Pedreiro é preso por matar esposa na frente dos filhos e esconder o corpo no quintal, no Pará

Ocino Terra Pimentel, de 49 anos, foi preso, na manhã desta sexta-feira (20), suspeito de matar a própria companheira, Janaina Moraes do Nascimento, de 20 anos, a facadas na frente dos filhos de 3 e 4 anos de idades, em Outeiro, distrito de Belém.

Ele havia sido conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Outeiro para prestar depoimento sobre uma suspeita de que ele tivesse matado a moça. A prisão foi decretada no momento em que a Polícia Científica do Pará (PCEPA) encontrou o corpo dela, dentro de uma fossa no quintal da casa onde o casal morava.

O homem confessou ter matado a mulher e foi atuado em flagrante por ocultação de cadáver e feminicídio. Peritos criminais da PCEPA apontam que foram pelo menos 30 facadas.

O caso chegou, inicialmente, à Polícia Militar, que foi procurada pela avó materna dos filhos do casal. A mulher disse que o neto mais velho relatou que tinha visto o pai machucar a mãe com uma faca. O crime teria ocorrido na noite de quarta-feira (18).

Policiais do 26º Batalhão de Polícia Militar (BPM) prenderam o suspeito em Cotijuba, na casa da mãe de Janaína. Ele estava lá com as duas crianças do casal. Preliminarmente, o suspeito negava ter cometido o crime e dizia que a jovem tinha saído em um mototáxi e depois sumiu.

A polícia desconfiou da fala do pedreiro e decidiu ir até a casa alugada, onde a família morava há cerca de um ano, localizada na alameda Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fidelis, em Outeiro.

A partir de uma câmera e manchas de sangue em dos cômodos do imóvel foi que as autoridades desvendaram o crime. A PC descobriu que o suspeito teria desligado a câmera de vigilância para ninguém pudesse ver o que ele supostamente fez.

Entretanto, ele não contava que um chip presente no equipamento de monitoramento pudesse permitir que a polícia visualizasse as imagens remotamente.

Em posse da filmagem, os policiais civis conseguiram ver Ocino arrastando o corpo de Janaína enrolado em lençol em direção a fossa, onde ele escondeu a vítima. O vídeo ainda mostra ele limpando toda residência, para eliminar qualquer tipo de vestígio presente na cena do crime.

Familiares disseram à redação integrada de O Liberal que a vítima tinha sido agredida outras vezes pelo companheiro e aconselhavam Ocino e Janaína de terminarem a relação, mas os dois sempre voltavam a ficar juntos. Inclusive, a vítima tinha uma medida protetiva contra o companheiro. “Eles brigavam muito e tinham uma vida bastante conturbada.

Os dois se agrediam.  Dávamos muitos conselhos para ela (Janaína), mas, devido ter filhos, sempre voltava com ele (Ocino). Falávamos para o Ocino se separar dela e procurar outras mulheres. Ele era um homem muito trabalhador e foi quem construiu a minha casa”, disse uma mulher próxima do casal, que preferiu não se identificar.

O delegado Luís Xavier, da Divisão de Homicídios (DH), explicou como ocorreu toda a investigação até a prisão de Ocino e ressaltou o trabalho da PM e da PC.

“As crianças, ao chegarem em Cotijuba, relataram para a avó que o pai havia matado a mãe. A Polícia Militar foi acionada. O sargento, de forma muito positiva, entrou em contato com a Seccional de Icoaraci. As diligências iniciaram e depois viemos para dar o apoio.

Foi nesse momento que conseguimos interrogá-lo e ele confessou. Mesmo ele negando o crime, conseguimos imagens dele arrastando o corpo depois de ter executado a sua esposa. Segundo os relatos dos dois filhos, ele teria esfaqueado a esposa dentro do quarto na barriga e na cabeça.

Deixou o corpo lá e, pela noite, ele a arrastou e colocou o cadáver dentro da fossa. Encerrámos as investigações com a localização do corpo da vítima. Os moradores relataram que o casal vivia uma relação conflituosa. Ela (Janaína) tinha medidas protetivas contra ele. Entretanto, em função da dependência econômica, ela reatava com ele”, esclareceu Xavier. 

O delegado ainda comentou que Ocino pode pegar até 30 anos de cadeia, e que a sentença pode aumentar ainda por ele ter matado Janaína na frente dos filhos, além de se tratar um crime hediondo – delito inafiançável e caracterizado por causar repulsa na sociedade .

O sargento Edson Maia, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, foi o responsável pelo trabalho de retirar o corpo da fossa, junto com outros cinco agentes. Ele disse que o buraco onde a vítima estava tinha, pelo menos, dois metros de profundidade.

“Foi uma situação difícil. Usamos todas as medidas de segurança para ninguém se machucar. Conseguimos remover o corpo da jovem para apresentar à família e o delegado. A fossa tinha, aproximadamente, dois metros de profundidade, por dois cômodos, cada um de um metro.

Ele tinha feito uma parte de alvenaria recentemente, para vedar a tampa da fossa”, contou o militar depois quase uma hora de trabalho de remover o corpo do esconderijo.

Ocino foi encaminhado à DH, no bairro de São Brás, em Belém. Ele prestou depoimento na unidade policial e depois os policiais o levaram à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), onde ficará à disposição da Justiça.

Fonte: O Liberal

Foto: Reprodução

 

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