[Vídeo-Artigo] Trabalho escravo é a nova tendência mundial e Brasil busca a vanguarda

Por Oswaldo Bezerra

Ainda há pouco, aqui em Fortaleza, uma operação resgatou 17 pessoas aliciadas em Madalena que construíam casas em situação de trabalho escravo na Grande Fortaleza. Felizmente, os resgatados receberam cerca de R$181 mil em verbas rescisórias e terão direito a três parcelas de Seguro-Desemprego Especial do Trabalhador Resgatado.

Isso é algo que vem se repetindo e se tornando cada vez mais difícil de se descobrir também. Finais felizes como o caso de hoje aqui em Fortaleza serão cada vez mais raros. Para o Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho), a reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB) agravou a situação do trabalho escravo contemporâneo no país. O Governo Bolsonaro piorou mias ainda ao diminuir a verba para fiscalização trabalhista em 47%. O valor para 2021 é o menor registrado na história.

A escravidão moderna não é só uma catástrofe brasileira. A tendência é mundial. Nos EUA as chamadas companhias de atividade de “bico” estão empregando uma campanha bilionária para promoção da legalização do trabalho escravo. O desastroso projeto tem um nome é a “Proposta 22”.

Encabeçada por empresas como UBER e Lyft a “Proposta 22” já saiu vitoriosa no estado da Califórnia, onde foi aprovada. A proposta vitoriosa de precarização do trabalho, como por exemplo nenhum direito previdenciário ou de saúde ao trabalhador, nem mesmo um salário mínimo, fez com que as ações da empresa que nunca deu um centavo de lucro disparassem.

Agora as empresas do “bico” estão com um plano de levar esta condição de escravidão ao resto do país. Por isso, uma Coalizão para a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores americano, que inclui grupos de direitos civis e trabalhistas, lançou uma campanha chamada “Não ao Proposta 22”. Além de não dar direitos aos trabalhadores, a “Proposta 22” exime as empresas de pagar impostos. A campanha dos trabalhadores tem um gasto de 20 milhões de dólares. Muito pouco comparado aos 220 milhões de dólares, fora as propinas, das “gigantes do trabalho de bico”.

Como no Brasil, nos EUA os trabalhadores desesperados pela maldição do desemprego negociam sua própria escravidão a portas fechadas com as empresas bilionárias, rachando a base trabalhista. Tal mentalidade só fortalecem os grandes oligopólios. Uma oposição unificada é a única força e esperança de derrotar a universalização da escravidão moderna no mundo.

A mídia é a principal arma manipuladora dos trabalhadores com a estratégia de romantizar a escravidão moderna. Ter um estadista na presidência que luta pelo povo é privilégio de poucos países. Só o Estado tem poder para proteger os trabalhadores contra o avanço das “empresas de trabalho de bico”. Caso o Estado se venda ao capital, o futuro será sombrio. Sem fiscalização o mundo do trabalho volta à barbárie. Um círculo de precariedade e de pobreza será instaurado deixando a fome e a criminalidade bem ali na próxima esquina.

**Novo Livro de Oswaldo Bezerra intitulado “O Governador” está agora disponível em “livro físico”e para “Kindle”na Amazon.***

RG15/O Impacto

Um comentário em “[Vídeo-Artigo] Trabalho escravo é a nova tendência mundial e Brasil busca a vanguarda

  • 18 de março de 2022 em 19:36
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    Trabalho escravo ocorre mesmo é nos países comunistas, onde um operário trabalha por 50 reais ! Basta ir a Cuba e perguntar ao povo que denuncia a farsa do alimento, roupas e calçados grátis, agora imaginem o que se passa na Venezuela, na Coréia do Norte, todos com censura e a internet é proibida !

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