Preso por pedofilia, comerciante atraía crianças com doces e jogos
O comerciante William Luiz Ferreira, de 29 anos, foi preso preventivamente por pedofilia após a Polícia Civil apreender mais de seis mil arquivos de pornografia infantil no bar de sua propriedade em Brotas, interior de São Paulo.
Para atrair as vítimas, William usava o “método clássico” dos abusadores de crianças, de acordo com a polícia. Ele oferecia doces, além de permitir que as crianças e pré-adolescentes jogassem de graça videogames ou sinuca em seu bar, localizado no bairro Jardim Modelo.
Os abusos sexuais de crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 13 anos, apontam as investigações, começaram há pelo menos dez anos. Até o momento, já foram identificadas 30 vítimas, todas do sexo masculino.
Abusos sexuais
Em depoimento na delegacia, o comerciante confessou a prática de sexo anal e oral “com diversas crianças e adolescentes”, acrescentando que sua mais recente vítima, chamada por ele de “namorado”, é um garoto de 13 anos.
Na presença da mãe, o adolescente confirmou à polícia ter sofrido abusos sexuais “principalmente após [o comerciante] lhe oferecer bebidas alcoólicas.”
Nenhum advogado havia se apresentado para defender o comerciante até o momento.
As investigações sobre os crimes de pedofilia duraram cerca de um mês, após a Delegacia Geral de Brotas receber denúncia anônima por meio do telefone 181.
“Ele usava a velha estratégia dos pedófilos. Ele tem um bar, com mesa de sinuca, videogames e doces. Ele agradava as crianças deixando elas jogarem de graça, dando lanche, doce. Dessa maneira, ele conseguia praticar os abusos.
Geralmente, o pedófilo troca material por app de mensagem, produzido fora do pais. Nos chamou a atenção, neste caso, o grande material produzido por ele mesmo”, destacou ao Metrópoles o delegado titular Douglas Falsarella Brandão do Amaral.
A Polícia Civil de Brotas cumpriu um mandado de busca e apreensão no bar de William, no último dia 16. Em um HD externo foram encontrados 6.132 arquivos de pornografia infantil, dos quais cerca de 50% foram produzidos pelo próprio comerciante, no interior do estabelecimento.
Após ganhar a confiança das crianças, o comerciante fechava o bar e abusava dos meninos sobre uma mesa de sinuca ou em um sofá. Os crimes eram registrados por câmeras de monitoramento e depois salvas no HD externo.
Durante a análise do material, a polícia identificou um jovem, atualmente com 18 anos. Ele foi a primeira vítima a prestar depoimento na delegacia. O rapaz afirmou que sofreu abusos sexuais desde os 8 anos, sem saber que era vítima. Ele só notou isso por volta dos 15 anos, mas teve medo de denunciar.
Com base nos primeiros depoimentos de vítimas e dos arquivos apreendidos, a polícia solicitou a prisão preventiva de William, que foi expedida pela Justiça e cumprida nessa segunda-feira (20/3), no bar onde os crimes ocorreram.
A polícia, agora, trabalha para identificar mais vítimas. William foi indiciado por estupro de vulnerável e por armazenar e produzir material pornográfico infantil.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução
Saiu a decisão hoje. 52 anos de prisão.