Sargento da PM é condenado a 22 anos por executar suspeito
Após júri popular que se estendeu por cerca de oito horas, no Fórum de Belém, sob a presidência do juiz Cláudio Hernandes Silva Lima, titular da 4ª. Vara do Júri da Capital, jurados votaram por maioria pela condenação do sargento PM Paulo de Tarso Morais Barros, conhecido por de Barros, de 45 anos, acusado de executar com disparos de arma de fogo durante abordagem do jovem Anderson Gomes Rezende, suspeito de roubo num mercadinho local.
A pena aplicada ao condenado de 22 anos de prisão será cumprida em regime inicial fechado, sendo negado o direito de apelar em liberdade da condenação, conforme previsto em Decreto de 2019, do Governo Federal, pelo pacote anti-crime editado pelo então ministro Sergio Moro, para quem receber pena de reclusão em primeira instância superior a 15 anos de prisão.
O segundo policial acusado, que não compareceu ao Júri por problemas de saúde, Iris Luiz da Costa Souza, acusado de participação na execução e que estava na mesma viatura, também respondeu pelo crime de homicídio qualificado sendo absolvido por maioria dos votos dos jurados
Por maioria dos votos jurados acolheram parcialmente a tese da acusação sustentada pelo promotor do júri Samir Tadeu Jorge Dahas, reconhecendo a responsabilidade criminal em relação ao acusado Paulo de Tarso Barros e absolvendo o outro policial Iris Luiz por negativa de autoria, acolhendo a tese da defesa promovida pela advogada Camila Rodrigues Alves.
Conforme a advogada dos dois policiais Camila Alves não houve a abordagem argumentando que os dois militares não estavam de serviço na data e hora do crime e que retornaram ao serviço policial no dia seguinte.
Informações do crime
No começo da madrugada do dia 21/02/2016, por volta de 01h30, os policiais realizavam rondas procurando suspeito de roubo em um mercadinho, quando resolveram abordar Anderson Gomes Rezende, mas, nada encontraram com o suspeito, mantendo o jovem preso no xadrez da viatura e transportando até o Canal Uruaru, onde o suspeito foi executado.
Os policiais militares foram ouvidos pelo delegado local, e Iris Luiz confessou à polícia que revistaram o suspeito e não encontraram nenhum produto de roubo ou drogas. Mas, o então cabo Barros, comandante da viatura manteve preso o suspeito, conduzindo-o até o Canal Caruaru, alguns metros da viatura, mandou o suspeito sentar e executando o rapaz. O PM Iris Luiz disse ter ficado no interior da viatura e ouviu os dois disparos deflagrados pelo colega de farda.
Em declarações prestadas em juízo, na fase da instrução do processo, ambos os acusados negaram o crime e alegaram que não houve nenhuma abordagem a suspeito de roubo. A polícia chegou aos policiais pelo monitoramento das viaturas e pelo projétil retirado do corpo da vítima que correspondia a munição da arma que o então cabo Barros estava usando.
RG 15 / O Impacto com informações do TJPA