Especial Dia das Mães: Do diagnóstico de microcefalia a uma jornada de fé e amor

A Jornada de Andréa Roberta

Por Baía

Queridos leitores, neste dia especial, socializo com vocês a inspiradora trajetória de Andréa Roberta Mendes, uma mãe de 39 anos que enfrenta desafios diários com coragem e fé, dedicando-se integralmente ao cuidado de seus quatro filhos, em especial a seu caçula, Lander Kennedy, de 7 anos.

Em meio às celebrações do Dia das Mães, é impossível não se emocionar com histórias de amor incondicional e determinação.

Conheci a história de Andréa na manhã de sábado (11), quando participava com minha filha e minha esposa do evento Família na Escola, promovido pela Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Aeroporto Velho, em Santarém.

A vida de Andréa tomou um rumo inesperado no dia 18 de novembro de 2016, quando deu à luz Kennedy, que veio ao mundo com microcefalia e paralisia cerebral devido ao Zika vírus. O diagnóstico repentino na sala de parto foi um choque para Andréa, que viu seu mundo apontar com novos desafios ao perceber que seu filho teria limitações físicas e cognitivas.

“Naquele momento, a minha vida mudou completamente”, recorda Andréa. “Eu trabalhava, eu ajudava em casa, mas a partir daquele dia, tudo parou. Hoje vivo para cuidar do meu filho. Ele não anda. Ele não fala. Mas eu, como mãe, recebi o dom de Deus de entender e interpretar suas necessidades.”

A jornada de Andréa é marcada por desafios, mas também por aprendizados e superações. “Ser mãe é receber o dom de Deus”, reflete. “Porque para ser mãe qualquer mulher pode ser, mas ter o dom de ser mãe são poucas que têm esse dom.”

Preconceito

Superar obstáculos todos os dias tornou-se a missão de Andréa. Embora muita coisa tenha mudado em termos de política pública com objetivo de apoiar sua jornada, ela se lembra das grandes barreiras impostas pelo preconceito.

“Realmente a gente vive em uma sociedade muito preconceituosa”, diz, ao lembrar também de outras mães que enfrentam as mesmas situações que ela, que tem filhos com deficiência.

“Não é fácil, a luta é muito grande e difícil. Vivemos um dia após o outro. Hoje vou dizer que amo mais, e amanhã vou dizer que amo mais ainda. Porque a gente não sabe o dia de amanhã”.

A fé e o amor são os pilares que sustentam Andréa em sua missão. “Se não fosse a fé em Deus e o amor que tenho pelos meus filhos, eu já teria desistido há muito tempo”, confessa.

Família, escola e APAE

Além de agradecer o apoio da família, Andréa faz questão de agradecer o apoio da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes, “que acolheu Kennedy sem preconceitos, também são essenciais”, diz.

“Eu agradeço muito a Deus e à escola que abriu as portas para o meu filho”, expressa Andréa. “Nós vivemos numa sociedade preconceituosa, mas aqui na escola, graças a Deus, eu nunca sofri preconceito com ele.”

Além da escola, Andréa conta com o apoio da APAE, onde Kennedy recebe acompanhamento. “Somos uma família, nos unimos, compartilhamos nossas dores e alegrias, e nos fortalecemos mutuamente”, destaca.

Para todas as mães e famílias que enfrentam desafios semelhantes, Andréa envia uma mensagem de esperança e perseverança. “Não desistam”, incentiva. “Quando pensarem em desistir, lembrem-se que têm um Deus maior. Cada vez que olho para ele, digo que não posso desistir. Há um caminho a seguir.”

A história de Andréa Roberta Mendes é um lembrete poderoso do amor inabalável de uma mãe e da força que reside na fé e na comunidade. Em meio às adversidades, ela encontra coragem para continuar, inspirando a todos nós com sua determinação e amor incondicional.

O Impacto

Foto: Baía/O Impacto