Uepa proíbe golpistas que fraudaram Enem de frequentar aulas de medicina
Na última sexta-feira, 1º de março, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), campus de Marabá, emitiu uma decisão de medida cautelar proibindo os golpistas envolvidos na fraude do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de frequentar as aulas até o término de uma sindicância interna. André Ataíde, Eliésio Ataíde e Moisés Assunção estão suspensos das atividades acadêmicas e de internato, confirmou a coordenação da Uepa em Marabá ao Portal Debate. A decisão foi tomada pelo reitor da Uepa, Clay Anderson Nunes Chagas, em resposta à investigação da Polícia Federal (PF).
Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado para investigar a conduta dos três estudantes, que foram acusados de participar de um esquema em que André Ataíde realizou o Enem em nome de Eliésio Ataíde e Moisés Assunção, garantindo a aprovação deles em medicina. A comissão responsável pela sindicância terá 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, para apresentar um relatório conclusivo ao reitor da Uepa. Após isso, o reitor terá mais 30 dias para decidir por alguma sanção, que pode incluir advertência, suspensão ou desligamento da universidade.
O caso
A fraude veio à tona durante a operação Passe Livre da Polícia Federal, deflagrada em 16 de fevereiro, contra um estudante de medicina suspeito de fraudar o Enem e se passar por outros dois candidatos nos vestibulares de 2022 e 2023. Durante as diligências, foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos nas residências dos investigados. A investigação revelou que André Ataíde teria realizado as provas do Enem no lugar dos outros dois candidatos, resultando na aprovação deles em medicina pela Uepa.
A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos verdadeiros inscritos nos processos seletivos do Enem, mas sim por André Ataíde. Além disso, as investigações indicam que o suspeito pode ter utilizado documentos falsos para prestar os vestibulares em nome dos candidatos. A PF está apurando se existem outros aprovados de forma irregular por meio deste esquema criminoso.
Fonte: Portal Debate
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