Golpistas usam foto de delegado de Santarém para pressionar vítimas em suposto crime sexual
Para extorquir a vítima, estelionatários alegam que falso crime pode ser resolvido ‘amigavelmente’
Por Diene Moura
Os criminosos estão cada vez mais articulados em suas práticas delituosas. As vítimas escolhidas por estelionatários não possuem crença, cor ou classe social, são pessoas anônimas, figuras públicas ou até mesmo autoridades policiais, como aconteceu durante esta semana em Santarém. O Delegado de Polícia Civil, Lucivelton Ferreira, foi alvo da audácia de bandidos após ter sua foto vinculada a um golpe para pressionar vítimas em suposto crime sexual.
O fato chegou ao delegado através de uma amiga, a qual informou que um dos seus familiares estava sendo convencido, através de um áudio de whatsaap, a resolver ‘amigavelmente’ uma situação envolvendo uma menor de idade. No áudio, o criminoso se identifica como Silvano Roberto Lopes, Inspetor de Polícia da 2° DPPA de Santarém.
“Bom dia, seu V. I, trabalho juntamente com o Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente), pois estamos com a família da menor Valentina que o senhor andou se envolvendo. Estamos com um dispositivo móvel da menor, já no cabo USB rebuscando e fazendo um backup de todas as mensagens que o senhor trocou com a menor, pois a primeira que rebuscamos são fotos de cunho pornográfico”, diz o áudio.
O golpista acrescenta ainda que a vítima deve entrar em contato imediatamente com o departamento. “A gente vai pedir para o advogado aqui do departamento entrar em contato com o senhor também, pra ver se o senhor prefere resolver isso amigavelmente com a família, pois a família não quer expor a menor, assim como o senhor não quer ser exposto, certo, pois o senhor um homem da igreja, um irmão, o senhor fazendo uma barbaridade dessa. Senhor sabia que eu posso lavrar uma preventiva imediata, e pedir uma busca e apreensão para o senhor?”, termina o áudio.
A trama com o objetivo de extorquir a vítima foi desmascarada e um boletim de ocorrência foi registrado no intuito de rastrear o número de telefone, identificar e localizar os golpistas. No entanto, o Delegado assume que elucidar este tipo de caso é um trabalho árduo e destacou que outras autoridades policiais também tiveram seus nomes utilizados nessas ações criminosas.
“Eles procuram utilizar nosso nome, um tempo atrás foi do Delegado Jardel. Estavam também usando as fotos dele, se passando por ele. A gente percebe que hoje em dia tem muito golpe, muitas pessoas tentando enganar a população. É meio complicado para a gente tentar ir atrás porque eles usam o nome de terceiros, tanto para cadastrar a conta do PIX, como também para cadastrar junto às operadoras de telefonia. E quando chegamos naquela pessoa, alegam que caíram em um golpe e os dados foram para alguém, e agora estão tendo esse problema”, explicou o delegado.
Para evitar que crimes como estes sejam consolidados, a polícia orienta as pessoas a ficarem atentas. Sempre desconfiarem, pois os golpistas procuram se apropriar da imagem de pessoas que possuem credibilidade, tais como Juiz, Promotor, Advogado ou um grande empresário.
O Impacto