Governo do Estado homenageia padre Giovanni Gallo com Medalha do Mérito Museológico

O Museu do Marajó foi o espaço escolhido para a entrega da Medalha do Mérito Museológico ao padre e museólogo Giovanni Gallo (in memoriam), responsável pela criação do Museu. A Medalha é considerada a mais alta honraria de reconhecimento às contribuições de profissionais ligados ao desenvolvimento da museologia brasileira.
O Museu do Marajó, que há pouco mais de um ano foi reconstruído pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), é considerado um dos mais importantes da Amazônia. Com um acervo único, reúne materiais arqueológicos, etnográficos e históricos do povo marajoara. A 10ª edição da premiação reconhece as contribuições de Giovanni Gallo, idealizador e fundador do Museu do Marajó.

Participaram da solenidade a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro; a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; o prefeito de Cachoeira do Arari, Antonio Athar; o presidente do Conselho Federal de Museologia (Cofem), Marco Antônio Ballester; o presidente do Conselho Regional de Museologia, Saulo Rocha; a presidente da Câmara de Vereadores do Município, Luziene Leal, e o presidente da Associação do Museu do Marajó, Otaci Gemaque.

“Eu vim do Museu Histórico Nacional. Fui diretora lá, onde foi criado o primeiro curso de Museologia do Brasil. E só agora a gente começa, nas últimas duas décadas, a fazer uma reflexão, que para padre Gallo era o cotidiano da vida. É pensar o museu não só como um espaço de salvaguarda, de reunião de acervo, mas de formação das pessoas. Não só a formação dentro de uma perspectiva escolar, formal, mas uma formação cidadã. Pensar em desenvolver a sociedade, pensar na cultura como direito”, disse Fernanda Castro.
A preservação das raízes de um povo, como principal instrumento de identidade e emancipação social, foi o lema de padre Gallo, que incentivou ações colaborativas, de participação das comunidades locais na gestão do espaço. “O museu é um espaço de irradiação porque aqui tem educação patrimonial, cultura popular, uma história de formação musical muito forte. O museu é ponto que irradia para várias iniciativas, do ponto de vista da valorização de manifestações culturais que são muito fortes no Marajó. Precisamos reforçar para o governo federal a importância de corrigir assimetrias históricas em relação à valorização da Amazônia como um polo de produção cultural, como espaço de produção de conteúdo, de narrativas, de resistência para valorização de todas as nossas matrizes identitárias”, destacou Ursula Vidal.


Saber museológico – Segundo Marco Antônio Ballester, o desenvolvimento dos estudos de museologia promoveu nos últimos anos uma grande mudança na área. “A vinda deste Conselho a Cachoeira do Arari, para fazer o devido reconhecimento ao padre Giovanni Gallo, demonstra essa releitura do saber museológico, que nesse caso foi o envolvimento comunitário, em uma região tão distante das instituições museológicas nacionais. Isso nos alegra, deixando claro que devemos democratizar não somente o acesso aos museus, mas também a sua fruição com a comunidade, tendo como um dos agentes fomentadores o museólogo. Nesse sentido, o Conselho Federal de Museologia entrega a comenda com grande felicidade e respeito aos serviços prestados pelo museólogo Giovanni Gallo ao Estado do Pará, à cidade de Cachoeira do Arari e à Museologia Nacional”, ressaltou o presidente do Cofem.
A Medalha foi entregue no dia em que o padre Gallo completaria 96 anos de idade. Otaci Gemaque, que atua como mantedor do Museu do Marajó há mais de 36 anos, representou o homenageado. “Giovanni Gallo era um homem muito bom, muito sincero e sério. Esse é um momento de muita alegria para nós, principalmente para mim, como presidente da Associação do Museu”, disse Otaci  Gemaque.

 

 

O Impacto com informações da Agência Pará
Imagem: Agência Pará

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