Paulo André e Ruy Barata ganham songbook por grandes intérpretes da música brasileira
Nascido em Santarém (PA), Ruy Guilherme Paranatinga Barata (25 de junho de 1920 – 23 de abril de 1990) foi advogado, historiador, professor e político. Mas foi como poeta e compositor – parceiro do filho também compositor, Paulo André Barata, nascido em Belém (PA) em 25 de de setembro de 1946 – que Ruy ultrapassou as fronteiras do Pará ao ter músicas propagadas em escala nacional na voz de Fafá de Belém.
Foi na voz quente dessa cantora conterrânea que o Brasil conheceu músicas como Este rio é minha rua (1976), Indauê – Tupã (1976), Baiuca’s bar (1978) e – sobretudo – o bolero Foi assim (1977) e a canção Pauapixuna (1977), sucessos do segundo álbum de Fafá, Água (1977).
Nada mais natural, portanto, que Fafá marque dupla presença no álbum duplo A música de Paulo André & Ruy Barata por grandes intérpretes da música brasileira, projeto orquestrado sob direção de Tito Barata.
Fafá canta duas das 22 músicas que compõem o repertório deste tributo fonográfico que a gravadora Biscoito Fino põe no mundo na quinta-feira, 21 de setembro, de início somente em edição digital, mas já com edição em CD duplo prevista para chegar ao mercado no último trimestre de 2023.
Fafá canta Porto Caribe e Tronco submerso, duas músicas apresentadas em disco na voz do próprio Paulo André Barata no álbum Uirapuru – O canto da Amazônia (1997). Na letra de Porto Caribe, música de latinidade vivaz, Ruy Barata reitera com orgulho a origem amazônica no verso “Eu sou de um país que se chama Pará”.
Além de Fafá, o elenco do álbum inclui Arthur Espíndola (Pacará), Dona Onete (Este rio é minha rua), Jane Duboc (Nativo), Leila Pinheiro (Mesa de bar), Lia Sophia (Baiuca’s bar), Lucinnha Bastos (Enchente amazônica), Pinduca (Este rio é minha rua, com Dona Onete) e Vital Lima (Nativo, com Jane Duboc).
Contudo, os dois maiores sucessos de pai e filho como compositores ganharam as vozes de duas cantoras paulistanas. Maria Rita abre o disco 1 com gravação do bolero Foi assim. Já Mônica Salmaso abre o disco 2 com registro delicado de Pauapixuna.
Intérpretes de outros estados do Brasil também foram convidados. A carioca Áurea Martins canta Bela fatal, parceria da dupla de compositores com o também carioca Antonio Adolfo. Capixava de vivência carioca, Zé Renato mergulha em Amazonas meu rio.
A carioca Joyce Moreno se une ao Quarteto do Rio para revitalizar Moldura antiga. Já o mineiro padre Fábio de Mello dá voz à Litania enquanto Zeca Pagodinho põe na roda Meu pajé (Samba pro Sting).