Líder de seita religiosa é acusado de estupros no Pará

Na sexta-feira (1º), a Polícia Civil ouviu novos depoimentos de vítimas de um líder religioso que foi preso em Marudá, nordeste do Pará. De acordo com recentes informações, mais de dez mulheres acusam Paulo Paumgartten de estupro. Ele também é acusado de pedofilia, já que a polícia encontrou material de pornografia infantil no sítio onde ocorreriam os encontros da seita.

Paulo Sabino de Oliveira é o líder da Missão do Espírito Santo, um grupo religioso criado por ele mesmo, que promovia encontros fechados com as fiéis. As vítimas prestaram depoimento na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e deram detalhes das reuniões.

Segundo as investigações, a princípio ele começou a praticar abusos sexuais com mulheres que estavam há mais tempo na seita. Nestes momentos, Paulo Paumgartten dizia que não era ele e sim de espíritos que recebia, como o São Thomás de Aquino, Santo Agostinho, Papa João Paulo II e Padre Cícero.

Oito mulheres

A história de Paulo Paumgartten Sabino de Oliveira como líder religioso começou em 2008, em Belém, quando foi convidado a participar de um grupo de estudo bíblico. Na época, ele era procurador do município de Pacajá, sudoeste do Pará. Segundo a polícia, como tinha boa oratória e poder de persuasão logo se tornou líder religioso e decidiu criar a própria seita.

A seita começou no bairro do telégrafo, foi para o da Campina e depois para outro local no bairro Marco e em seguida para o bairro de Fátima.

A Missão do Espírito Santo não tinha vínculo com nenhum tipo religião, mas se apoiava em algumas crenças. Ele sempre usava passagens bíblicas nos encontros, que tinham similaridades com reuniões espíritas, como mostram estas imagens divulgadas na internet.

O líder da seita morava em uma casa no bairro de Fátima, em Belém, junto com oito mulheres. No local, funciona um escritório de advocacia. Além do espaço, ele também é proprietário de duas policlínicas – uma em Belém e outra em Marudá, distrito de Marapanim.

De acordo com a polícia, os dois negócios eram administrados por duas filhas que ele adotou na maioridade, formadas em Medicina e Direito. As investigações mostram ainda que ele não trabalhava a e era sustentado pelas integrantes da seita.

Além da casa, no bairro de Fátima, em Belém, o grupo também utilizava um sítio em Marudá, onde Paulo Paumgartten foi preso preventivamente, no último dia 18, e também em flagrante por pedofilia. No sítio de Marapanim, foi encontrado vasto conteúdo pornográfico envolvendo vítimas menores de idade.

Como o inquérito ainda está em andamento, é possível que Paulo Paumgartten Sabino se Oliveira também responda por outros atos infracionais. A polícia já sabe que ele tinha outra identidade e praticou atos ilícitos em cidades de outros estados, como Santa Quitéria, no Ceará, onde ele usava um outro nome, ou seja, uma outra identidade.

Fonte: G1 PA

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