Festival CineAlter Celebra Vencedores do Prêmio Muiraquitã 2024

No último domingo (1º), a 4ª Edição do Festival de Cinema da Aldeia de Alter do Chão encerrou-se com uma emocionante cerimônia de premiação, celebrando o melhor do cinema nacional e latino-americano. Realizado na aldeia de Alter do Chão, do Povo Borari, o evento consagrou os filmes que mais se destacaram ao longo da semana, proporcionando ao público uma experiência cinematográfica rica e diversa.

Foram mais de 600 filmes inscritos, com mais de 55 selecionados e exibidos, dos quais 11 foram premiados. O evento, que teve duração de quatro dias, atraiu milhares de pessoas para a Aldeia de Alter do Chão. Os grandes vencedores receberam o prestigiado Prêmio Muiraquitã, um símbolo de resistência e conexão com a cultura amazônica.

Os jurados desta edição, incluindo renomados profissionais como a atriz e diretora Elizângela Dezincourt, a cineasta Tarsila Alves e a diretora Jorane Castro, trouxeram suas perspectivas e experiências críticas para selecionar os filmes vencedores. Os premiados foram agraciados com o troféu Muiraquitã, um amuleto sagrado da cultura indígena amazônica, especialmente dos Tapajós, que simboliza proteção, fertilidade e boa sorte. Este símbolo de força e conexão com a natureza só manifesta seus efeitos protetores e prósperos quando recebido como presente, tornando a premiação ainda mais significativa.

Vencedores do Prêmio Muiraquitã 2024

O Prêmio Muiraquitã de Melhor Curta-Metragem foi concedido a “Tuíre, O Gesto do Facão”, dirigido por Simone Giovine e Coletivo Beture. O filme impressionou os jurados com sua narrativa poderosa e sensível, retratando um dos momentos mais emblemáticos da resistência indígena no Brasil. A obra conta a história de Tuíre Kayapó, uma guerreira que, em 1989, durante uma audiência pública sobre a construção da hidrelétrica de Kararaô (hoje conhecida como Belo Monte), ergueu seu facão e o encostou no rosto de um representante do governo, em um gesto simbólico de luta e resistência.

O prêmio de Melhor Longa-Metragem foi concedido a “Ãjãlí Numã: O Jogo de Cabeça dos Manoki e Mỹky”, dirigido por Tipuici Manoki e André Tupxi Lopes. O filme, que impressionou os jurados com sua narrativa poderosa e sensível, destaca o jogo de cabeça Ãjãlí Numã, uma prática ancestral rica em significados de união, espiritualidade e identidade cultural. Com cinematografia envolvente, o longa captura a essência desse jogo como forma de resistência cultural e transmissão de conhecimentos às novas gerações.

Além das premiações dos longas e curtas, também foram anunciados os vencedores das categorias mais aguardadas pelo público e pelos críticos. O Prêmio de Melhor Curta-Metragem Júri Popular foi conquistado por “Translaçados”, dirigido por Leona Johvs. Já o prêmio de Melhor Longa-Metragem Júri Popular foi entregue a “Menina Mulher da Pele Preta”, sob a direção de Renato Cândido de Lima e Bárbara Sabrina Silva.

Destaque também para o Prêmio de Concepção Artística, que reconheceu o trabalho inovador em “Anna Mariani – Anotações Fotográficas”, de Alberto Renault. Na categoria de roteiro, “Menina Mulher da Pele Preta” levou o prêmio de Melhor Roteiro de Longa-Metragem, enquanto “Na Savi”, de Sofia Ayerdi, garantiu o de Melhor Roteiro de Curta-Metragem.

Representando o cinema local, “O Trançado”, de Victor Souza, foi eleito Melhor Filme Paraense, e o prêmio de Melhor Videoclipe Amazônico ficou com “Black Trindade”, de Moraes MV, Sumano, e Mc Super Shock. O prêmio de Melhor Média-Metragem foi conquistado por “Rami Rami Kirani”, de Lira Mawapai HuniKui e Luciana Tira HuniKui. Já o prêmio de Melhor Média-Metragem Júri Popular ficou com “Mestras”, de Aíla e Roberta de Carvalho.

Neste ano, o festival prestou uma homenagem especial a três mulheres que marcaram o cinema tapajônico: Odete Costa, Priscila Tapajowara e Elizângela Dezincourt. Elas também foram agraciadas com o Prêmio Muiraquitã, uma honraria que reconhece suas trajetórias e o impacto significativo de seus trabalhos na representação da Amazônia na sétima arte.

Sobre o Festival CineAlter

O Festival CineAlter é uma celebração do cinema que, desde sua criação, tem se dedicado a destacar produções que abordam temas sociais, ambientais e culturais da Amazônia e além. Em sua 4ª edição, o festival continua a ser uma plataforma para cineastas comprometidos em contar histórias que ressoam com as questões mais urgentes do nosso tempo. Com uma curadoria cuidadosa e um forte compromisso com a sustentabilidade e a diversidade, o CineAlter se consolida como um dos eventos cinematográficos mais importantes do Brasil, e o maior festival de Cinema do Oeste do Pará.

Além disso, o festival, com entrada gratuita, conta com medidas de acessibilidade, como intérpretes de Libras, banheiros acessíveis, rampas e outras adaptações para garantir a inclusão de todos os públicos. O festival é realizado pelo Instituto Território das Artes (ITA) em colaboração com diversas organizações parceiras e contemplado pelo edital de Festivais de Cinema da Lei Paulo Gustavo, Fundação Cultural do Pará, Governo do Pará.

 

O Impacto com informações de Ascom/CineAlter
Imagem: Ascom/CineAlter

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