Artigo – Crítica de Bolsonaro, Kamala Harris tem no gênero e na raça um atrativo perfeito para a próxima eleição
Por Oswaldo Bezerra
Em um vídeo de campanha aparece Joe Biden falando: “Você está pronta para trabalhar?”. Uma voz de mulher responde: “Oh meu Deus, estou muito pronta para ir trabalhar”. Joe Biden escolheu Kamala Harris como sua companheira de chapa. Ao escolher uma mulher negra, Biden energizou sua base e, ao fazer isso, fez história.
Caso sejam eleitos, Kamala não será apenas a primeira vice-presidente feminina na história norte-americana, mas também a futura líder do Partido Democrata. Claro, é um momento que retumba. Este fato diz muito sobre a realidade de que o grande experimento social dos Estados Unidos, por mais imperfeito que pareça, continua a ser capaz de trazer boas surpresas.
Não foi um presente a Kamala Harris. Foi uma conquista por meio do seu trabalho na carreira de promotora e como senadora dos Estados Unidos. Ela é digna e capaz. Hoje sabemos que a atual conjuntura do caos social que vivem os EUA sua escolha é o correto para o momento.
A escolha da senadora Harris por Biden não foi uma total surpresa assim. Ele já havia indicado que estava inclinado a escolher uma mulher, e a estatura de Harris claramente se destacava diante de um campo, relativamente pequeno, de candidatas qualificadas. Qualquer pessoa escolhida por Joe Biden ficaria hesitante em considerar concorrer a um cargo público.
Na atmosfera política polarizada e abertamente partidária do presente, a candidata sofrerá ataques em um nível de crueldade sem igual. As redes sociais já viram uma onda de comentários que é abertamente sexista e racista por natureza.
O presidente Trump fez comentários que sustentam esta linha de ataque. Nos próximos dias, semanas e meses, esses ataques só se intensificarão, ressaltando que, embora o povo americano seja capaz de nomear uma mulher de cor para o cargo de vice-presidente, também é capaz de empregar os métodos mais baixos para destruí-la.
Esta eleição não é um jogo político apenas. É mais que isso. É sobre o futuro dos Estados Unidos e, por extensão, do resto do mundo, na medida em que a política externa dos norte-americanos tem repercussão global. Além disso, os EUA estão à beira do abismo de perder a hegemonia mundial.
Embora a Presidência Trump tenha sido um desastre absoluto para a América do Norte e o mundo, os democratas não foram capazes de fazer, de forma convincente, a candidatura de Biden. A marca que Joe Biden e os democratas tradicionais estão vendendo parece ser a mesma da Hillary Clinton, em 2016.
Embora a presença de Kamala Harris ao lado de Biden tenha um significado histórico, ela não altera o conteúdo, em relação ao que o povo americano espera de um futuro. Harris não é eleitoralmente significativa em termos de estados, já que Biden ganharia no estado natal dela, a Califórnia. Contudo, ela pode ser a chave para conquistar uma ala progressista mobilizada contra Trump.
Kamala Harris será com razão chamada para defender sua histórica como promotora. Sua queda nas mãos de Tulsi Gabbard da CNN, durante os debates das primárias democratas, expôs sua vulnerabilidade nesta questão. Os republicanos certamente buscarão explorar isso.
O clima político nos Estados Unidos, alimentado por questões de justiça social é antipático à política de aplicação da Lei, como é promovida por Harris. Os democratas correm o risco de desmoralizar uma parte significativa de sua base.
A campanha de Trump jogará a carta da “Lei e da Ordem”, ter um candidato da “Lei e da Ordem” pode ser contraproducente. Exemplo desta postura de Kamala foram as diversas críticas a Bolsonaro. Por contas dos supostos crimes ambientais do governo Bolsonaro, ela se opõe a acordos comerciais entre o Brasil e EUA.
Claro que tudo se resumirá à própria Kamala Harris e às suas qualidades como ser humano e candidata política. Em 2016, Donald Trump ignorou o ataque a sua personagem, que teria afundado qualquer outra candidatura, e venceu as eleições. Trump prevaleceu porque foi capaz de se comercializar com sucesso como um canal de mudança. A chapa Biden / Harris é a antítese da mudança, os americanos sabem que nada mudará, fundamentalmente se Joe Biden vencer.
Trump, por seus muitos defeitos, é um líder carismático, com amplo apoio em uma base leal. Kamala Harris, embora possua uma história pessoal convincente, não é. Espera-se uma eleição como em 2016, decidida por uma margem pequena de votos, em um punhado de estados indecisos. Isso será decisivo, e um erro de Kamala poderá garantir a vitória de Trump em novembro.
RG 15 / O Impacto
A candidata ao se opor a Bolsonaro por “crimes ambientais” já demonstra ignorância ou má fé com relação ao Brasil e, mais ainda, quanto ao Presidente Bolsonaro. No mínimo, ela é engabelada pela mídia marrom, recebendo fake news emitidos por brasileiros comprometidos com o marxismo do Foro de S.Paulo, cujo objetivo é justamente subjugar toda a América Latina aos ditames de ditadores vermelhos. Começa muito mal a trajetória da candidata, trilhando o caminho dos que sonham em enterrar a democracia em seu país, simbolizada na Estátua da Liberdade !