Artigo – A campanha contra o ódio no Facebook, a faca de dois gumes
Por Oswaldo Bezerra
De repetente muitas pessoas passaram a falar de política com uma certeza de que só os tolos têm. O tom das discussões foram subindo a medida que provas iam sendo apresentadas. De onde eram as fontes das certezas, das redes sociais. As próprias redes sociais com seus algorítmicos levam as pessoas para mensagens cada vez mais radicais.
De olho neste fenômeno ou ferramenta, gabinetes de ódio foram criados para fins puramente eleitoreiros. Em nome deste radicalismo golpes de estados foram dados e países foram destruídos. O patamar do discurso de ódio se elevou tanto que seria inevitável uma reação.
Após o movimento “Black Lives Matter” os usuários do Facebook encontraram outra campanha o “Stop Hate for Profit” que seria algo como “cessem os lucros com o ódio”. A campanha surgiu no início deste mês e reuniu uma enorme quantidade de apoio de empresas ansiosas para melhorar sua imagem.
Está claro que essas empresas analisaram quem está por trás da iniciativa ou quais são suas intenções. Os organizadores do “Stop Hate for Profit” parecem menos preocupados em parar o ódio e mais em silenciar oponentes políticos.
O site do “Stop Hate for Profit” é operado pela Liga Antidifamação, um grupo de defesa famoso por tática de censura pesada e que se gabou de seu envolvimento nos expurgos de conteúdos do YouTube.
Os patrocinadores da campanha incluem as organizações ativistas “Color of Change”, a “National Hispanic Media Coalition” e um grupo de liberdade de mídia chamado “Free Press”, que busca mudar a mídia para transformar a política por causas justas da sociedade. Na prática, a cobertura de imprensa livre são mesmo motivadas ideologicamente.
Sim, o “Stop Hate for Profit” é ideologicamente motivado e sua intenção é a censura. Os três grupos mencionados têm pelo menos um financiador comum, o “Open Society Foundations”, do especulador de moedas e bilionário George Soros. Soros não escondeu o fato de que ele quer que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, caia.
Soros acusa o magnata das redes sociais de fazer conluio com o presidente dos EUA, Donald Trump, para obter sua reeleição. O bilionário exigiu que Zuckerberg fosse removido do poder, e que o Facebook fosse retirado de suas proteções legais e responsabilizada por todo e qualquer conteúdo gerado por usuários.
O grupo de organizações apoiadas por Soros mira a lucratividade do Facebook. Eles sabem que 99% dos lucros do Facebook são obtidos com a publicidade. A campanha já fez com que as ações do rede social caíssem 8,3% na última sexta-feira. O valor da empresa despencou US$ 56 bilhões. Zuckerberg saiu da lista das três pessoas mais ricas do mundo e os investidores da plataforma ficaram muito preocupados.
Quanto mais baixo o desempenho da rede social estiver e vinculado às ações do CEO, maior a probabilidade dos investidores o removerem do cargo. Zuckerberg recusou-se a checar a publicidade política em sua plataforma e permitiu que Trump e outros políticos de ultradireita, por exemplo, comprassem o caminho para o voto dos eleitores, com campanha de ódio e noticias falsas.
Eles exigem que o Facebook seja submetido a “auditorias regulares independentes de terceiros sobre ódio e desinformação conduzidas pela “AD” ou por suas afiliadas, com reembolso de dinheiro a anunciantes cujo conteúdo apareceu ao lado de material que violaria termos de serviço. E eles querem que esses termos de serviço cubram desde “negação climática” à “milícia”, que deverão ser retirados da plataforma.
Em 2018, o “Southern Poverty Law Center”, principal rival da “AD” nas doações de liberais ricos e com enormes complexos de perseguição, exigiu das plataformas tecnológicas a permissão para que indivíduos e organizações sinalizem atividades “odiosas”, bem como “Grupos e indivíduos envolvidos em atividades odiosas”, para que fossem retirados da plataforma. Os parceiros do “SPLC” nesse empreendimento são os mesmos da “LA”.
Nem todo mundo que assinou o “Stop Hate for Profit” está necessariamente envolvido na censura, é claro. Algumas empresas, sem dúvida, acham que estão realmente fazendo algo de bom. Ironicamente, alguns dos participantes não parecem realmente retirar seus anúncios do Facebook, como o Gizmodo descobriu na semana passada.
As empresas ansiosas por se posicionar contra o Facebook retiraram seus anúncios mais óbvios, mas aparentemente deixaram acordos de publicidade por meio da Facebook Audience Network, que exibe anúncios segmentados com base na atividade do Facebook em aplicativos de terceiros, ou continuam anunciando com Instagram que é uma subsidiária do Facebook.
É justo que uma campanha que está no centro de uma da preocupação com grupos marginalizados seja atendida por ativismo corporativo. Mas seus verdadeiros alvos são outros. E a Soros o que importa é que Zuckerberg seja retirado da cadeira do CEO e que Trump seja derrotado nas próximas eleições.
RG 15 / O Impacto