Artigo – Fuga do Efeito Cantillon, durante pandemia, pode elevar países latino-americanos a superpotências
Por Oswaldo Bezerra
O sistema econômico possui ciclos de abundância e escassez. Hoje enfrentamos uma crise que caminha para ser a pior da história. Na última semana, o ex-presidente Lula afirmou que o Brasil poderia imprimir dinheiro e entregar aos trabalhadores para fugir da crise. O ministro Paulo Guedes primeiro ironizou a fala do ex-presidente. Depois resolveu comprar a ideia, mas de forma diferente.
Na verdade, não se pode ironizar uma ideia que vem do único presidente a receber um prêmio como estadista do fórum global econômico. Por isso, Guedes mudou o discurso e abriu a possibilidade de imprimir dinheiro, mas ao invés do povo, o atual ministro falou em criar liquidez aos seus colegas banqueiros.
Imprimir dinheiro gerando dívida não é algo novo. Os EUA fazem isso todos os dias. O BC americano injeta bilhões de dólares todos os dias em seu sistema financeiro. A intenção do governo americano é que este dinheiro beneficie a todos. O que o governo americano não enxerga é o “Efeito Cantillon”.
O Efeito Cantillon é o fenômeno pelo qual o dinheiro injetado na economia acaba beneficiando apenas 1% da população. A emissão de dinheiro beneficia primeiro os que estão próximos de quem o emite como banqueiros, oligarca e magnatas. Eles recebem o dinheiro por inteiro livre dos juros. Quanto mais este dinheiro migra para as classes mais baixas mais sofre o efeito da dívida, dos juros e da toxidade financeira. É uma fraude que se está perpetuando em todo o mundo.
As crises financeiras fazem com que os bancos centrais emitam moedas. Os primeiros ganhadores deste montante, de dinheiro grátis, em vez de investir em produção ou serviços, para gerar empregos e riquezas, cometem os crimes de recompras de suas próprias ações ou de bens pessoais.
Uma imagem icônica da queima de um banco no Líbano pode nos dar pistas para fugir desta fraude financeira. Nesta imagem enquanto o banco incendeia uma pessoa com cara de bitcoin passa ao largo sem nenhum problema. A queima do banco libanês foi protesto por emissões gigantescas de moedas e aumento gigante de inflação.
A única maneira de fugir dos golpes financeiros do mercado é comprar bitcoins. Esta é uma mudança que já está ocorrendo em países cujas moedas se desvalorizam muito como Brasil (país que mais teve sua moeda desvalorizada), Argentina e México.
Em 2001, na Argentina muitos cidadãos faziam poupança em dólares, para fugir da inflação e acabaram confiscadas pelo governo. Esta fraude governamental foi chamada na época de “Corralito”. Ocorreram fraudes no Brasil também como na época do governo Collor, com confisco da poupança e na época do presidente FHC durante a criação do Real. Em todas estas ações o cidadão dormia com um certo valor no banco e acordava com um valor em torno de 40% menos. Até os cidadãos estadunidenses sofreram com este crime financeiro governamental nos anos 30 do século passado.
Os libaneses ao se sentirem fraudados, ao contrário dos sul-americanos, partiram para a guerra contra o sistema financeiro destruindo os bancos. Cá para nós, queimar bancos não é uma medida eficaz. O mais eficaz a fazer é se afastar do dinheiro FIAT (a moeda corrente). Ou seja, o certo é deixar de queimar bancos e comprar bitcoins.
Kennedy afirmou que uma revolução existe quando não há uma solução pacífica para um problema. Os grandes problemas atuais, para 99% da população, são o sistema FIAT, o Efeito Cantillon e as fraudes do sistema financeiro. A solução pacífica é o bitcoin.
Por falar em solução pacífica, o presidente da bolsa de ouro de Xangai pediu uma moeda supra soberana por causa da crise. Ele quer esta moeda para compensar o domínio do dólar americano. Para ele, este domínio diminuirá e o do ouro aumentará. O comércio mundial precisará de uma moeda supra soberana para que nenhum país tenha o poder de congelar os ativos internacionais de outro Estado. Assim a China se desapega cada vez mais do dólar e se volta ao ouro e para criptodivisas.
Os países sul-americanos já estavam sofrendo uma queda econômica acentuada antes mesmo da pandemia. O confinamento está incrementando este caos econômico. Diante deste apocalipse econômico restarão aos países latino-americanos três opções. A primeira é se submeter ao FMI (EUA) e se tornar seus escravos. A segunda opção é se socorrer com a China e se tornar seus escravos. A terceira opção é adotar o bitcoin como suas divisas e construir suas economias sobre esta base.
O bom para a população é que o bitcoin é inconfiscável. Com o bitcoin os cidadãos ficariam livres de fraudes tipo Plano Collor ou FHC, Curralito argentino ou confisco aos molde do presidente americano Roosevelt. Por outro lado, os países latino-americanos poderiam também se livrar das fraudes do sistema financeiro internacional e se coverter em superpotências, simplesmente, abandonando o dólar e adotando o bitcoin.
RG 15 / O Impacto