Programa de diálise peritoneal domiciliar melhora vida de pacientes
Desenvolvido pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), o Programa de Diálise Peritoneal Domiciliar completa 10 anos com 148 pacientes em municípios como Santarém, Óbidos, Alenquer, Itaituba e Oriximiná.
Mas o que é a diálise peritoneal? Diferente da hemodiálise, processo onde uma máquina filtra o sangue do paciente através de um acesso vascular, com um cateter ou uma fístula arteriovenosa, a Diálise Peritoneal, possui um processo diferente. No tratamento, um cateter é implantado na barriga do paciente, que é infundido com uma solução de diálise. A solução permanece na cavidade peritoneal por algumas horas, permitindo que o sangue troque substâncias com a solução.
Enquanto o tratamento na hemodiálise é feito em sessões, que podem durar entre duas e quatro horas, e o paciente precisa ir ao centro de três a seis vezes por semana, na diálise peritoneal o tratamento pode ser feito em domicílio, com a ajuda de um familiar ou sozinho.
“Na região oeste do Pará somos os únicos a ofertar esse tratamento, proporcionando essa outra modalidade de terapia por meio do SUS. É gratificante ver que os pacientes estão satisfeitos com o serviço, que conseguem fazer o tratamento de forma menos invasiva, conciliando as sessões com a rotina e que ao longo desses 10 anos tantos pacientes foram beneficiados no Baixo Amazonas”, opina Kamila Lacerda, que coordena o Centro de Terapia Renal Substitutiva do HRBA.
Atualmente, a unidade atende 20 pacientes e está em processo de expansão. A meta é atender até 35 pacientes simultaneamente. Para participar do programa, o paciente primeiro passa por um levantamento clínico de sua condição. Uma vez confirmada sua aptidão ao tratamento, o paciente recebe o material necessário e o aparelho me regime de comodato.
À frente de todo esse processo estão os enfermeiros nefrologistas. No programa de Diálise Peritoneal, o enfermeiro realiza toda a assistência, treinamento, avaliação do acesso peritoneal, controle de materiais e toda a logística de acompanhamento do paciente domiciliar.
“Um dos nossos objetivos principais é proporcionar para o nosso paciente que reside em cidades vizinhas, o conforto e a comodidade da terapia, por ser um tratamento domiciliar. Sendo assim, o paciente tem a possibilidade ajustar suas atividades diárias ao tratamento. Ele não precisa residir no município de Santarém e não se torna totalmente dependente como na Hemodiálise, podendo até mesmo retomar sua jornada de trabalho e obter maior qualidade de vida”, disse a Enfermeira Sílvia Fernandes, que faz o acompanhamento e atua na função desde a implantação do serviço.
Centro de Terapia Renal Substitutiva
O Centro de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna oferta tratamentos especializados de Hemodiálise, Diálise Peritoneal e Transplante Renal, que hoje tem uma demanda superior a 220 pacientes.
49 mil atendimentos médicos, de enfermagem, nutrição, psicologia e assistência social, ultrapassando a marca de 12 mil sessões de hemodiálise foram feitos de janeiro a maio de 2024.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas é referência, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado. A unidade, pertence ao governo do estado do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde desde dezembro de 2022, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Por Rodrigo Neves
O Impacto