Delegada faz balanço de homicídios que marcaram o ano 2021
Por Diene Moura
Na manhã de quinta-feira (30), a Polícia Civil, representada pelo Delegado Germano do Vale e pela titular da delegacia especializada em Homicídios, Raíssa Beleboni, apresentou durante coletiva de imprensa os casos de homicídios que marcaram o ano de 2021 em Santarém. Dentre os 26 homicídios registrados ao longo do ano, 20 ocorreram no primeiro semestre e apenas 6 no segundo semestre.
De acordo com a delegada Raíssa Beleboni, alguns crimes foram concluídos e outros ainda estão em andamento. “Nós concluímos ao longo do ano 15 desses casos por identificação de autoria, que dá aproximadamente 60% de resolutividade. E é importante lembrar que ainda estão em andamento muitos casos complexos que aconteceram principalmente no segundo semestre, já que a gente tem aí pela lei o prazo de 30 dias, mas ele pode ser prorrogado desde que com autorização da Justiça. Foi um trabalho muito intenso, foi um ano de casos de muita repercussão e muita relevância”, disse a Delegada.
Casos de repercussão
Dentre os casos de grande repercussão que chocaram a população de Santarém está o assassinato do Padre José Ronaldo, ocorrido durante a comemoração de réveillon de 2020. O autor do crime, identificado como Cristian Roberto, de 19 anos, se apresentou na 16ª Seccional de Polícia Civil no dia 04 de janeiro e confessou ter matado o padre com um único golpe de faca no pescoço durante um desentendimento entre os dois. O jovem também relatou que mantinha um relacionamento de cunho amoroso com o padre. Após o crime, Cristian ainda pegou o carro que estava com o religioso e tentou se evadir, porém acabou sofrendo um acidente de trânsito na Rodovia Fernando Guilhon.
“Nós tivemos logo no início do ano a morte do Padre José Ronaldo, que trouxe muita repercussão para o fato inclusive por conta de se tratar de um padre, a qual trouxe bastante complexidade para as investigações. E nós conseguimos concluir rapidamente com a prisão do Cristian, que foi indiciado e responde por homicídio agora na justiça”, afirmou a titular da Delegacia de Homicídios.
Outro crime que ganhou comoção popular foi o do jovem mototaxista Elieldo Castro Rego, 24 anos, assassinado, amarrado com a própria roupa e enterrado em uma cova rasa nas proximidades da Praia Ponta de Pedras, como explica a Delegada a frente do caso que culminou na prisão de três envolvidos. Para elucidar o morte de Eliedo, a delegada conta que teve mais problemas em relação a dificuldade de localização do corpo e principalmente as situações em que o crime foi praticado, pois inicialmente o crime foi tratado como um desaparecimento.
“Tivemos também de grande complexidade o desaparecimento que acabou configurando o homicídio de Elieldo Castro Rego, que também aconteceu no mês de janeiro. A vítima desapareceu na grande área do Santarenzinho e somente cerca de 12 dias depois, já no dia 15 de janeiro, foi encontrado enterrado. Foi uma investigação complexa que conseguimos o apoio não só de policiais da seccional, que sempre nos apoiam com o trabalho da delegacia de homicídios, mas também do NAI (Núcleo de Apoio as Investigações), a qual foi possível identificar junto com o apoio da equipe do Santarenzinho todos os autores desse crime que também estão respondendo na Justiça por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver”.
Ainda existe casos complexos que não foram finalizados e continuam em investigação, como a morte do Jocivan Prata da Silva, conhecido como DDI, que foi alvejado a tiros quando estava em sua loja de construção . “Nós ainda temos esse inquérito em andamento, e do Elton Gomes Maciel, conhecido como “Porquinho”, são investigações que demandam um número grande de medidas cautelares para que a gente possa identificar os possíveis suspeitos e chegarmos a autoria. Importante sempre lembrar que não são números absolutos de Santarém, mas sim dos que foram apurados pela delegacia de homicídios”.
Ao longo do ano foram cumpridas muitas prisões temporárias, diversas prisões preventivas, e a maior parte dos casos foram concluídos de maneira rápida, com identificação de autoria e indiciamento. “Dos casos mais recentes temos agora do Fabiano de Sousa Damasceno, que foi encontrado morto no dia 29 de novembro. Ele era interno do sistema prisional e tava no período de saída temporária, e antes da data designada para o retorno à unidade prisional ele acabou sendo vítima de homicídio. Esta investigação traz uma complexidade maior porque o corpo foi encontrado em uma região onde não temos câmera, não há grande quantidade de pessoas, não temos testemunhas. O que não significa que não vamos conseguir elucidar, só vai levar mais tempo”, finalizou a delegada.
Ainda este ano, por quase 60 dias, durante o período entre 15 de julho a 12 de setembro, Santarém ficou sem homicídios, que foram justamente os instaurados por meio de inquérito e portaria que tramitam pela Delegacia de Homicídios.
RG 15 / O Impacto