Brasileiros já pagaram R$ 200 bilhões em tributos nos primeiros dias de 2020
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que por volta de 1h40 de sexta-feira (24/1), os brasileiros terão desembolsado R$ 200 bilhões, valor pago aos governos na forma de tributos.
No ano passado, para recolher esse mesmo montante, foi necessário um dia a mais.
Mas o aumento na arrecadação, já sinalizado nestes primeiros dias do ano, não é necessariamente uma má notícia. É o que explica Emílio Alfieri, economista da ACSP.
“O aumento na arrecadação dos impostos é algo natural se estiver relacionado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Então, como o governo não está mudando as alíquotas, é possível ver com bons olhos essa variação positiva dos primeiros dias de 2020”, explica Alfieri.
Segundo o economista, o estímulo ao crédito para pessoas físicas é um dos fatores que têm ajudado no crescimento econômico do país, o que afeta positivamente a receita com impostos arrecadados pelo governo.
“A redução na taxa básica de juros e a política do governo de estimulo para tomada de crédito para pessoas físicas têm ajudado a aumentar essa arrecadação, sem que seja preciso aumentar as alíquotas”, afirma o economista.
Alfieri alerta, no entanto, que o governo Federal precisa “conter os ânimos” com relação a sinalização de aumento da arrecadação via tributos.
Embora engordar os caixas do governo seja importante para a redução do déficit primário, que deverá ser de R$ 110 bilhões em 2020 segundo projeção do Ministério da Economia, há caminhos alternativos para esse fim, como, por exemplo, a redução dos gastos.
“O governo não pode cair na tentação de querer aumentar a arrecadação para tentar reduzir mais rapidamente o déficit primário. Não há espaço para elevar os impostos, ou criar novas taxas, sem que isto afete o crescimento econômico”, alerta.
Para Alfieri, a economia do País está no rumo certo para sair da crise. Porém, é possível acelerar o processo. “Se mantivermos o ritmo atual, é possível retomar os níveis econômicos de 2014 em até quatro anos. Mas se houver uma reforma fiscal mais abrangente, e uma simplificação tributária, podemos recuperar bons números já em dois anos.”
Fonte: Diário do Comércio