No Pará, membros de facção são presos após vídeo de coração sendo arrancado
Antônio Francisco da Silva Sousa, o Felipe Pacheco, de 19 anos, e Wanderson Ferreira Líbano, o Lorinho, de 20 anos, estão recolhidos na Cadeia Pública de Parauapebas em decorrência de mandados de prisão temporária cumpridos contra os dois, investigados pelas mortes de Ezequiel de Jesus Soares Brilhante, que teve o coração arrancado enquanto estava vivo, e Célio Kayky Ferreira da Silva, cujo corpo foi ocultado em uma cova rasa. Os dois casos foram registrados no Bairro Vila Nova.
As investigações são conduzidas por equipes da Divisão de Homicídios de Parauapebas e de Belém. A prisão de Antônio ocorreu na terça-feira (8) em um assentamento rural próximo ao município de Marabá. Ele foi localizado em uma cabana, em meio ao mato, onde foram apreendidas duas espingardas. Wanderson foi preso na quinta (10). O cumprimento dos mandados foi divulgado nesta sexta (11), pela Polícia Civil.
Os dois foram identificados, conforme o delegado Elcio de Deus, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, após vídeos do assassinato de Ezequiel serem encontrados em um aparelho celular apreendido com um adolescente de 16 anos. O caso foi divulgado no último final de semana pelo Correio de Carajás.
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A apreensão ocorreu na noite do dia 4 (sexta). As imagens demonstram um grupo de pessoas removendo o coração da vítima ainda viva. Na ocasião, o adolescente apontou onde essa pessoa poderia estar enterrada e um corpo foi encontrado pela Polícia Militar, no final da Rua 2.
Na manhã seguinte, dia 5 (sábado), foi realizada a remoção do cadáver e constatou-se não pertencer à pessoa que aparecia no vídeo. Tratava-se de Celio Kayke Ferreira da Silva, de 18 anos, desaparecido desde o dia 30 de maio. As investigações apontaram, então, que as imagens eram da morte de Ezequiel, cujo corpo foi encontrado no dia 19 de maio, com os pés e mãos amarrados e com uma grande incisão na caixa torácica.
O adolescente apreendido negou participação nos crimes, mas indicou nomes de pessoas que supostamente apareciam no vídeo, dentre elas Felipe Pacheco e Lorinho, presos.
O delegado Elcio de Deus informou nesta sexta que os crimes possivelmente estão relacionados à disputa de facções criminosas que atuam na cidade. “Elas têm uma rivalidade, uma diferença entre as pessoas. Esse ódio entre as facções é quase que uma coisa inata. Na verdade, são como água e óleo, não se misturam, então, quando têm a oportunidade de assassinar membros de facção diversas, promovem esse tipo de crime”, declarou.
Acrescenta, entretanto, que a Polícia Civil está atenta à movimentação do crime organizado na cidade e trabalhando de forma incansável para dar uma resposta à sociedade em relação a esses crimes. Por fim, informou que os presos não confessam o crime, mas há provas substanciais do envolvimento deles e que as investigações terão continuidade. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)
Fonte: Correio Carajás