HRBA se firma como maior centro transplantador de rins do Pará com doadores vivos
Dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus), conforme levantamento de profissionais do Hospital
Perto da marca emblemática de 100 transplantes de rins, atualmente, são 99 realizados, o Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, no oeste estadual, se consolida como o maior centro transplantador de rins com doadores vivos do Estado, conforme a análise de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus), realizada por profissionais do Hospital.
Do total de 99 transplantes de rins, 47 foram de doadores falecidos e 52 foram procedimentos intervivos, quando o doador é geralmente parente do transplantado. “Nós nos deparamos com esse dado interessante. Somos o maior centro de transplantes com doador vivo na região toda. Isso nos deixa muito felizes. Fazemos esses procedimentos com bastante responsabilidade e temos tido muito sucesso”, comemorou o responsável técnico pelo setor de transplantes do HRBA, o médico nefrologista Emanuel Espósito.
O estudo sobre os procedimentos intervivos no Regional do Baixo Amazonas virou um trabalho que está sendo apresentado durante o 18º Congresso Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em Florianópolis, entre os dias 27 e 30 de setembro.
Além da apresentação do trabalho, o HRBA também participa do curso “Projetos de Ensino na Área de Transplante: Cenário atual e perspectivas”, que será coordenado pelo médico Emanuel Espósito.
“Fomos convidados e vamos levar este trabalho que foi selecionado, justamente sobre os doadores vivos. Esse convite mostra para a gente um reconhecimento do nosso trabalho, do trabalho em todo o estado do Pará, mostrando que estamos no caminho certo. Hoje, Santarém e o Pará representam uma fatia importante da transplantação de órgãos no Brasil”, afirmou o responsável técnico dos transplantes na unidade.
Parceria com Hospital Albert Einstein
Além do Congresso Brasileiro, a equipe de transplantes do HRBA também foi selecionada pelo Ministério da Saúde para participar de um projeto em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, que é uma referência nacional na transplantação de órgãos.
Os profissionais de Santarém poderão conhecer a estrutura e o funcionamento do hospital paulista durante uma semana e depois vão produzir um projeto de melhoria para o serviço dentro do Regional do Baixo Amazonas.
“Foram poucas equipes do país selecionadas e nós, felizmente, fomos contemplados e ficamos muito alegres com isso. Vai ser bastante interessante. Vamos ter contato com um hospital imenso, de números e estruturas, e vamos poder discutir as nossas problemáticas locais, propor ações de melhoria, e conversar tudo isso com quem entende muito do assunto. Vai ser muito importante para nós”, destacou o médico nefrologista.
Entre o mês passado e este mês, os médicos do setor de transplantes do HRBA também realizaram uma visita técnica no Hospital do Rim, em São Paulo, o maior centro de transplantes renais do Brasil e do mundo, buscando aprimoramento do serviço.
“Ficamos felizes de ver como o nosso trabalho vem sendo reconhecido. Com toda a certeza, a participação da nossa equipe no Congresso Brasileiro, no projeto do Ministério da Saúde e visitando o Hospital do Rim só vai capacitar ainda mais a nossa equipe. E quem ganha com isso é sempre o nosso paciente. Dizemos que o transplante de rins muda a vida dos transplantados e estamos próximos de realizar 100 mudanças de vida. É uma satisfação ver que a dedicação e os esforços dos nossos profissionais tornaram o HRBA uma referência quando se fala em transplantes na Amazônia”, ressaltou o diretor técnico da unidade, Alexandre Gomes.
Para o secretário de Saúde do Pará, Romulo Rodovalho, o trabalho desenvolvido pelo HRBA demonstra o empenho do governo do Pará em levar saúde de qualidade em todas as regiões do Estado, inclusive em transplantes. “Parabenizo o hospital pelo engajamento em prol do gesto de doação, com mais informações que possam esclarecer e sensibilizar a sociedade em favor da solidariedade no intuito de elevar os índices de doação e transplantes de órgãos e tecidos no Pará”, pontuou.
Setembro Verde
O mês de setembro é todo dedicado à doação de órgãos. O grande objetivo do evento é discutir esta pauta na sociedade e promover orientações e esclarecimentos necessários à população. Com o tema “Doe órgãos. Doe vida. Converse e manifeste o desejo de doação para a sua família!”.
O HRBA realiza palestras dentro e fora do Hospital Regional. A fachada do HRBA também foi iluminada na cor da campanha durante as noites de setembro e ganhou um laço verde, como parte da programação.
“Para se tornar um doador de órgãos basta avisar a família. O desejo de ser doador, quando não informado aos familiares, representa um dos principais motivos para a recusa de doação de órgãos, assim como a falta de informação sobre o processo de doar os órgãos. Pela Lei Brasileira, a retirada dos órgãos somente pode ocorrer mediante a autorização da família. Por isso é importante expressar, verbalizando este desejo em vida. Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios”, acrescenta Ierecê Miranda, coordenadora estadual do Central de Transplantes da Sespa.
Sendo assim, para ser um doador de órgãos após a morte, também é necessária a realização de um rigoroso protocolo médico que vai determinar se o paciente teve morte encefálica, que consiste na parada irreversível das funções do cérebro. Hoje, um paciente que pretende ser doador, não precisa deixar nenhum documento escrito, mas sim manifestar o desejo à família, para que este seja respeitado.
Serviço – Localizado no oeste do Pará, o HRBA é referência em média e alta complexidade e presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado.
A unidade pertence ao Governo do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e fica localizada na avenida Sérgio Henn, nº 1100, bairro Diamantino, em Santarém.
O Impacto com informações do HRBA