As comissões por trás da “empurroterapia” nas farmácias
Por Diene Moura
As farmácias costumam ser o “refúgio” de cidadãos que ao saírem de uma consulta médica ou apresentam problemas de saúde se direcionam logo para amais próxima de sua residência. Porém, o local que deveria assegurar a saúde da população comete frequentemente a chamada “empurroterapia”, termo usado para situações em que o atendente convence o paciente a consumir medicamentos que não são necessários ou então ‘genéricos’.
A situação recorrente é proveniente quando não há para a venda o remédio indicado pelo médico na prescrição, o chamado “remédio de referência”. Assim, além das comissões recebidas em cima das vendas “empurradas” há também premiações por atingir a meta, que vão de R$ 400 reais a R$ 5 mil reais, e valor fixo ou porcentagem que variam de 2% a 10% em cima de determinados remédios.
A prática das comissões relacionadas à “empurroterapia” é considerada criminosa pela justiça e tal fato vem sendo alvo de investigações, resultando em diversos processos trabalhistas movidos por funcionários contra as redes de farmácias, comprovando que o valor pago através de comissões pode ser maior até do que o salário mensal.
A ganância baseada na “empurroterapia” pode gerar problemas de saúde, o que vai a contrapartida com os serviços prestados por farmacêuticos. Empurrar o medicamento ao paciente sem o diagnóstico médico é considerado irresponsável, pois o uso desnecessário de medicações pode resultar em efeitos adversos como, por exemplo, imunidade baixa, qualidade de vida comprometida, além de prejuízos financeiros, haja vista que um problema ocasiona em outros.
O lucro baseado no modelo de vendas inserido nas farmácias construiu a imagem de que os remédios relevantes à saúde da população passaram a ser meros objetos a ser consumidos, ou seja, os transformou agora em apenas mercadorias.
RG15/O Impacto