Negligência médica pode ter resultado em morte de paciente no município de Altamira
Há mais de um ano uma família do município de Altamira luta por justiça pela morte de um ente querido. Segundo eles, o óbito de Railane Pereira da Silva, teria ocorrido em razão de suposta negligência médica.
A mãe diz que no dia 29 de março de 2022, a sua filha Railane, deu entrada no Hospital Geral de Altamira (HGA), apresentando quadro de cefaleia, dores no corpo e cianótica (coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue).
Ela é técnica de enfermagem e estava de plantão quando sua filha chegou ao hospital. Conforme seu relato, uma médica plantonista atendeu sua filha, passando as medicações necessárias, mas depois da troca de plantão, outro médico teria informado que Railane já estava de alta.
De imediato, percebendo que o estado de saúde da sua filha ainda necessitava de cuidados médicos, tentou argumentar junto ao médico que decidiu pela liberação, mas sem sucesso. Posteriormente, a mãe procurou ajuda para tentar reverter à alta médica, mas novamente teve o pedido negado por um segundo médico consultado, que teria dito que Railane tinha que ser levada primeiro para UPA.
Ainda conforme a mãe, Railane foi levada para casa e chegando lá piorou, sentindo muitas dores e inchaço pelo corpo. Desesperada, a enfermeira ligou para seus colegas de profissão, quando uma profissional de saúde do HGA pediu que Railane fosse levada novamente para a unidade hospitalar.
Chegando no HGA, Railane foi logo encaminhada para sala vermelha e não foi permitida a entrada de ninguém. Posteriormente, a mãe foi ao encontro de sua filha e se deparou com ela já entubada, “aparentemente sem vida”, disse.
A mãe declarou que o médico que teria dado alta para sua filha, supostamente negou assinar o atestado de óbito. Segundo ela, o profissional encaminhou um papel para o IML, o qual ela não teve acesso.
A enfermeira informou que procurou o IML para saber se não iriam realizar o exame de necropsia. Recebeu como resposta que não, pois não tinha boletim de ocorrência citando nome da pessoa que pudesse ter matado sua filha.
A suposta negligência dos órgãos de segurança para apuração do caso tem causado indignação dos familiares e amigos, especialmente de Maria Perpétua Pereira da Silva, técnica de enfermagem, mãe de Railane Pereira da Silva, que também era técnica de enfermagem no HGA.
Desde a partida repentina de Railane, a mãe busca reunir força para lutar por justiça e ao mesmo tempo, criar os quatros netos que a filha deixou.
O caso é acompanhado pela promotora de justiça Naiara Vidal Nogueira, da 1ª PJ Criminal de Altamira, que solicitou investigação por parte da Polícia Civil e do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Por Baía
O Impacto
Foto: Ilustrativa