“Meu filho não é cachorro”, diz mãe ao pedir Justiça por filho morto em acidente na Santarém/Curuá-Una

No sábado (4)  a reportagem da TV Impacto foi acionada para comparecer ao sepultamento de Marcelo, morto em acidente de trânsito, na última quinta-feira (2), na Comunidade São Jorge, na rodovia Santarém/Curuá-Una (PA-370).

À pedido da mãe identificada como Maria Santana Alves Miranda, Lorenna Morena, se deslocou para a comunidade Santa Maria para ouvir sua versão dos fatos, já que a primeira, foi dada aparentemente pela suposta motorista do carro de aproximadamente 75 anos em outro  veículo de comunicação.

Na entrevista, Maria pede Justiça e questiona os procedimentos adotados no atendimento ao filho, desde os primeiros socorros até as diligências de policiais na ocorrência.

“Quando cheguei, meu filho estava jogado no lado esquerdo da rua. Só fizeram a perícia no corpo, por que não existia carro, não existia a mulher. Fui pedi informação pra um policial, o que poderia fazer, se eu iria registrar o b.o ou chamar a reportagem. Ele disse que eu poderia registrar o b.o, mas só depois de conversar amigável. Mas como vou conversar amigável com uma pessoa que assassinou meu filho e não prestou socorro?”, questionou.

Maria conta ainda como se sentiu vendo seu filho naquela situação. “A perícia chegou, só fez no meu filho, ele jogado no chão igual bicho! A gente não podia pegar, ele todo torto lá, não podia pegar. Pra uma mãe isso é muito difícil isso”, lamentou.

Novamente perguntou ao policial, o quê deveria fazer dali em diante. “Eu cheguei com um policial e perguntei, porque não me perguntara nada! Ficaram cochichando lá. Eu perguntei se eu podia falar, eles disseram: espera um pouco. Eles falaram que se eu fosse chamar a reportagem é porque eu queria fazer um espetáculo, que era isso que eu queria fazer, porque eu não queria conversar amigavelmente”, afirmou.

De acordo com Maria, não houve respeito naquele momento de dor e por ser uma pessoa humilde, talvez por isso, não lhe deram a atenção devida. A mãe alega ainda que ouviu de populares comentários da reação da mulher após o atropelamento.

“As pessoas que tava lá que falaram. Quando disseram que ele morreu, ela se desesperou. Um policial encostou no carro dela, mandou que ela saísse de lá no carro”.

Sepultamento

Um homem se apresentou como filho e advogado da motorista. Ele se comprometeu em ajudar financeiramente, mas houve um conflito entre as famílias, haja vista que o cemitério é clandestino e as despesas são altas.

 “Ela deu R$ 1. 500 do caixão, pagou  R$ 1.000 do formol,  R$ 400 do ônibus e R$ 430, que era da cova, só que quando chegamos aqui, não tínhamos a informação de que era R$ 1.000. Fui e completei, pois o certo seria eu completar com 70, que era pra dá 500. Por que já tinham dado 430. Lá em casa foram ontem e disseram que era fraude. Quem faz uma coisa dessa em um momento como esse? Eu só queria que alguém esclarecesse, queria Justiça! Mas por que ela fugiu e não prestou socorro? Se ela viu que ele fazia zigue-zague na rua, porque ela que tava sóbria não parou? Meu filho não é cachorro!”, desabafou.

O acidente

Marcelo estava embriagado e  trafegava a pé na via quando foi atingido pelo veículo. Ele trabalhava fervendo tucupi e tirando goma para ganhar R$ 40 reais por dia.

“Um colega que tava com ele me contou que ele saiu pra atravessar a rua, por que ele estava com um celular e um pilantra, tal de Luquinhas pegou o celular dele. E o meu filho agoniado foi atravessar a rua, tava tão focado em pegar o celular que o carro veio e atropelou ele”, revelou a mãe.

Na manhã de segunda-feira (6), Maria Santana, irá à 16º Seccional de Polícia Civil para registrar o boletim de ocorrência com intuito de proceder,  juntamente com o delegado que estava de plantão naquele dia.

O espaço segue aberto para qualquer posicionamento a respeito deste caso.

Matéria em atualização..

Por Diene Moura

O Impacto – colaborou Lorenna Morena

Foto: Reprodução TV Impacto

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