Os perigos da pedofilia no mundo real e no virtual

Por Thays Cunha

Quando vemos uma criança nossos instintos de cuidado são logo acionados e nos sentimos no dever de protegê-las de todos os males do mundo. Esse é nosso papel não somo como pais, mães, professores, médicos etc., mas também como cidadãos.

No entanto, infelizmente existem monstros a solta que são capazes de fazer mal a esses pequenos seres indefesos. Com o intuito de atrair as crianças, eles então usam diversas armadilhas e estratégias, desse modo é importante ficarmos sempre atentos ao que fazem, onde andam e com que estão os nossos meninos e meninas.

Uma das situações que mais causa repulsa e indignação são os casos de pedofilia. Vista como um transtorno psiquiátrico, é uma forma doentia e repugnante de satisfação sexual, que acontece quando um adulto sente atração sexual por uma criança. Quando colocada em prática, é conceituada como abuso sexual de crianças e adolescentes, que configura crime previsto tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, artigos 240, 241) quanto no Código Penal (CP, artigos 217, 218). As práticas que se encaixam no termo pedofilia, e que são bem exemplificadas por esses artigos, englobam “estupro de vulnerável; mediação de menor de 14 anos para satisfazer a lascívia de outrem; satisfação da lascívia mediante a presença de menor de 14 anos; favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável; utilização de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica; comércio de material pedófilo; difusão de pedofilia; posse de material pedófilo; simulacro de pedofilia; aliciamento de crianças”.

É difícil ver notícias como essa, pois não conseguimos compreender o que leva pessoas adultas a manterem relações sexuais com crianças e a cometerem crimes hediondos contra seres que mal conseguem se defender. E o que mais dói é saber que em muitos casos esse tipo de violência acontece em ambientes que deveriam ser os mais seguros para as crianças, sendo cometidos por quem deveria protegê-las, como pais, tios, irmãos e amigos das famílias. Por isso é importante nos atentarmos para os perigos que rondam as crianças no mundo real.

INTERNET

Além dos cuidados no mundo real, temos que vigiar também os espaços virtuais, pois muitos pensam que a internet é uma terra sem lei e por isso se aproveitam da privacidade que ela fornece para cometer crimes. No contexto que estamos abordando, a internet pode facilitar a pedofilia e os abusos contra crianças, que acontecem por meio de propagação de mídias com conteúdo sexual, ou então com a sua utilização pelo abusador para manter contato com um menor sem que outras pessoas possam descobrir.

Crianças e adolescente são os maiores usuários da internet, ainda mais durante a pandemia da covid-19, em que as aulas foram paralisadas e os estudos aconteceram e vêm acontecendo de forma online. Desse modo, pedófilos entram nesses espaços em que as crianças costumam estar virtualmente para atraí-las. Geralmente esses criminosos criam as chamadas contas “fakes” para assim conseguirem manter contato sem chamar a atenção.

É importante verificarmos como está o estado emocional de nossas crianças dentro da situação familiar, assim como verificar se elas não estão buscando apoio para algum momento de fragilidade através da conversa com estranhos, o que as tornas alvos em potencial para os pedófilos. Isso pode ocorrer devido à criança necessitar de atenção, que o criminoso pode falsamente oferecer para posteriormente transformá-la em vítima.

CUIDADOS

O cuidado começa com diálogo, pois é importante conversar com as crianças as quais somos responsáveis a fim de estabelecer uma relação de confiança. É necessário também monitorar a atividade dos pequenos nas mídias sociais, assim como a utilização dos aparelhos eletrônicos por eles. Devemos também reconhecer quando as crianças estão passando por algum momento ruim, para que os abusadores não se aproveitem dessa fragilidade, e identificar sinais de algo pode estar acontecendo.

Todas as crianças merecem e devem receber cuidados, tendo a oportunidade de crescer em um ambiente saudável e viver em um ambiente seguro. Como bem afirma o Art. 227 da nossa Constituição Federal, “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

Alguns cuidados que podem ser tomados são: orientar as crianças para que não converse com pessoas estranhas, tanto na rua quanto através das mídias sociais; deixe seu filho dentro do portão da escola, não do lado de fora; não permita que a criança vá sozinha a banheiros públicos, devendo sempre acompanhá-la; verificar com quais pessoas ela conversa, o que ela anda vendo e assistindo no celular ou computador; orientar a criança que ninguém deve mexer em suas partes íntimas, assim como uma pessoa não deve mostrar as suas partes para ela; e ficar atento sempre, pois os abusadores não são somente estranhos, uma vez que a grande maioria dos casos de abuso ocorre por pessoas do convívio familiar da vítima.

Caso haja a suspeita ou confirmação do abuso, procure as autoridades competentes como a Polícia e o Conselho Tutelar.

RG 15 / O Impacto

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