Brasil registra 97 casos da variante Delta do coronavírus
Já são 97 casos da variante Delta do coronavírus identificados e notificados no Brasil, segundo informado pelo Ministério da Saúde, neste domingo (18). O estado do Rio de Janeiro responde por 76,2% destes casos, com 74 pessoas infectadas pela variante originária da Índia. Os primeiros registros da Delta foram feitos no estado do Maranhão, há quase dois meses, após um navio ter atracado no estado com seis infectados.
Além dos casos 74 casos no Rio e os 6 no Maranhão, há outros 9 no Paraná, 3 no estado de São Paulo, 2 em Pernambuco, 2 em Goiás e 1 em Minas Gerais, segundo última atualização da pasta. A Delta tem se mostrado amplamente transmissível e preocupa agentes de saúde por conta da velocidade de contágio.
A pesquisadora da Rede de Monitoramento Genômico da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz participou da identificação de variante Delta em alguns dos casos e fez recomendação principalmente a um grupo específico. “A proteção de máscara tem que ser mantida e a pessoa tem que vacinar com as duas doses e no caso do imunizante de dose única também. Principalmente os mais idosos. Esses são muito vulneráveis ao contágio”, disse.
Também conhecida como B.1.617.2, a variante Delta já era motivo de preocupação da Organização Mundial da Saúde diante de seu avanço na Índia que, em maio deste ano, foi a responsável pela nova explosão de casos no país. Em 19 de maio deste ano, o país bateu o recorde mundial de mortes diárias por Covid-19, com 4.529 óbitos.
A variante Delta foi inicialmente identificada em 2020, na Índia, e hoje já está presente em mais de 40 países. No Brasil, já são sete os estados que já confirmaram casos. Em maio, a nova cepa foi classificada pela OMS como uma “variante de preocupação” (VOC – Variant of Concern, em inglês). Ela é a quarta a receber essa caracterização, junto com as variantes P.1 (ou Gamma), identificada em Manaus, B.1.1.7 (ou Alpha), do Reino Unido, e B.1.351 (ou Beta), da África do Sul.
Atualmente, estudos já identificaram que as vacinas disponíveis são eficazes contra a variante Delta desde que a pessoa seja imunizada com as duas doses da vacina contra Covid-19, além da imunização com dose única. Porém, para especialistas, há uma grande preocupação de que com o surgimento de novas variantes e com um possível relaxamento das medidas de isolamento social, uma possível nova variante possa fugir da eficácia dos imunizantes.
No Rio de Janeiro, as primeiras medidas já foram antecipadas na tentativa de conter a propagação da variante. O Governo do Rio de Janeiro autorizou a redução do intervalo da segunda dose da vacina AstraZeneca de 12 para 8 semanas. A nova recomendação foi feita no último dia (13) a todos os 92 municípios e cada cidade decide se acata ou não a orientação. O objetivo da secretaria de estado de Saúde (SES) é acelerar o esquema vacinal. A decisão foi acordada com representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e após consulta ao grupo de especialista e epidemiologista da própria SES.
Fonte: CNN