Plano em Bioeconomia consolida o Pará como referência em desenvolvimento sustentável
Primeiro estado brasileiro a criar um plano para bioeconomia e preservação ambiental, o Pará já conseguiu reduzir em 21% o desmatamento em sua área de floresta e investir mais de R$ 34 milhões em bionegócios que beneficiaram 1056 famílias, impactando mais de 67 mil pessoas.
O estado do Pará, atento aos benefícios que a bioeconomia e a preservação podem trazer, tanto a nível ambiental quanto cultural, desde 2019 cria um cenário favorável ao seu desenvolvimento.
O Plano Estadual de Bioeconomia, o PlanBio, lançado oficialmente durante a COP 27, realizada no Egito, no final de 2022, e um dos poucos realizados na América Latina, mostra que é possível promover através da biodiversidade o crescimento econômico e a inclusão social como processos de construção. O plano já realizou 12 marketplaces de bioprodutos da Amazônia, promovendo através de produtos sustentáveis a diversificação da economia local além de gerar renda e promoção à valorização dos recursos naturais do estado. No momento, O PlanBio sustenta a execução de 72 projetos.
Focado principalmente na sociobiodiversidade e na valorização do conhecimento tradicional, o PlanBio busca o desenvolvimento socioeconômico através das baixas emissões de gases de efeito estufa e soluções baseadas em três eixos: o incentivo a cadeias produtivas que conciliem desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, produção de bioprodutos, manejo florestal sustentável e agricultura familiar; o reconhecimento e valorização da cultura e do conhecimento tradicionais das comunidades locais, com proteção da biodiversidade e do patrimônio genético do estado, e, por fim, o apoio à pesquisa científica e tecnológica voltadas ao desenvolvimento de ideias e soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios da bioeconomia.
O plano é coordenado pela Semas e suas ações são executadas de forma multissetorial visando a estruturação do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que será entregue durante a COP 30. O Parque abarca várias iniciativas, como a Escola de Saberes da Floresta, o Centro de Turismo de Base Local, o Centro de Inovação em Bioeconomia, o Observatório da Bioeconomia, o Centro de Gastronomia e o Centro de Biotecnologia. “O Plano de Bioeconomia do Pará, pioneiro no Brasil, já está trazendo resultados. O Parque vai incorporar tecnologias para ampliar seus resultados”, destaca o titular da Semas.
Além do PlanBio, outra estratégia elaborada pelo governo do estado voltada à preservação é o Plano de Recuperação de Vegetação Nativa (PRVN-PA).
Elaborado a partir de um processo participativo e de construção conjunta entre estado, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, tem a ousada meta de restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030. O plano, além do reflorestamento e recuperação da vegetação nativa, objetiva estimular a criação de empregos verdes e o incentivo à pesquisa e dar retorno financeiro ao produtor rural que preservar a floresta.
A implantação de uma biofábrica no Pará é outra parte do processo de reflorestamento, para assegurar a oferta de mudas de qualidade, em escala, e próximo às áreas a serem restauradas, o que facilitaria o alcance da meta estadual e de quase metade da meta nacional de regeneração de áreas verdes.
A biofábrica também estimulará o mercado de mudas de qualidade, e suprirá a demanda de restauro ecológico e produtivo no território paraense.
Igualmente pioneiro no Brasil é o Programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia da Pecuária que, ao estabelecer a rastreabilidade bovina, do nascimento ao abate, garante a integridade sanitária e ambiental dos animais. A iniciativa está sendo desenvolvida pelo governo em parceria com o terceiro setor e sociedade civil, desde o anúncio feito pelo governador Helder Barbalho na COP 28, em Dubai, no ano passado.
A meta é identificar, com a aplicação de brincos e bótons, todos os bovinos e bubalinos movimentados, para qualquer finalidade, até 31 de dezembro de 2025. A identificação de todo o rebanho do estado, movimentado ou não, ocorrerá até dezembro de 2026.
O Pará também é o primeiro estado a lançar uma política de conservação de bacias hidrográficas. O Programa Pró-Rios vai começar a ser efetivado nos rios São Benedito e Azul, no sudoeste paraense, na divisa com o estado do Mato Grosso (MT).
A política ambiental pioneira construída e implantada pelo governo do Pará desde 2019, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), posiciona o estado como referência nacional e internacional em desenvolvimento sustentável e no enfrentamento aos desafios climáticos, cada vez mais urgentes. A combinação de eficácia na preservação ambiental, fomento à bioeconomia e regeneração de vegetação já apresenta resultados expressivos e traça um futuro mais otimista para a região.
Os resultados já alcançados chamam a atenção mundial, contribuindo para que Belém, a capital paraense, sedie em novembro de 2025 o principal evento climático do mundo, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. “Esta evolução nos coloca hoje na vanguarda ambiental mundial e traz a Belém um evento de impacto global, como a COP. O Pará, hoje, é o modelo a ser seguido na área ambiental”, afirma o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida.
Setor Emergente
Usando atividades de baixa emissão, a bioeconomia promove o desenvolvimento sustentável quando adota novas tecnologias para desenvolver produtos de base florestal. Dados da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) dizem que o setor nacional de biotecnologia industrial poderá adicionar aproximadamente US$ 53 bilhões anuais à economia brasileira e gerar cerca de 217 mil empregos qualificados nos próximos 20 anos, a partir de investimentos de cerca de US$ 132 bilhões.
Fonte: Rodrigo Neves
Imagem: Agência Pará