Artigo – A Guerra fria da vacina e como nos afeta
Por Oswaldo Bezerra
Em meio a uma corrida científica pela saúde, as potências mais importantes da geopolítica mundial estão empenhadas em fornecer a vacina contra a Covid-19 e se posicionar em todo o hemisfério como a vanguarda contra a crise da saúde. É a guerra fria no século XXI.
Enquanto os EUA só possuem olhos para seus problemas internos, como a invasão do Capitólio e em conter protestos, durante a posse de Biden, uma guerra vem sendo perdida. Rússia e China vêm ganhando terreno na América Latina com a produção de suas vacinas.
A guerra é pela obtenção de um privilegiado posicionamento de poder comercial. A verdade é que a pandemia chegou durante um contexto onde três superpotências competem. Muitos já classificam como Guerra Fria. A Ciência está sendo usada como estratégia pelas 3 superpotências.
O Brasil produzirá 8 milhões da vacina Spunick V. Estas vacinas serão destinadas à Argentina, Bolívia e México. A Argentina receberá outras 15 milhões de doses da vacina chinesa SinoVac. Possivelmente, o país dos “hermanos” receberá também mais vacinas chinesas Coronavac produzidas em São Paulo.
Dória discursou dizendo ao segurar uma dose de Coronavac “Essa é a vacina que salva é a vacina Coronavacc produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório SinoVac.
Nesta corrida geopolítica há um componente que permitiu dar a dianteira a Moscou e Pequim: o acesso a vacina. Os laboratórios americanos deram prioridade aos países ricos. Assim, os países latino-americanos estão dispostos a manter boas relações durante a emergência mundial.
Está em jogo uma possibilidade do bem-estar relacionado à saúde pública da humanidade. Há empecilhos. A falta do Insumo Farmacêutico Ativo, que também vem da China, para fabricar mais doses corre risco de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida.
O problema é que o presidente Bolsonaro, junto com os militares que o acompanham, travou uma guerra de bravatas contra a China. Após uma resposta do embaixador chinês a uma “postagem” ofensiva de um dos seus filhos, o presidente Jair Bolsonaro proibiu sua equipe ministerial contactar com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
O Brasil já conseguiu vacinar 81 milhões de pessoas em 90 dias, no ano de 2010. Temos estrutura para grandes campanhas de vacinação, pois temos o SUS. Por isso, nos interessaria uma quebra de patente. Quando a Índia entrou com a moção para quebra de patente da vacina na OMS, para a Covid, o Brasil tentando agradar ao presidente Trump, foi contra. Isso deixou Índia e China insatisfeitos. Eles acusaram o Brasil de retardar a votação da quebra de patente na OMS. Hoje, nosso governo foi humilhado pela Índia que não forneceu vacinas ao Brasil. Restou-nos a China.
Manter boas relações primordiais está em jogo. Diante da dificuldade do Brasil em importar insumos para produzir vacinas contra a covid-19, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu uma audiência com o embaixador da China, Yang Wanming, para tratar sobre o assunto.
Segundo Maia, o encontro deve ocorrer nesta quarta-feira, 20, pela manhã. Nossa esperança é que Maia conserte o desserviço que nosso governo federal teima em fazer.
RG 15 / O Impacto