Ufopa sedia oficina sobre gestão de energia elétrica off-grid com participação de universidade americana
Nesta sexta-feira, 01 de março, acontece o encerramento da I Oficina sobre Gestão de Sistemas Comunitários de Geração de Energia Elétrica off-grid, que vem sendo realizada desde a última quarta-feira, 28/2, no Laboratório de Energias Renováveis (Laber) do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Ufopa. Organizado pela equipe do projeto “Convergência para soluções inovadoras de energia: capacitando comunidades fora da rede com tecnologias de energia sustentável”, que reúne a Michigan State University (MSU), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Universidade de Brasília (UnB), o evento é transmitido ao vivo pelos canais do Laber no Youtube, Instagram e Facebook.
Objetivo
A equipe vem trabalhando há dois anos nas comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns, com o objetivo de levar energia limpa e confiável para essas localidades, definidas como “sistemas remotos”, pois não são conectadas à rede elétrica existente. No workshop, 18 comunitários das localidades de Mentai, Cachoeirinha do Mentai, Alto Mentai, Prainha do Maró, Vista Alegre do Maró, e Porto Rico discutem boas práticas de gestão dos sistemas solares fotovoltaicos instalados em suas comunidades em parceria com a equipe do projeto.
Representantes de outras quatro comunidades (Nova Anã, Cachoeira do Aruã e Surucuá, da região do Tapajós-Arapiuns, além de Nova Limeira, no estado do Amazonas) também participam do encontro relatando suas experiências com sistemas energéticos e as oportunidades de beneficiamento e comercialização de produtos e serviços locais proporcionadas pela instalação desses sistemas. Além dos comunitários, participam ainda, com apresentações e palestras, instituições que gerenciam projetos de energia limpa na Amazônia, como o Projeto Saúde e Alegria e o Instituto Mamirauá, além de professores da Ufopa e representantes do ICMBio.
Energia renovável
“As localidades com as quais trabalhamos não estão nos planos dos programas de universalização de energia elétrica do governo federal e dependem de geradores movidos a diesel ou gasolina para gerar energia por apenas 3 horas por dia. O combustível fóssil é caro e poluente. Por isso estamos tentando, juntamente com os comunitários, melhorar as alternativas de geração de energia elétrica que eles têm”, resume o professor Manoel Roberval Pimentel dos Santos, vice-diretor do IEG.
A equipe já instalou duas mini usinas fotovoltaicas nas comunidades de Porto Rico e Cachoeirinha do Mentai, três sistemas de bombeamento de água (em Porto Rico, Prainha do Maró e Vista Alegre do Maró) e uma turbina hidrocinética em Cachoeirinha do Mentai. Coordenado pelo antropólogo Emílio Moran, que estuda a região amazônica há mais de 50 anos e é professor da MSU, o projeto “Convergência para soluções inovadoras de energia” é financiado pela Mott Foundation e pela National Science Foundation (NSF).
“Além de procurar, junto com as comunidades, a melhor forma de atendê-las do ponto de vista da geração de energia elétrica, o projeto também tem o objetivo de colaborar na formação de mão de obra local para trabalhar com sistemas de energia limpa. Assim, contratamos três bolsistas entre os alunos de engenharia da Ufopa e temos, trabalhando conosco, mais de dez voluntários entre os universitários. Para eles, é uma oportunidade de extensão universitária e uma experiência que não tem preço. Para nós, trata-se de deixar um legado entre os futuros engenheiros formados pela Ufopa”, declara Karina Ninni, coordenadora local do projeto.
Novos sistemas
Para 2024 estão programadas as instalações de mais cinco sistemas solares fotovoltaicos para fins de uso comum (que permitem alimentar a conexão com a internet, um freezer, iluminação e tomadas na escola, na igreja e nos dormitórios e barracões comunitários, além de iluminação pública), sete sistemas fotovoltaicos para bombeamento de água e mais uma mini usina fotovoltaica na comunidade de Vista Alegre do Maró. Em 2025, outra turbina hidrocinética será instalada, provavelmente no município de Oriximiná.
“O Laber está se tornando uma referência em energia produzida a partir de fontes renováveis na nossa região, graças a este e outros projetos que abraçamos. Nada mais lógico, visto que temos um potencial imenso de geração de energia limpa e que a região já conta com inúmeros projetos de geração local de energia usando fontes renováveis, levados a cabo por diversas instituições. Nosso laboratório vem somar esforços a essas instituições no estabelecimento de uma lógica de inserção mais justa dessas comunidades em um mundo cada vez mais globalizado”, afirma o professor Lázaro Silva, coordenador do Laber.
Para assistir o evento ao vivo clique aqui ou aqui
O Impacto com informações da Ufopa
Foto: Coordenação projeto