Déficit nas contas públicas em 2023 deve ficar em torno de R$ 120 bilhões
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quinta-feira (23/3) que o deficit nas contas públicas em 2023 deve ficar em torno de R$ 120 bilhões. A projeção é um pouco superior à apresentada pela pasta na quarta-feira (22/3), de R$ 106,7 bilhões.
O relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do primeiro bimestre do ano reduziu a estimativa de deficit primário de R$ 228,1 bilhões (2,1% do PIB) para R$ 107,6 bilhões (1,0% do PIB).
“Se nós olharmos o relatório bimestral, que é uma projeção de gastos e de receitas para este ano, já mostra que um dos objetivos nossos, que é diminuir o deficit fiscal, já começa a acontecer”, disse Tebet, após participar de um seminário sobre gestão pública, em Brasília.
“É uma projeção, é mera projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos, de que o deficit fiscal no país não se encerrará em R$ 230 bilhões. E sim algo em torno agora, nessa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos aí ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo, em torno de R$ 120 bilhões”, prosseguiu.
Em maio, o presidente Lula (PT) vai anunciar o aumento no valor do piso salarial, de R$ 1.302 para R$ 1.320. Esse reajuste não foi contemplado pelo relatório da equipe econômica divulgado nesta semana.
Tebet ainda disse que o relatório surpreendeu: “Tínhamos um déficit fiscal arredondado (no orçamento) de R$ 230 bilhões e hoje temos uma projeção de R$ 107 bilhões, por mais que tenhamos de fazer um ajuste quando o salário mínimo vier. Chegaremos talvez no próximo relatório a R$ 120 bilhoes de déficit (previsão para 2023 fechado)”.
“Estamos falando de reduzir pela metade até o fim do ano esse déficit fiscal”, concluiu.
Corte de gastos
Segundo a ministra, em um um momento em que o país não cresce e há 33 milhões de pessoas passando fome, situação associada a altos índices de desemprego, ainda não é hora de falar em corte de gastos, mas na melhoria deles.
“Ainda não é hora de falar neste primeiro bimestre, ou nesses dois primeiros bimestres, de corte de gastos. É hora de falar de qualidade de gastos. O corte que estamos fazendo é no supérfluo, na gestão, é em relação à máquina pública”, assinalou.
Fonte: Metrópoles