Terrenos cheios de lixo e mato se tornam abrigos para criminosos
Por Diene Moura
Na manhã de quarta-feira (15), militares do 35° BPM, comandado pelo Capitão Arthur Vasconcelos em parceria com o Cabo Vila Nova fizeram incursões a um terreno baldio situado entre as Avenidas Turiano Meira, Castelo Branco e Curuá-Una, bairro Interventoria, zona Central de Santarém. A operação no terreno abandonado buscava apurar informações sobre suspeitos que haviam cometido delitos de furtos e estavam escondendo o produto do crime no local.
A área pertencente ao 8° Batalhão de Engenharia de Construção (8° BEC) é tomada por lama, mato com altura de mais de 1 metro, lixo originário de produtos domésticos, móveis planejados, pneus, garrafas, além de restos orgânicos, bem como carcaças de peixes que exalam um odor insuportável e se tornam atrativo para os animais peçonhentos e os transmissores de doenças, como urubus, ratos e baratas. Por conta do abandono, o local se torna esconderijo para criminosos, usuários de entorpecentes, além de servir para prostituição e tentativas de estupro.
Por conta do abandono, em outubro de 2014 o local chegou a ser ocupado por centenas de famílias que invadiram o terreno alegando que não tinham moradia. No entanto, após terem realizado uma limpeza parcial na área e ocuparem por 8 meses, foram retirados, pois se trata de um local no qual seria construído um quartel militar. Infelizmente, nos dias atuais o espaço se tornou propício para a proliferação de vetores e criminosos que instalam alojamentos com lonas e cercas, como afirma o Capitão do 35° BPM, Arthur Vasconcelos.
“Como vocês conseguem ver é uma instalação precária de um equipamento que eles montam para tentar passar uma chuva, passar uns dias. Aqui tem várias saídas também, sai atrás do posto, outra do motel, ou seja, tem várias rotas de fuga, o que dificulta o trabalho da Polícia Militar, primeiro pela dificuldade de entrar, além de vários caminhos e saídas. Quando a população liga e denuncia, é uma dificuldade muito grande de pegar eles, porque eles avistam a viatura de longe na rua e conseguem correr por essas 4 a 5 rotas de fugas por aqui”, acrescentou ainda sobre os problemas enfrentados para evitar crimes.
“É uma dificuldade muito grande para combater esses roubos, furtos e arrombamentos que têm na rua, até porque eles se escondem aqui e trocam o roubo por drogas. E nesse matagal enorme se prolifera todo tipo de doença, lixo, fora a proliferação da criminalidade, aqui dá traficante, arrombador, etc. Essa semana teve o caso de uma aluna que estava esperando um mototáxi ali, um criminoso atravessou a rua, pegou ela pelo braço e tava tentando arrastar ela para cá, roubar ou tentar estuprar, a sorte dela é que vinha passando um motociclista e buzinou, ela conseguiu se soltar e correr. A viatura veio verificar a situação, entrou no mato e adivinhem? Não achou ninguém”, disse o Capitão do 35° BPM.
A situação precária é agravada também pela contribuição da população que utiliza o local para depósito de lixo. E ainda, a área é tratada com descaso por quem é de competência zelar. “Coisas simples que recaem em cima da Polícia Militar, da segurança pública, que não é só é responsabilidade da Polícia Militar. Se esse terreno fosse limpo, fosse cuidado, não se alojaria aqui traficante, usuário de drogas, arrombador, furtador. Muitos crimes acontecem aqui perto porque tem esse terreno que ninguém cuida. Se houvesse uma limpeza, uma melhoria na iluminação pública, sem dúvida nenhuma reduziria 90% dos crimes que acontecem aqui perto ou na cidade”, finalizou Arthur Vasconcelos.
Embora não tenhamos conseguido contato com o 8° BEC para saber um posicionamento a respeito, entramos em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) para verificar sobre a responsabilidade de limpeza no terreno. Contudo, nos foi informado que o próprio 8° BEC precisa providenciar a limpeza, além de que os demais órgãos, tais como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Vigilância Sanitária e a própria Secretaria Municipal de Urbanismos e Serviços Públicos (Semurb), precisam analisar a situação junto com o proprietário da área para posteriormente realizarem alguma ação no local.
RG 15 / O Impacto