na Agência do Banpará, inaugurada há pouco tempo no município.
“O Governador Helder Barbalho, quando esteve aqui para inaugurar o Banpará, disse que ia fazer o possível para conversar com o Deputado Federal Junior Ferrari e ver a possibilidade de articulação para que as pessoas pudessem receber pelo Banpará. A economia do município está ruim, e se continuar desse jeito não sei o que vai dar”, afirma o presidente a Associação Comercial do Município de Porto de Moz.
PROBLEMAS EM AGÊNCIAS DE OUTRAS CIDADES
Após a publicação deste caso no site do Jornal O Impacto, muitos comentários acerca do tema surgiram. Entre eles, houve aqueles que relataram os mesmos problemas em outras cidades paraenses. De acordo com a internauta Adriana Fernandes, a cidade de Uruará é outra que sofre com a falta de mais bancos – sendo que os que já existem também não prestam um serviço satisfatório.
De acordo com ela, muitas vezes os caixas estão sem dinheiro e a maioria das transações têm que ser feitas na parte de cima das agências. Além disso, os bancos da cidade também não realizam transações com valores muito elevados, o que obriga os comerciantes a terem que ir para Santarém ou Altamira em busca de melhor atendimento.
“Não é só a agência de Porto de Moz, agência de Uruará também tem dias que se você for sacar nos caixas eletrônicos não vai ter dinheiro. Você não consegue sacar altos valores lá dentro, se quiser tirar uns R$ 50 mil, tem que procurar outra agência, ou em Santarém ou Altamira. Os repórteres aqui não falam disso, a Associação dos Comerciantes também não faz nada e olha que os Comerciantes do município estão ficando à míngua”, afirma Adriana Fernandes.