Artigo – O fantasma da inflação dos alimentos assusta o mundo inteiro
Por Oswaldo Bezerra
As condições de vida estão indo na direção que todos já sabiam, isso não é uma boa notícia. Os preços dos alimentos estão subindo a uma taxa alarmante e, neste ponto, até mesmo as Nações Unidas estão soando o alarme. Em um comunicado, o presidente Jair Bolsonaro criticou a Argentina por ter proibido as exportações de carne para que sua população tivesse os produtos mais baratos para consumo. Esse comunicado nos preocupa mais ainda pois nosso direcionamento político visa favorecer a elite e o povo que se lasque.
Testemunhamos distúrbios globais por alimentos em 2008 e 2011 No Brasil não tivemos estes problemas justamente por que existia o estoque de alimentos do governo federal. O governo atual acabou com isso. Com as condições continuando a piorar, poderemos enfrentar algo ainda pior.
Esta crise não surgiu do nada. Nós lutamos para alimentar o mundo inteiro, mesmo nos melhores anos, havia alertas que eventualmente enfrentaríamos preços extremamente dolorosos e até escassez de alimentos nas áreas mais pobres do planeta. Governos preocupados com a situação nos garantiam esperanças que tudo daria certo.
Esta semana, até mesmo as Nações Unidas foram forçadas a admitir que estamos entrando em um campo muito perigoso depois que os preços globais dos alimentos dispararam pelo 12º mês consecutivo.
Um indicador das Nações Unidas sobre os custos mundiais dos alimentos subiu pelo 12º mês consecutivo em maio, seu período mais longo em uma década. O avanço contínuo corre o risco de acelerar uma inflação mais ampla, complicando os esforços dos bancos centrais para fornecer mais auxílios.
A seca nas principais regiões produtoras do Brasil está prejudicando as safras do milho ao café, e o crescimento da produção de óleo vegetal desacelerou no Sudeste Asiático. Isso está aumentando os custos para os produtores de gado e corre o risco de prejudicar ainda mais os estoques globais de grãos que foram esgotados pelo aumento da demanda chinesa.
O aumento fez renascer as memórias de 2008 e 2011, quando os aumentos de preços levaram a distúrbios por alimentos em mais de 30 países. Infelizmente, a inflação global de alimentos está acelerando. O salto nos preços do mês passado foi o maior “em mais de 10 anos”.
Nos países mais ricos, os cidadãos ainda podem simplesmente cavar um pouco mais fundo nossos bolsos e pagar suas contas cada vez maiores do supermercado. O problema se acentua nas áreas mais pobres do mundo, os preços mais altos são a diferença entre comer e não comer.
Já não há espaço para qualquer aumento na demanda em qualquer país. Qualquer mudança como esta pode empurrar os preços ainda mais para cima do que estão agora, e então podemos começar a ficar preocupados.
A seca que está paralisando a produção agrícola no Brasil e em outros países da América do Sul foi absolutamente devastadora. Está ocorrendo uma super seca na metade ocidental dos Estados Unidos que está forçando alguns agricultores a destruir suas plantações. Na Califórnia os reservatórios estão “50% mais baixos do que o normal, e os níveis de água estão caindo muito mais rápido do que o esperado.
Sem água suficiente para irrigar suas plantações, muitos agricultores da Califórnia não produzirão este ano. O que isso significa é que os preços dos alimentos continuarão subindo agressivamente.
Não é preciso dizer que o preço de quase tudo está subindo atualmente. Estão fazendo mais pesquisas no Google por “inflação” do que nunca. De acordo com o Google Trends, as pesquisas pela palavra “inflação” atingiram o nível mais alto desde 2004. À medida que a inflação aumenta, o padrão de vida diminui e mais brasileiros serão expulsos da classe média a cada dia que passa. Você acha que as coisas estão ruins agora, o problema é que os próximos capítulos poderão ser ainda mais assustadores.
RG 15 / O Impacto