Artigo – Um peso, duas medidas: Bilionários GANHARAM 21 trilhões de Reais, Trabalhadores PERDERAM 20 trilhões de reais, durante pandemia
Artigo: Por Oswaldo Bezerra
O impacto econômico da Covid-19 sobre o trabalhador foi devastador, tanto na saúde como no bolso. Não podemos culpar apenas os bilionários por nossos problemas. Os verdadeiros vilões estão mais próximos de nós que os super ricos.
Comparativamente, duas manchetes resumem bem o impacto econômico da crise do Covid-19. A primeira foi a do Business Insider, que destacou “Bilionários ganharam R$ 21 trilhões (3,9 trilhões de dólares) durante a pandemia. Uma segunda manchete, a do The Guardian, descreve em caixa alta “A Covid-19 custou aos trabalhadores globais R$ 20 trilhões (3,7 trilhões de dólares).
Foi tirado de Chico para dar a Francisco? É o que parece, mas não é bem assim que a banda toca. Mesmo sabendo disso não torna as notícias mais fáceis de engolir. Os bilionários, principalmente os brasileiros, ainda mantêm o proceder do “você sabe com quem está falando?”; e procuram explicações sobre suas riquezas na religião, achando que foram escolhidos por Deus.
No entanto, sua riqueza crescente se tornou absurdamente grande e supera riquezas de nações. A BBC demonstrou que o aumento da riqueza dos 10 homens mais ricos do mundo, durante a pandemia, cobriria o custo da vacinação de cada pessoa no planeta. Você acha isso justo? Não, o mundo não é justo.
Não adianta reclamar. É culpa de todos nós. Fomos auto incentivados a fazer tudo por aplicativos. Compramos coisas que não precisamos pela Amazon, transmitimos horas e horas de entretenimento online, assistimos Tiktok de maneira viciante e enviamos mensagens furiosamente nas redes sociais. Nas saídas dos shoppings centers, mesmo com os pontos de táxis cheios, preferimos chamar um carro por aplicativo, na ilusão de que chegará mais rápido.
Com estas atividades, causamos involuntariamente um boom nos preços das ações, para todos os gigantes globais da tecnologia. Claro que há também a recompra de ações pelos Bancos Centrais ajustadas com nossos mandatários. Seus proprietários excêntricos como Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Elon Musk e Bill Gates sorriem à-toa vendo sua fortuna se multiplicar.
O barão ladrão americano do século XIX, John D. Rockefeller, admitiu: “Sempre tentei transformar cada desastre em uma oportunidade”. Foi assim que pessoas como Warren Buffet, chamado de Sábio, ganhou mais de R$ 110 trilhões no ano passado.
Curiosamente, a boa sorte financeira dessa gente não vem com a venda de algo útil para o mundo. Um exemplo de algo útil seria uma vacina confiável para Covid-19. Eles ganham por meio de um investimento inteligente de seus bilhões.
Esse enriquecimento poderia até ser ignorado, se não fosse pelo incrível impacto tipo um tsunami nas economias nacionais. Nossas vidas cotidianas mudaram. Enquanto cada um de nós procura o novo normal.
Todas as grandes economias estão lutando contra o aumento do desemprego. Horroroso 14,1% estabelecido no Brasil, crescimento de 11% na Itália em 2020, em comparação com 2019. Quase 9% estabelecido nos EUA e na França. Quase 5,5% ocorreram no Reino Unido e 4,3 na potência europeia, a Alemanha.
Em todo o mundo, os consumidores desapareceram com a queda no varejo de 97% na Alemanha, 78% no Reino Unido, 65% na França e no Canadá e 20% nos EUA, a maior economia do planeta.
O turismo global foi esmagado, 2020 foi um fracasso total para todos os lugares, da Tailândia ao Brasil, da Itália e França. O que aconteceu com a indústria aérea? Devastada. Isso significa milhões de empregos perdidos, muitos dos quais nunca mais voltarão.
Não há necessidade de continuar. A menos que você seja um bilionário, vamos encarar, os números são uma porcaria.
Você pode acreditar, com o colapso de nossas economias e empregos, os rendimentos dos trabalhadores poderiam ultrapassar facilmente a cifra estimada de R$ 20 trilhões.
O problema é que você terá que apostar que será ainda maior o rombo no bolso do trabalhador. É que os vários esquemas de folga apoiados pelo governo e subsídios de apoio à renda (tipo auxílio emergencial), inevitavelmente, terminem em todo o mundo.
Seria mais fácil para nós pintarmos os bilionários do mundo como os grandes vilões. Poderíamos imaginá-los como “malvadões” comprometidos na dominação global, sugando os salários dos trabalhadores do mundo, para que eles possam comprar mais mansões. A verdade é que a realidade é muito mais vulgar.
Todos os governos foram apanhados de calças curtas por esta pandemia e todos pagaram um preço alto. Foi um ano delicado. Houve cortes nos orçamentos de saúde pública e abordagens desdenhosas ao alerta de uma pandemia global. Foi o que nos trouxe onde nós estamos.
A gestão caótica da crise da Covid-19 não pode ser atribuída a bilionários desonestos, mas sim aos próprios políticos que nós mesmos elegemos. Precisamos lembrar disso, nas próximas eleições.
RG15 / O Impacto