Governo do Estado fortalece projetos de inserção de jovens no mercado de trabalho
“Participar da Escola de Formação e Liderança para a Juventude, sem dúvidas, me transformou. Cresci tanto pessoalmente, quanto profissionalmente, passei a me comunicar e me relacionar melhor, aprendi muito, fiz novas amizades e abriu portas para uma oportunidade de emprego. Cada curso que participei ao longo dos três meses representava mais um passo para me sentir preparada para o mercado de trabalho e isso foi fundamental para que eu conquistasse essa vaga. Agora, com a minha renda, posso ajudar em casa, além de ter a minha própria independência”, celebra Jessica Paula, 24 anos, que após a participação no projeto na UsiPaz do Icuí-Guajará, se tornou atendente em uma rede de cinemas.
Mais de 500 jovens participam, atualmente, do projeto ‘Escola de Formação e Liderança para a Juventude’, coordenada pela Fundação ParáPaz, em todas as Usinas da Paz (Usipaz) na capital e no interior. O objetivo do projeto é promover, entre jovens de 14 a 29 anos, ações e cursos direcionados à construção da cidadania, à qualificação e à formação profissional, fortalecendo a preparação de jovens para atuação no mercado de trabalho.
“Esse projeto é diferenciado e realmente promove transformações de vida. Não só trazemos o jovem para que ele seja inserido no mercado de trabalho, mas também apresentamos os direitos à cidadania, ECA e outras orientações. É como um pacote de serviços, que envolve, inclusive, cursos de geração digital (informática) do básico ao avançado, passando pelo ‘agente da paz’, que é um estágio na Usina para ir ganhando experiência. Muitos deles não tinham expectativa de entrar no mercado de trabalho, e com essa preparação, por meio de cursos profissionalizantes, se sentem mais preparados e seguros para o desafio profissional”, explica Rita Melo, coordenadora geral da ParáPaz nas usinas.
Laiana Monteiro, 25 anos, celebra a primeira carteira de trabalho assinada após participar da ‘Escola de Formação e Liderança para a Juventude’ no ano passado. “Antes da entrega da UsiPaz do Icuí-Guajará, eu nunca tinha feito nenhum curso, porque não tinha condições de pagar e agora já tenho vários. Não tinha nenhuma perspectiva de trabalho. Me inscrever no projeto do ParáPaz fez a diferença e foi fundamental para conquistar a minha vaga no mercado de trabalho. Hoje, sou atendente, tenho minha renda, posso ajudar a minha mãe e me sinto muito feliz. Só gratidão”, afirma.
Mais de 20 participantes do projeto na UsiPaz do Icuí-Guajará já estão empregados. O curso, que conta até com simulação de entrevista de emprego, tem a duração de três meses com aulas duas vezes por semana, sendo uma turma pela manhã e outra à tarde.
Mercado de trabalho – Entre os motivos para celebrar o Dia Mundial da Juventude, nesta quinta-feira (30), está o novo estudo desenvolvido em parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), que demonstra que no Pará, dos 2,4 milhões de jovens de 15 a 29 anos, quase metade ocupa uma vaga no mercado de trabalho dentro do Estado. Os dados têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE referentes ao 4º trimestre do ano passado (Out-Dez/2022).
“O Governo do Estado tem feito uma série de ações no sentido de conduzir os jovens paraenses de maneira justa, legal e com qualidade ao mercado de trabalho. Políticas públicas estaduais para reforçar a empregabilidade desses jovens são fundamentais para fortalecer a proteção ao trabalho dos jovens e fazem a diferença na construção de uma economia e de uma sociedade mais justa. O Pará ganha destaque nesse sentido por ser um Estado com atração de investimentos”, destaca o supervisor Técnico do DIEESE, Everson Costa.
“Primeiro Ofício” – Lançado em 2019, o programa ‘Primeiro Ofício’, da Seaster, tem o objetivo de gerar oportunidade de inserção no mercado de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos, por meio da sensibilização de empresas que usufruem de algum tipo de benefício fiscal, a dedicar 30% das vagas do Programa Jovem Aprendiz a jovens oriundos do cumprimento de medidas socioeducativas e do sistema prisional, ou que estejam em situação de vulnerabilidade. Cerca de 1,3 mil jovens já foram inseridos no mercado.
O programa estadual proporcionou para Micheli Gonçalves, 24 anos, a oportunidade do primeiro emprego. Após participar de cursos profissionalizantes, ela se tornou, em 2021, Jovem Aprendiz em uma empresa de engenharia rodoviária e sanitária. Em setembro do ano passado, Micheli foi efetivada.
“O ‘Primeiro Ofício’ foi o pontapé inicial que eu precisava para o meu aprendizado e crescimento profissional. Um programa como esse não deixa que os jovens se envolvam em coisas erradas e possam ter uma vida digna. Sou um exemplo de que, com persistência, é possível agarrar a oportunidade e crescer. Hoje, trabalho como auxiliar técnica, já consegui comprar um terreno pra minha família e sou muito grata ao Governo e a empresa por essa ajuda”, ressalta.
De acordo com Inocencio Gasparim, titular da Seaster, o programa discute questões como a redução da violência e o incentivo à aprendizagem, além de aproximar as empresas do governo. “Temos dados importantes de jovens que iniciam como aprendizes e, posteriormente, seguem dentro do quadro efetivo das empresas. Isso é fruto de um investimento em mão de obra e em oportunidades de emprego. Por meio do ‘Qualifica Pará’, nós também incentivamos essa movimentação na economia, impulsionando a qualificação e garantindo que esse público esteja mais orientado e preparado para desenvolver suas habilidades e seguir com um negócio”, diz.
São 1.452 turmas e 45 tipos de cursos integrantes do ‘Qualifica Pará’, que atenderão, aproximadamente, 30 mil pessoas residentes nos 144 municípios paraenses. O investimento é de cerca de R$ 60 milhões. Além da qualificação, o programa prevê um microcrédito voltado aos educandos, para contribuir na compra de equipamentos e na estruturação do primeiro negócio.
Com dificuldades para conseguir uma vaga no mercado de trabalho, Davi Cristian Santos, 21 anos, participou do ‘Primeiro Ofício’, há dois anos, e por meio do programa, além de conquistar o primeiro emprego, também descobriu, durante o curso profissionalizante seu amor pela mecânica.
“Eu não tinha nenhuma qualificação e minha esposa estava grávida, foi quando conheci o programa, que abriu oportunidades incríveis na minha vida. Atuei como Jovem Aprendiz na empresa e este mês fui efetivado. Com essa renda posso dar melhores condições de vida para a minha família e o alimento adequado ao meu filho. Tenho me dedicado muito, porque eu amo o que faço. Só posso agradecer por todas as portas que abriram por meio do ‘Primeiro Ofício e espero que outros jovens continuem tendo essa oportunidade’”, celebra.
O Impacto com informações da Agência Pará
Imagem: Agência Pará