Embarcação com 25 brasileiros naufraga na Guiana Francesa; polícia diz que apenas quatro foram resgatados com vida
O delegado Charles Correa, da Polícia Civil de Oiapoque, distante 590 quilômetros de Macapá, auxilia as autoridades francesas na investigação que apura o naufrágio de uma embarcação, ocorrido na noite de 28 de agosto na foz do rio Approuague, no cabo Pointe Béhague, Guiana Francesa, onde havia 25 brasileiros.
Segundo as autoridades internacionais, o sinal de alerta para o naufrágio só foi emitido na terça-feira (31). Até este sábado (4) a informação era de que apenas quatro pessoas haviam sido resgatadas com vida. Alguns corpos já foram localizados e recolhidos do oceano atlântico, mas o número oficial ainda não foi confirmado.
De acordo com o delegado Charles Correa, a informação coletada até o momento é de que a embarcação – com capacidade para dez pessoas – saiu de Oiapoque com 17 passageiros e três tripulantes, totalizando 20 pessoas, ou seja, o dobro da capacidade. O destino era um garimpo ilegal na Guiana Francesa. Além da superlotação de passageiros, ainda havia cerca de 700 quilos de carga.
Um dos pilotos da embarcação teria feito uma parada em Vila Vitória, distrito de Oiapoque, onde mais cinco pessoas embarcaram. Eles seguiram para o lado francês durante a noite para tentar escapar da fiscalização marítima, mas no cabo Béhague a embarcação afundou durante uma tempestade.
Autoridades francesas dizem que as correntes marítimas do oceano atlântico dividiram os náufragos em pelo menos três grupos. A descoberta do acidente só foi possível na terça-feira (31), quando um barco de pesca avistou uma mulher agarrada a uma boia próximo ao canal de acesso ao porto de Kourou.
“Estou colaborando para elucidar a autoria do crime para os franceses. Nesses meus 11 anos de fronteira já acompanhei muitas, mas essa foi a maior tragédia. Em 2018 acompanhei outro naufrágio na mesma região onde 18 haitianos morreram. Agora, estou aguardando informações oficiais do presidente do inquérito francês para poder atualizar os dados”, disse o delegado.
Fonte: Diário do Amapá