Artigo – Um Novo Rei Mago
Por Oswaldo Bezerra
Houve uma época em que o mundo foi dividido em Primeiro Mundo, União Soviética, Terceiro Mundo e Oriente Médio. O Terceiro Mundo foi dividido pelas superpotências (EUA e União Soviética), através de golpes de estado e implantação de governos fantoches. O Oriente Médio sempre foi a terra cobiçada pelas duas superpotências. O equilíbrio entre elas impedia uma aitude mais direta para a conquista das terras islâmicas e os seus ricos campos de petróleo.
Com o fim da União Soviética surgiu a oportunidade para os EUA tomarem de vez o Oriente Médio, e assim se estabelecer como única e absoluta potência mundial. Faltava, porém, uma desculpa para que a opinião pública mundial não se voltasse contra os americanos numa eventual invasão do Oriente Médio, na guerra do petróleo.
O atentado de 11 de setembro foi o fato perfeito pra as pretensões americanas. Na época, o vice-presidente americano Dick Cheney (ex-CEO da Halliburton) conhecia muito bem as reservas petrolíferas iraquianas, que depois de tomadas pelos americanos foram loteadas. Além do Iraque, foram invadidos Líbia, Iêmen, Afeganistão. E, através de ataques químicos de falsa bandeira, os EUA tinham a desculpa perfeita para entrar em território Sírio.
Conquistando este país estaria aberto o domínio do comércio de gás com a Europa. Os yankees pretendiam tomar conta deste comércio através de um plano que parecia simples. Seriam colocados gasodutos vindos do Iraque, que passariam pela Síria, até a União Europeia. Uma medida adicional seria o fechamento da torneira de gás, bem na Ucrânia, onde os EUA já haviam promovido um golpe de estado, alocando um presidente fantoche.
Um pouco antes, o governo americano representado pelos democratas, investiu em opositores de Putin para concorrer nas eleições presidenciais. Movimentos, tipo os brasileiros MBL e Vem Pra Rua, foram criados na Rússia para por protestos nas ruas que até pediam a prisão de Putin. Talvez, por isso, a Rússia de Vladimir apoiou tanto os republicanos, o que culminou na eleição de Trump. Ele que, já em sua campanha, pregava a retirada de tropas americanas da Síria.
Putin então se mostrou um verdadeiro estrategista e mobilizou tropas para a Síria para defender o governo local contra as milícias criadas pelos democratas (alkaeda e estado islâmico) e contra os paramilitares multinacionais que defendiam a oposição síria. Em outra fronteira, a empresa (de petróleo estatal) russa, em uma jogada de mestre, tomou os campos do Iraque através de negociações com o governo local.
O Exército americano que havia se juntado aos Kurdos na luta contra o exército Sírio, há poucos dias, teve sua retirada ordenada por. Deixaram os Kurdos indefesos. Por isso, um forte ataque em cima dos Kurdos partiu da Turquia que receia perda de território para esta etinia.
Apesar de ser da OTAN, a Turquia se tornou o grande aliado da Rússia, inclusive comprando as famosas armas anti aéreas S-400, irá construir os gasodutos para o gás russo até a Europa, pelo sul do continente e ainda deve fazer negócio com caças russos de última geração. Por outro lado, os Kurdos são velhos aliados da Rússia. Deste modo, sírios, turcos e kurdos se aconselham com Putin.
Na era da cibergeopolítica o Irã já é parceiro antigo dos russos. O forte posicionamento na Síria e as duas visitas de Putin à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos delineiam o novo território de influência, em sua fronteira islâmica, que compreende desde o Mar Cáspio, ao Mar Negro, a parte oriental do Mediterrâneo e, agora, o Golfo Pérsico. Existem excelentes relações de Moscou com o problemático primeiro-ministro de Israel, Netanyahu. A Rússia também se posicionou no Egito e na Líbia. Putin já realizou o sonho dos czares de dominar o mar quente, e se tornou um líder influente Oriente Médio, um novo Rei Mago.