TRE-PA condena ex-deputado federal Wladimir Costa a 12 anos de prisão

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) condenou na terça-feira (11) a doze anos de prisão o ex-deputado Wladimir Costa, o Wlad, pelos crimes de violência política de gênero; perseguição; violência psicológica contra mulher; difamação majorada e extorsão. Todos os crimes praticados contra a deputada federal Renilce Nicodemos, do MDB.

A condenação prevê o cumprimento da pena em regime fechado por superar oito anos de prisão e seu direito de recorrer em liberdade foi negado, portanto a prisão preventiva do ex-parlamentar foi mantida. A decisão da Justiça Eleitoral também determinou o pagamento de um total de 124 dias de multa no valor de um salário mínimo, período que equivale aos dias em que os posts ficaram expostos em rede social, o que soma R$ 175.088.

Humberto Boulhosa, advogado de Wlad, classificou como “absurda” a condenação e disse que vai recorrer da decisão junto ao TRE-PA no prazo de cinco dias. “Vamos interpor um recurso de apelação, pois isso é totalmente desconexo com aquilo que está nos autos”, disse.

Prisão

Wladimir Costa foi preso preventivamente em 18 de abril de 2024 pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Belém sob a acusação de cometer crimes eleitorais e de ofender a deputada federal Renilce Nicodemos nas redes sociais. Por ocasião da prisão, o Tribunal Regional Eleitoral também ordenou a exclusão das postagens que motivaram o mandado. Ao saber da prisão, a deputada Renilce Nicodemos se pronunciou a respeito e afirmou, em nota, que se sentia justiçada pois “já vinha enfrentando, há cerca de seis meses, várias práticas de crime cometidas pelo ex-deputado”. Uma semana depois, a Justiça Eleitoral do Pará aceitou o pedido de habeas corpus e Wlad foi liberado, mas menos de um mês depois, o Tribunal Eleitoral do Pará suspendeu a medida e o ex-deputado voltou à prisão.

Histórico de condenações e perda do mandato

 Em 2023 Wladimir Costa foi condenado a nove meses de prisão por injúria em ação movida por artistas após ofensas divulgadas pelo ex-deputado nas redes sociais. Em discurso no plenário da Câmara, Wlad disse que os artistas eram “vagabundos” porque usariam fundos da Lei Rouanet para a criação de um site, o “342 Agora”, que cobrava de parlamentares a aceitação da denúncia de corrupção feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o então presidente Michel Temer (MDB). Nas palavras do então político, a criação de tal site “intimidaria deputados e deputadas”. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) permitiu que a pena fosse cumprida em regime aberto. O fato ocorreu em julho de 2017.

Ainda em 2017, em dezembro, o TRE-PA condenou Wladimir Costa por abuso de poder econômico e gastos ilícitos em sua campanha eleitoral de 2014. Ele teve o mandato cassado no ano anterior após investigações do MPE mostrarem que o gasto declarado de R$ 642.457,48 durante a sua campanha para a Câmara dos Deputados seria muito maior, pois não foram declarados R$ 149 mil em despesas de material gráfico e R$ 100 mil em outras despesas.

Mesmo condenado, Wlad ainda tentou candidatar-se ao cargo de senador nas eleições de 2018, porém sua candidatura foi indeferida pelo TRE-PA.

Wladimir Costa foi eleito pelo Pará para quatro mandatos seguidos na Câmara. É empresário, cantor, compositor, apresentador de TV e radialista. O ex-deputado também é dono de rádios e de uma TV.

 

Por Rodrigo Neves
Imagem: Reprodução/Agência Câmara

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