Artigo – Pandemia piora cenário de evasão escolar
Por Thays Cunha
Em relação à educação escolar, o Brasil sofreu muitos impactos devido à covid-19, o que piorou ainda mais a situação na qual já nos encontrávamos, pois de acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) – disponível no site das Nações Unidas – o Brasil, a America Latina e o Caribe já eram as regiões que mais possuíam desigualdades educacionais no mundo antes mesmo do início da pandemia. E nesse período de distanciamento social e paralisações realizadas como medidas de contenção ao vírus, milhões de crianças e adolescentes ficaram praticamente dois anos fora das escolas.
PERDA DE RENDA
A crise econômica gerada pela pandemia levou muitas famílias a perderem suas rendas, seja por conta do falecimento dos provedores ou falência de negócios. Com isso muitas crianças e adolescentes começaram a auxiliar nos serviços domésticos ou atuando em algum tipo de trabalho remunerado com o intuito de cooperar com a renda da casa. E com o retorno às aulas presenciais, muitos desses meninos e meninas não conseguiram mais dedicar tempo aos estudos, sendo obrigados então a deixar a escola.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Roberto Marinho com jovens brasileiros, muitos alunos deixaram de estudar para trabalhar, pois 45% deles estão em famílias que perderam parcialmente ou totalmente sua renda durante a pandemia.
E agora, como fazer com que todos possam retornar às salas de aula?
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a evasão escolar no Brasil atinge 5 milhões de alunos. Durante a pandemia de Covid-19, esses números aumentaram em 5% entre os alunos do ensino fundamental e 10% no ensino médio. Para os que ainda estão matriculados, a dificuldade foi de acesso, com 4 milhões de estudantes sem conectividade”.
Tais desigualdades aumentaram ainda mais com ensino remoto, que não conseguiu englobar a todos, principalmente por conta da escassez de acesso a internet, meio mais utilizado na tentativa de garantir algum aprendizado no período pandêmico.
Desse modo é necessário pensarmos formas de não só se trazer esse aluno de volta à escola, como também oferecer oportunidades para que ele possa não ser prejudicado devido a todo o tempo perdido, e fique atrás em comparação aos outros que tiveram mais oportunidades de estudo.
Foram muitas perdas e retrocessos que defasaram a já frágil educação nacional. A saída seria então começar a arregaçar as mangas desde já, qualificando professores e oferecendo escolas melhores, com infraestrutura adequada às necessidades de milhares de crianças e adolescentes que têm no estudo, por vezes, a sua única a chance de uma vida e um futuro melhores.
RG 15 / O Impacto