Mundo: Parlamento de Israel aprova lei que permite ao governo fechar a Al Jazeera
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, anunciou nesta segunda-feira, 1º de abril, a intenção de “agir imediatamente”, após o Knesset, o Parlamento de Israel, aprovar uma lei que o autoriza a proibir a transmissão da Al-Jazeera no país.
“O canal terrorista Al-Jazeera não transmitirá mais de Israel. Pretendo agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper as atividades do canal”, disse Netanyahu na rede social X, antigo Twitter, antes mesmo da lei ser aprovada.
A Rede de TV com sede no Catar, a Al Jazeera recebe financiamento do regime de Doha, mas alega manter independência editorial e jornalística.
O texto discutido pelo Parlamento israelita fala sobre a difusão no país de meios de comunicação estrangeiros que possam comprometer a segurança do Estado. Votada por 70 votos a 10, a lei dá ao primeiro-ministro a possibilidade de proibir a transmissão de conteúdos do canal visado, mas também de encerrar os seus escritórios em Israel.
Israel já havia acusado a emissora de provocar agitação contra o país entre os telespectadores árabes, enquanto os militares israelitas afirmam que os jornalistas da Al-Jazeera são agentes afiliados ao movimento islâmico palestino Hamas e ao seu aliado, a Jihad Islâmica em Gaza.
A Al-Jazeera acusou Israel de atacar sistematicamente os seus funcionários que trabalham em Gaza. Segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), uma associação com sede em Nova Iorque, pelo menos 95 jornalistas foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, 90 dos quais são palestinos.
Dois jornalistas da Al-Jazeera foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em 7 de Outubro, enquanto o chefe do escritório do canal em Gaza ficou ferido.
Agora, o projeto de lei aprovado pelo Knesset deverá ser ratificado pelo ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karai.
À princípio, os pedidos de fechamento serão válidos por 45 dias, mas podem ser renovados por períodos adicionais de 45 dias.
O Estados Unidos, principal aliado de Israel, vê a ação com preocupação.
Por Rodrigo Neves
Imagem: Redes Sociais